SOU DO CEARÁ
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
sábado, 20 de fevereiro de 2010
DEBATENDO O ESTALEIRO NA PRAIA DO TITANZINHO
OPINIÃO
DO BLOG DO ELIOMAR DE LIMA
" Nem todos do setor turístico dizem amém ao estaleiro no Titanzinho..."
Praia do Titanzinho.
" Com o título “Na Contramão do Turismo”, o professor Dardano Nunes de Melo manda artigo para o Blog sobre tema dos mais polêmicos: o local do futuro estaleiro do Ceará. Pelo visto, nem todos da área do turismo aprovam o local. Confira:"
" Fortaleza vive um dilema; se o estaleiro não for no Titanzinho não será no Ceará, assim afirmou Paulo Haddad, presidente da PJMR. O governador Cid Gomes (PSB) tornou-se um defensor fervoroso do empreendimento. Por outro lado, a prefeita Luizianne Lins questionou a imposição alegando que o plano diretor da cidade, a questão social, esportiva, cultural, paisagística, ambiental e principalmente turística vão de encontro ao projeto.
Certamente que ninguém quer perder R$ 40 bilhões de investimentos da Transpetro para a construção de 26 navios petroleiros, 146 embarcações de apoio e 28 sondas, além de 49 navios que serão encomendados pela Vale do Rio Doce e 53 navios dos Àrabes( onde os estaleiros foram destruídos pela guerra). Esta demanda obrigará a construção de 17 estaleiros no Brasil e um deles em Fortaleza. Será que não importa o custo para a captação deste investimento?
Está bem claro as ideologias administrativas nos dois segmentos – Estado e Município, o primeiro liberalizante (Cid Gomes), bem ao gosto de Adam Smith, e o outro social democrata. Na visão do Estado, a prioridade é por megainvestimentos (concentrador de riqueza) traduzidos no Aquário, Centro de Feiras e agora o estaleiro. O município prioriza os micronegócios na comunidade de forma cooperada e solidária, essencialmente gerador de trabalho e distribuidor de renda.
No liberalismo o mercado sobrepõe as pessoas, ao contrário do socialismo onde as pessoas sobrepõem ao mercado. O primeiro prima em levar propostas (construção individual ou grupal) já acabadas para população, a segunda prioriza a participação como sugestão para as propostas (construção coletiva).
Caberia lembrar o premier James Smith da ilha turística de St. Vicent, no Caribe, diante de propostas milionárias para a construção de portos e armazéns transmarítimos naquele território, quando ele disse aos investidores: ”Desculpem-me se eu não pareço tão ansioso em agarrar estes bilhões, mas eles não compram esta natureza, nem a cultura de meu povo e muito menos a minha consciência. Aqui se vive do turismo e um lugar que não se preserva não merece ser visitado”.
Será que Fortaleza deve ser uma cidade turística ou industrial? Há como compatibilizar as duas atividades? Qual a vocação de Fortaleza?
Orson Wellys, em seu filme “A Dama de Changai”, afirmou que Fortaleza tem o litoral mais lindo do mundo ao lado de Málaga na Espanha. Será que ele teria dito o mesmo se o estaleiro tivesse lá? Ou não está aí a vocação de Fortaleza: o turismo com suas praias preservadas?
No contexto de uma cidade essencialmente turística, na área do Serviluz, os depósitos da Petrobrás e os armazéns deveriam ser retirados e o porto do Mucuripe ser transformado num terminal para cruzeiros marítimos, igual ao de South Lauderdale em Miami. Uma Região temática (tema; descobrimento do Brasil por Vicente Pinzon antes de Cabral ) poderia tomar conta do espaço que também incluiria o Morro de Santa Terezinha, o Mucuripe, Vicente Pinzon e Castelo Encantado.
Será que o turista iria preferir visitar o Serviluz com um estaleiro ou a área sendo transformada num centro temático? Quem deve responder é o próprio turista. Ele seria a principal peça do xadrez para a formatação de um produto que ele iria comprar. Um destino turístico deve ser construído na perspectiva do turista.
O cidadão do lugar, sujeito e não objeto turístico, também deveria opinar: turismo ou indústria naval no Serviluz? Há que lembrá-lo o risco futuro que correrá quando o mercado encolher e o estaleiro passar a ser um lixo deixado para as populações futuras. Muitos casos ocorreram na Europa (basta lembrar o filme “Segunda-feira ao sol” de Fernando Leon de Aranoa – ganhador do Oscar), onde eles foram retirados e os espaços requalificados até para fins turísticos. Niterói, no Rio, é um caso exemplar onde o maior estaleiro do Brasil foi transformado em entulho de ferro.
As sociedades atingidas pelos desmontes dos estaleiros foram vítimas de uma imensa crise econômica e social. Os tagarelas, defensores do estaleiro, deveriam ver os estudos e pesquisas existentes sobre o assunto, talvez, mudassem de idéia.
Por que o governador, que prioriza o turismo em Fortaleza, não transfere o Aquário da Praia de Iracema, onde o lugar não tem mais capacidade de carga turística, para o Serviluz, em vez de pensar num estaleiro para o bairro? Se Fortaleza optou pelo turismo como função urbana, há que se entender que a matéria-prima do produto turístico é a natureza, o povo e sua cultura, que devem ser trabalhados em seu benefício, jamais em seu malefício.
O estaleiro gera mil e duzentos empregos diretos, mas quantos deles serão das pessoas daquela localidade? Sabe-se da necessidade de especialização do trabalhador que leva anos para se capacitar. E quem está capacitado no Serviluz? Os complexos portuários comprovadamente são focos de elevada prostituição em toda parte do mundo. Será que o estaleiro não viria agravar a situação, sedimentando a imagem de Fortaleza como um destino de prostiturismo?
Por que os hoteleiros (ABIH) mudaram de idéia tão rapidamente ao ouvir o senhor Antonio Balhman (titular da Adece), no Centro de Convenções no dia 9/2/2010? Elementar meu caro Watson… todos são capitalistas e priorizaram o curto prazo, o que iria entrar no seu bolso de imediato. A inclusão social, a cultura, a preservação ambiental e o turismo sustentável são prioridades últimas diante da ambição imediatista pelo fio metal.
O dinheiro público investido no estaleiro é de todos, mas os grandes beneficiários são poucos, ou seja, aqueles que o projeto interessa.
Muito mais interessante e turisticamente mais aproveitável e barato seria intervenções urbanísticas no Riacho Maceió(Varjota) e riacho Pajeú (Centro), com a desapropriação dos terrenos laterais para construção de comercio 24 hs, centros de entretenimento, construção de passarelas como a das castelianas em Madrid, etc… Assim não haveria esgotos a céu aberto nas áreas turísticas da cidade. A construção do estaleiro será uma disfunção urbana de uma cidade turística."
Dárdano Nunes de Melo
Professor do IFCe e diretor do Sindicaturismo.
BLOG DO ELIOMAR DE LIMA
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meu nome Fortunata de Sao Paulo eu tambem so contra do estaleiro no Titamzinho ... Eu tenho Familia que mora ai na comunidade do Titanzinho so que tem muitos anos que nao tenho contato com eles depois que minha vo Ana de Cassia moreu eu nunca tive contato com meus primos se alguem tiver alguma noticia dele eu agradeso desde ja o nome deles sao ; Pedro que e casado com A Marluci.. Alfredo,Manoel ... muito obrigada.
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