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" Oposição cobra sobre tráfico de influência "
" A decisão do Governo do Estado de rescindir o contrato com a ABC (Administradora Brasileira de Carões), empresa que administra o serviço de crédito consignado para servidores públicos estaduais, dominou os debates de ontem na Assembleia Legislativa. Para a base governista, o governador Cid Gomes (PSB) tomou a decisão acertada e esclareceu o assunto. Para a oposição, a rescisão do contrato não é suficiente.
Parlamentares oposicionistas esperam que o Governo explique ainda se houve tráfico de influência por parte do chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho, cujo genro teria supostamente se beneficiado da prestação do serviço. A ABC é acusada também de cobrar taxas de juros abusivas dos servidores. A oposição tenta agora instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.
Logo após o anúncio da rescisão, feito na manhã de ontem pelo secretário do Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, líder do governo na Casa, deputado Antonio Carlos (PT), foi à Tribuna e disse que o governador tomou a iniciativa para abrir o debate com os servidores “para melhorar não apenas as taxas de juros dos créditos como também, pensar uma nova possibilidade para o conforto financeiro dos servidores”, o que deve ocorrer em um prazo de 90 dias.
“Hoje nós viramos a pagina na vida do servidor”, disse a deputada Eliane Novais (PSB) que questionou os motivos que levaram o Governo do Estado a tomar essa decisão. “Hoje, os servidores públicos do Ceará são libertos do cativeiro criado para o enriquecimento fácil de grupos que estão dentro do governo. Mas a suspensão não nos satisfaz”, disse Heitor Férrer (PDT), que denunciou o caso em setembro de 2011. Para o deputado a medida foi atrasada.
“Por trás dos fatos existem os atores que estão ricos à custa do suor e do endividamento dos servidores públicos do Ceará”.
Para o vice-líder do governo, deputado Carlomano Marques (PMDB), a sessão de ontem foi “história porque declara à população do Ceara que o governador não vacila. Qualquer que seja o engano. O equivoco. Com essa decisão o governador recompõe a oralidade”. Sobre a declaração de Heitor Férrer de que a base governista teria sido “enganada” pelo governo para defender o serviço de crédito consignado
na Assembleia, Antonio Carlos disse que a sua responsabilidade de líder é expressar as posições do governo. “E para não reconhecer que o governador tomou a decisão certa, Heitor parte para o ataque”. O deputado Roberto Mesquita (PV) considerou “louvável” a atitude do governador, “ainda que tardia”. “Esse divórcio anunciado entre o governo e a empresa ABC era a opção única”, disse. Mas fez questão de lembrar que ainda nem se está “tocando na ferida, que é o tráfico de influência na concessão do serviço”.
A assessoria da ABC informou que somente vai se pronunciar depois de notificada pelo governo.
Saiba mais
Como funciona o serviço:
1) O servidor pede empréstimo a uma das instituições bancárias credenciadas pelo Governo. As parcelas serão descontadas diretamente do seu salário.
2) Uma empresa, contratada pela ABC, no caso a Promus e a CCI, faz a ponte entre os bancos e os órgãos públicos nos quais os servidores trabalham. A CCI consulta a folha de pagamentos do órgão para saber o valor máximo que o servidor pode receber. Pelo fornecimento dessas
informações, a empresa cobra um percentual do valor do empréstimo.
3) Segundo a denúncia do deputado Heitor Férrer (PDT), a Promus,empresa administrada por Luis Antônio Ribeiro Valadares de Sousa, genro do chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho, receberia 19% de comissão da instituição bancária por esse serviço."
FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2012/04/14/noticiasjornalpolitica,2820579/oposicao-cobra-sobre-trafico-de-influencia.shtml
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