SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

sábado, 10 de dezembro de 2011

POESIA CEARENSE: STÊNIO FREITAS

 
POETAS AURIBERTO CAVALCANTE E STÊNIO FREITAS







CHOCALHO
 
   Ao poeta Auriberto Cavalcante                




Chegará o dia em que não faremos poesias com guerras,                                                                        não faremos poesias com a seca, a fome
ou com qualquer outro infortúnio que hoje aflige o ser humano.
Nesse dia não haverá mortos na Palestina, homem-bomba,
terremotos ou qualquer desastre ecológico,
porque haverá respeito às coisas de Deus e Ele saberá nos recompensar.
Pois  não é por deleite da morte que os homens se entregam ao  ritual de auto destruicão.
Quando isso acontece é porque as diferenças levam ao ódio e o ódio à insânia.
Hoje uma poesia pode ser feita com sangue, com o suor do operário, com uma lágrima,
mas chegará o dia em que não existirá um só verso
que não seja feito com a mais pura água cristalina.
Aí, então, entenderemos o verdadeiro sentido de existir, sem lamentações,
e a arte cumprirá seu real papel que é sublimar a vida.
Até que chegue esse dia, deixem-me badalar.


                                   Stênio Freitas
                              POETA CHOCALHEIRO 






STÊNIO FREITAS, poeta e escultor, autor dos livros Cárcere das Almas; Pouso Breve; Guerrilheiro Desconhecido ou Fração Primeira da Última Hora; Tome Cinco, Camarada! (co-autoria); Revolução dos Óbitos e tem no prelo Morfologia das Sombras (poesia); Cães Rosados(contos) e  Armazém (teatro).
 

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