" O dia em que Chico fez o Brasil chorar "
" Após 112 dias internado no hospital Samaritano, o cearense Chico Anysio morreu,
ontem, aos 80 anos "
" Uma vez estrela, sempre estrela "
" Depois de meses de lutas por mais um dia e mais um sorriso, o mito Chico Anysio faleceu ontem, deixando o Brasil órfão do humor "Em agosto do ano passado, Chico Anysio foi internado para a retirada de parte de seu intestino grosso, após ter sido vitimado por uma hemorragia digestiva. Os 19 dias internado foram os primeiros de uma série, que infelizmente foi retomada em dezembro para uma angioplastia (desobstrução das artérias), seguido de um diagnóstico de tamponamento cardíaco. Foram quase quatro meses de internação, entre melhoras e pioras, desde 2 de dezembro até a alta, no dia 21 de fevereiro último.
Em 2011, ele fez uma angioplastia para desobstruir uma artéria coronariana e teve uma série de complicações. Acabou internado por 120 dias, esteve em coma três vezes e em todas, foi desenganado. Respirou com ajuda de aparelhos, foi submetido a uma traqueostomia. Antes, já tinha passado pelo hospital duas vezes em 2010 com problemas respiratórios.
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o homem por trás do mito, nasceu em Maranguape em 12 de abril de 1931. A família enriqueceu, veio para Fortaleza, mas um incêndio acabou com a curta fase áurea. O patriarca, com vergonha da decadência, foi batalhar no Maranhão e mandou a família para uma pensão no Rio de Janeiro. Foi lá que, sem querer, ele entrou para a Rádio Guanabara e se tornou artista. A história é conhecida. Chico ia jogar bola com a turma da rua, parou em casa para buscar um par de tênis, cruzou com a irmã de saída para um teste na rádio e deu-se a grande virada.
Chico sempre foi meio workaholic. “A aposentadoria é a antessala da morte”, dizia. O cearense foi, aos pouco, “se multifacetando”, ganhando público e fama, principalmente ao enveredar para a TV e criar alguns dos personagens mais marcantes do humor brasileiro. Falar dos filhos de Chico não é apenas falar dos também humoristas Bruno Mazzeo, André Lucas e Nizo Neto, do ator Lug de Paula ou de Ricardo, Cícero, Rodrigo, Vitória. Se esses eram frutos do viver, frutos do pensar foram Alberto Roberto, Painho, Coalhada, Professor Raimundo, Pantaleão, Primo Rico e pelo menos outros duzentos e tantos tipos imortalizadas na televisão, rádio ou cinema. Porque Chico Anysio fez de tudo.
De radialista da Rádio Guanabara – ao lado de um Sílvio Santos também em início de carreira – a ator da Atlântida. De ator de cinema, a humorista na TV Rio, numa carreira iniciada no Noite de gala, em 1957, e que seguiu até 2011 no Zorra Total. O ápice foi naqueles programas que vinham com sua assinatura e seus tipos, como Chico City (1973-80), Chico Anysio Show (1982-90) e Escolinha do Professor Raimundo (1990-2002). Além disso, foi dublador, poeta, compositor, pintor... Foi tudo.
Sem Chico Anysio, ninguém reclamaria do trabalho, dizendo “E o salário, ó!”, ao estilo Professor Raimundo. Sem ele, ninguém poderia se dizer um “símbalo sescual”, tal Alberto Roberto. Eis que chegou o dia de quem mais fez rir permitir o brotar de lágrimas. O dia de olharmos o céu e lamentar o brilho que sua graça faria nascer. Resta puxar pela memória, e sorrir, sozinho, com o Chico que cada um guardou para si.
O VELÓRIO DO HUMORISTA ACONTECE HOJE NO THEATRO MUNICIPAL DO RIO.
O CORPO SERÁ CREMADO AMANHÃ, NO CEMITÉRIO DO CAJU. NO CEARÁ, FOI DECRETADO LUTO DE TRÊS DIAS "
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