SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

segunda-feira, 17 de março de 2014

LUIS-SÉRGIO SANTOS LANÇA MAIS UM LIVRO




Hoje comprei o número 1 da nova edição de Elio Gaspari pela Intrínseca, As ilusões armadas. Gaspari começou no jornalismo tendo Rui Facó  como tutor como relato na Biografia de Rui que será lançada na segunda-feira, 17. Gaspari é uma das fontes primárias do livro. Avesso a entrevistas, só falou porque era sobre Rui. -- http://www.revistafale.com.br/blog/omnimian/?p=418






" Literatura "

" A causa que moveu uma vida"


" Biografia do jornalista e escritor cearense Rui Facó (1913-1963) é lançada hoje, na Assembleia Legislativa "


" Uma trajetória firme e coerente, marcada por uma militância ativa, envolvimento político, formação intelectual e dedicação produtiva, tudo em prol de uma causa: a igualdade entre os homens. Essa é síntese da obra e da vida do jornalista e escritor cearense Rui Facó (1913 - 1963), como se revê na biografia "Rui Facó - O Homem e Sua Missão", do jornalista e editor Luís-Sérgio Santos, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"O título remete à ideia de que a vida dele foi toda voltada para um engajamento consistente, que nos lembra a expressão de Antonio Gramsci de 'intelectual orgânico', aquele alinhamento ortodoxo que faz a parte se fundir no todo", explica autor da obra, que será lançada, hoje, no Auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa.

Pesquisa

A pesquisa para a biografia durou 10 anos. Foi iniciada em 2003 e só concluída ano passado, justamente no centenário de nascimento do homenageado. O envolvimento do biógrafo com o seu biografado, contudo, data de muito tempo antes.
Segundo Luís-Sérgio Santos, Rui Facó era um "velho conhecido". Ele era o personagem de histórias que o jornalista ouvia a mãe contar. Ela conviveu com o intelectual comunista, tanto que sua irmã mais nova, Ana Facó, era amiga da família e foi madrinha de batismo de Santos.
Um segundo reencontro com Facó foi determinante para o projeto da biografia. Após se graduar em Comunicação Social, o jornalista leu a obra mais conhecida de Rui Facó, "Cangaceiros e Fanáticos". O estudo foi publicado só depois da morte do intelectual, mas tornou-se uma referência sobre a relação entre a religiosidade popular e o banditismo social - tanto que teria sido uma das fontes de inspiração de Glauber Rocha, no filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol". Da leitura deste livro, veio o desejo de Santos de recuperar a história deste autor cearense, importante, mas pouco lembrado.

Trajetória

Para mostrar ao leitor a importância do biografado, Luís-Sérgio Santos escolheu começar o livro pelo fim da vida do intelectual. Rui Facó morreu em um acidente aéreo, na Cordilheira dos Andes, em 1963. O biógrafo recupera não apenas o episódio como a repercussão a ele. Os contemporâneos atestavam a relevância do trabalho de Facó e a dedicação férrea à sua causa. Seus inéditos despertam interesse e, como se viu, um clássico do pensamento sobre o Nordeste saiu desse material.
A partir daí, se desenvolvem capítulos contando a história de Rui Facó, desde suas origens na zona rural de Beberibe. Nascido a 4 de outubro de 1913 em Beberibe, em uma família de classe média baixa, logo ele teve que trabalhar para pagar os seus estudos. Foi assim que o jovem Rui iniciou sua vida na imprensa cearense, na redação do jornal O Unitário. Ele também entra na vida acadêmica, sendo aprovado para cursar Faculdade de Direito, satisfazendo o desejo dos pais de vê-lo formado. Mergulhado em ambientes intelectuais de trabalho e estudo, Rui Facó não demorou a adentrar também no mundo da político, filiando-se ao Partido Comunista.
Ideologia
As perseguições ideológicas que encontrou em Fortaleza obrigaram Facó a deixar o Ceará, rumar a Bahia, onde não deixou de reintegrar-se nas atividades políticas e profissionais. Em Salvador finalizou o curso de Direito, interrompido pela mudança, e encontrou no trabalho dos Diários Associados a verdadeira paixão pelo ofício de repórter. Os anos do Estado Novo, iniciados em 1937, limitaram ao máximo a militância de Facó, levando-o inclusive à prisão. A repressão, contudo, não o afastou de sua causa.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a redemocratização e a volta à legalidade do Partido Comunista, Rui Facó se mudou para o Rio de Janeiro com a família, tornando-se secretário do jornal de esquerda A Classe Operária. Em 1952, partiu para a União Soviética, onde continuou a sua atividade jornalística na Rádio Moscou. Na URSS, pôde compreender não só os êxitos do modelo socialista, mas também os erros e prejuízos causados pela doutrina de culto à personalidade, tema que centralizou suas pesquisas futuras.
Rui Facó morreu às vésperas de seu cinquentenário. Seu livro de maior referência, "Cangaceiros e Fanáticos", foi no ano de sua morte. Nele, Facó historiciza e analisa grandes marcos da história brasileira protagonizados no seio agreste do Nordeste, como o cangaço atrelado à religião e os movimentos populares de Canudos, Contestado e Juazeiro. Outra obra de destaque do autor, traduzida para idiomas como espanhol, russo, italiano e tcheco, é "Brasil Século XX". Ela foi escrita a pedido de uma editora argentina. No livro, Facó aborda alguns problemas da formação social do Brasil, baseando-se em episódios marcantes de nossa história."


Mais informações


Lançamento do livro “Rui Facó – O Homem e Sua Missão”.
Hoje, às 19h no Auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa (Av. Desembargador Moreira, 2807)
Contato: (85)3277.2500
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/a-causa-que-moveu-uma-vida-1.845572

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