FOTO: JORNAL O POVO - BLOG DO ELIOMAR DE LIMA
O pai da doméstica Maria de Fátima Souza, 45, recebeu o medicamento intravenoso no corredor principal do HGF. “Ele teve alta, mas não chegou nem a ir para a enfermaria. Ficou o tempo todo na maca, junto a esse monte de paciente, no meio do hospital”, reclamou.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, comentou que a variedade de casos acaba comprometendo a saúde dos pacientes e acompanhantes. “Ficamos todos vulneráveis a essa alta demanda de pacientes. Parece um hospital de guerra”.
No HGF, são 108 leitos na emergência. Porém, o número é insuficiente para atender toda a demanda. Segundo o chefe da emergência do hospital, Romel Araújo, muitos dos casos poderiam ser resolvidos nas unidades de média complexidade. “A demanda de pacientes nos hospitais terciários é grande porque há carência no atendimento na rede básica e secundária”, avalia.
Na manhã da última quarta-feira, foram 116 atendimentos na emergência. Desse total, 31 foram referenciados para a rede primária. Outros 24 para a rede secundária. O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, aponta uma série de fatores que contribuem para essa situação. “É preciso melhorar o atendimento na rede secundária, aumentar o número de leitos nos hospitais, contratar mais médicos e melhorar a saúde no Interior”.
Rede de apoio
Diante da situação crítica na emergência do HGF, foi estabelecido um fluxograma de processos para a criação de uma rede de apoio. Desde março, uma parceria com outros hospitais de alta complexidade, ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) – Waldemar de Alcântara, Batista e Fernandes Távora -, ajuda a reduzir os impactos na emergência.
“Nenhum hospital tem capacidade para atender toda essa demanda. Por isso, cada um avalia de que forma pode ajudar, ou seja, quantos leitos pode disponibilizar”, explica. A prioridade é para os pacientes que ficam nos corredores do hospital.
Em média, por plantão, o hospital Waldemar de Alcântara disponibiliza de dez a 12 leitos clínicos e cirúrgicos. O Hospital Batista, de três a quatro leitos; e o Fernandes Távora, cinco. “Estamos tentando melhorar a condição do paciente. Não adianta ter leito se não for resolutivo”, diferencia Romel.
O chefe da emergência do HGF lembra que, antes da criação dessa rede de apoio, o número de atendimentos na emergência era ainda maior. “Antes, ficavam aproximadamente 140 pacientes nos corredores”. A previsão é que novas unidades de saúde sejam integradas, como o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e a Santa Casa de Misericórdia.” "
(O POVO)
FONTE: BLOG DO ELIOMAR DE LIMA
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