" ENSINO PÚBLICO "
" Paralisação deixa alunos sem aula em Fortaleza "
"Na rede estadual, os docentes grevistas aproveitaram para lançar a campanha "Dou o meu sangue pela educação"
" Para exigir o cumprimento do piso salarial nacional dos professores, a valorização da carreira e aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), profissionais da educação de todo Brasil realizaram, ontem, o Dia Nacional de Paralisação. No Ceará, as escolas da rede estadual, em greve desde o último dia 5, continuaram sem funcionar. Em Fortaleza, alguns alunos da rede municipal não tiveram aula, mas como a adesão não foi total, muitas unidades funcionaram normalmente.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o valor correto do piso salarial é de R$ 1.597,87. O Ministério da Educação (MEC), contudo, considera R$ 1.187,08. O problema, como denuncia a entidade, é que muitos prefeitos e governadores insistem em não cumprir a lei e pagam valores abaixo do estabelecido pelo MEC.
"A lei é clara e afirma que o piso é vencimento inicial, sem acréscimo de gratificações e destinado a uma carga horária de 40 horas semanais. Os valores para uma carga horária inferior devem seguir esta média, ou seja, quem trabalha 20 horas semanais tem que receber R$ 593,54 sem as gratificações", diz a CNTE através de nota.
A Confederação informa que o Nordeste é a região que registra um dos menores salários pagos ao professor da rede pública. Professores concursados com nível médio recebem R$ 739,84, para uma carga horária de 40 horas semanais.
Dos nove estados da região, sete não pagam o valor do piso: Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, Ceará e Maranhão.
Interrupção
Em Fortaleza, apesar da Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmar não ter tomado conhecimento de nenhuma unidade paralisada, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio (EMEIF) Antonio Sales, no bairro Rodolfo Teófilo, os estudantes não tiveram aula ontem. Segundo a diretora Vera Lúcia de Sousa, o motivo foi a paralisação nacional dos professores. Os alunos também não compareceram, pois foram informados antecipadamente da manifestação.
Mesmo sem aula, a escola abriu normalmente, por causa do projeto "Mais educação". O restante dos funcionários também trabalhou. "A paralisação é somente dos professores, o grupo gestor não se envolve", fez questão de destacar a diretora.
Outras duas unidades educacionais que a equipe de reportagem visitou, como a EMEIF Edith Braga e EMEIF Yolanda Queiroz, na Aerolândia, funcionaram normalmente.
Na rede estadual, os docentes grevistas aproveitaram a data para lançar a campanha "Dou o meu sangue pela educação". Cerca de 60 pessoas, entre professores e alunos, foram ontem, ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) realizar ato de solidariedade, ou seja, doar sangue.
MANIFESTAÇÃO
Professores fazem protesto no Centro
Ao som da banda composta por 35 alunos da escola estadual Antonieta Siqueira, o ato público pelo Dia Nacional da Paralisação: Jornada Nacional pelo Piso, Carreira e Plano Nacional de Educação (PNE) deu-se início às 16h da tarde de ontem.
A manifestação partiu do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e seguiu para a Praça do Ferreira. Ela foi conduzida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNTE) e reuniu professores da rede de ensino estadual e municipal, além de receber o apoio dos servidores da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Segundo André Sabino, diretor do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), a paralisação nacional acontece desde 2008, quando houve a intenção de pressionar o Supremo Tribunal Federal quanto a Lei do Piso Salarial. Porém, o evento de ontem teve um diferencial devido ao peso da greve a qual os professores estaduais estão fazendo. Entre as inúmeras reclamações, a categoria exige a implantação de 1/3 na carga horária para planejamento e a aplicação na íntegra da Lei do Piso. De acordo com Átila Carvalho, 29 anos, professor de Geografia da EEEP Comendador Miguel Gurgel, a falta de incentivos na profissão só desmotiva manter-se no magistério.
Não somente docentes juntaram-se a passeata. Por meio das redes sociais e do aviso de professores, alunos de diferentes idades e redes de ensino compareceram na caminhada. Alanne Rodrigues e Kamylla Mendes, ambas de 15 anos, tiveram suas aulas parcialmente paradas na EEEP Professora Marly Ferreira Martins, mas resolveram atender ao convite dos seus educadores e irem no que elas dizem ser uma das "melhores aulas de cidadania" que tiveram.
Na sexta, dia 19, está marcado mais um ato público. Será às 8h no Palácio da Abolição."
LUANA LIMA
REPÓRTER
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1027529
O GOVERNO NÃO TÁ NEM AÍ PARA RESOLVER ESTÁ QUESTÃO, DO OUTRO LADO OS PROFESSORES QUEREM MAIS É QUE SE PREJUDIQUEM TODOS OS ALUNOS. É SEMPRE ASSIM NESTA QUEDA DE BRAÇO QUEM PERDEM SÃO OS ALUNOS QUE SÃO PREJUDICADOS NO APRENDIZADO. NOTA 0 PARA O GOVERNO E PROFESSORES.
ResponderExcluir