SOU DO CEARÁ
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
50 ANOS DA DITADURA MILITAR
“Faço política da memória, a luta pelos direitos dos perseguidos políticos”.
( Mário Albuquerque )
“Continuo estudante. E, como estudante, continuo protestando”.
( Fabiani Cunha )
LEIA MAIS NO JORNAL O POVO DE HOJE
http://www.opovo.com.br/app/opovo/dom/2014/03/29/noticiasjornaldom,3228052/na-prisao-ele-fez-amizade-com-passaros.shtml
sábado, 29 de março de 2014
POESIA CEARENSE
DECISÃO
Enquanto
no meu país
existir
fome
desemprego
homens sem terras
corrupção
exploração do homem
pelo homem
meu poema
será de combate
cada verso guerrilheiro
empunhará na consciência
do meu povo
o fuzil
da resistência
a bandeira da liberdade.
AURIBERTO CAVALCANTE
IN: " BERROS "
PÁG. 12
sexta-feira, 28 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
SENADORES DA OPOSIÇÃO PROTOCOLAM PEDIDO PARA CRIAR CPI DA PETROBRAS
" Senado: oposição protocola requerimento para criar CPI da Petrobras "
- Brasília
Karine Melo e Carolina Gonçalves - Repórteres da Agência Brasil
Edição: Talita Cavalcante
A primeira é a conferência das assinaturas pela da Mesa Diretora da Casa. Caso não haja problemas, a leitura do requerimento deve ser feita pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante a Ordem do Dia da Casa. No dia da leitura do requerimento, os senadores têm até a meia-noite para retirar o apoio à iniciativa. “Acredito na respeitabilidade dos senadores que assinaram. Não creio que se retirem assinaturas. Seria uma desmoralização completa de quem retirasse assinaturas”, disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
Saiba Mais
Além de investigar a compra da refinaria de Pasadena no Texas (EUA), os senadores querem que a comissão apure também os indícios de pagamento de propina a funcionários da estatal pela companhia holandesa SMB Offshore para obtenção de contratos com a Petrobras. O grupo vai apurar também a denúncia de que plataformas são lançadas ao mar sem equipamentos de segurança necessários e se há superfaturamento na construção de refinarias.
“O objetivo da CPI não é buscar prejudicar uma empresa importante para o país, é salvá-la. Sobretudo apontando esses erros, esses desvios, essas contradições visíveis e tentando retomar o caminho da competência. São negócios de valores expressivos tratados como se fossem migalhas”, ressaltou Alvaro Dias.
Na Câmara, partidos de oposição também tentam criar uma comissão de inquérito para investigar as denúncias e mantêm esforços para a coleta do mínimo de 171 assinaturas para instauração. Se conseguirem o apoio necessário, um projeto de resolução tem de ser apresentado em plenário para que a comissão seja instalada automaticamente, passando à frente de dez CPIs que aguardam instalação.
De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, ainda não foi protocolado qualquer documento confirmando as assinaturas. Mas, parlamentares de oposição ao governo tentam também instalar uma comissão mista de inquérito (CPMI) que exige o mesmo número mínimo de nomes de deputados além da assinatura de, pelo menos, 27 senadores.
Ontem, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), anunciou no plenário da Câmara que a oposição conseguiu 173 assinaturas de deputados no requerimento para a criação da CPMI. Os pedidos são apresentados separadamente. Para uma comissão mista, os parlamentares terão que apresentar um documento específico tratando do envolvimento de senadores e deputados na investigação à Mesa do Senado."
FONTE: AGÊNCIA BRASIL
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-03/senado-oposicao-protocola-requerimento-para-criar-cpi-da-petrobras
POPULARIDADE DE DILMA CAI
FOTO: GOOGLE
" Popularidade do governo Dilma cai de 43% para 36% "
" A popularidade do governo da
presidenta Dilma Rousseff caiu em março, na comparação com novembro do
ano passado, segundo indicadores da pesquisa CNI-Ibope divulgada hoje
(27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o
levantamento, o percentual da população que avalia o governo dela como
ótimo ou bom caiu de 43% para 36%. A aprovação da maneira de governar
caiu de 56% para 51% no mesmo período.
De acordo com a CNI, a parcela da população que confia na presidenta caiu de 52% para 48%, mas essa diferença está, segundo a entidade, no limite da margem de erro. A pesquisa CNI-Ibope fez 2002 entrevistas em 141 municípios, entre os dias 14 e 17 de março."
FONTE: AGÊNCIA BRASIL
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-03/popularidade-do-governo-dilma-cai-de-43-para-36
" Popularidade do governo Dilma cai de 43% para 36% "
- Brasília
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
Edição: Denise Griesinger
De acordo com a CNI, a parcela da população que confia na presidenta caiu de 52% para 48%, mas essa diferença está, segundo a entidade, no limite da margem de erro. A pesquisa CNI-Ibope fez 2002 entrevistas em 141 municípios, entre os dias 14 e 17 de março."
FONTE: AGÊNCIA BRASIL
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-03/popularidade-do-governo-dilma-cai-de-43-para-36
quarta-feira, 26 de março de 2014
A PETROBRAS É NOSSA
CHARGE: CLAYTON - JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/charges/2014/03/26/noticiasjornalcharge,3226213/charge-clayton-26-03-2014.shtml
terça-feira, 25 de março de 2014
LIBERDADE
CHARGE: CLAYTON - JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/charges/2014/03/25/noticiasjornalcharge,3225705/charge-clayton-25-03-2014.shtml
http://www.opovo.com.br/app/opovo/charges/2014/03/25/noticiasjornalcharge,3225705/charge-clayton-25-03-2014.shtml
segunda-feira, 24 de março de 2014
VIOLÊNCIA SEM FIM - CEARÁ APAVORADO
" O FIM DE SEMANA MAIS VIOLENTO "
" Foi no fim de semana mais violento do ano em Fortaleza e Região Metropolitana que Raphael Lopes, 27, não resistiu à bala algoz de sua vida. Na volta para casa após um luau em Aquiraz na madrugada de ontem, o carro onde o jovem estava com quatro amigos foi interceptado por bandidos no Conjunto São Miguel, território historicamente assolado pelo conflito de gangues.
Uma barricada de pedras era o prelúdio do assalto, não concretizado porque o motorista transpôs o obstáculo e acelerou em fuga. No revide dos bandidos, oito projéteis acertaram o veículo. Um deles passou de raspão em Raphael. Outro acertou-lhe o peito. Da 0 hora de sexta-feira, 21, às 18 horas de ontem, mais 38 pessoas haviam morrido pelo uso de armas de fogo na Capital e cidades adjacentes. Contabilizados outros tipos de óbito, o total vai a 67. E tende a aumentar, quado consideradas as ocorrências registradas nas seis horas restantes do dia.
O POVO chegou aos números acessando relatórios da Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) publicados na Internet e ouvindo fontes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). Os 39 óbitos à bala fazem os últimos três dias mais violentos até do que o fim de semana do Carnaval, quando as mortes por arma de fogo foram 23 na Região. (ver gráfico abaixo)
Conforme O POVO mostrou em reportagem especial no último dia 17, armas de fogo foram os vetores de 83% das 772 mortes violentas do Ceará acontecidas entre janeiro e fevereiro deste ano. E as vítimas preferenciais tinham justamente o perfil de Raphael. Eram homens, jovens e moradores de periferia. “Ele era 100%! Com ele, não tinha tempo ruim. Quando a pessoa é direita, você nunca pensa que vai acontecer isso, né?”, lamentou o representante comercial Luís Sampaio, 38. A amizade entre ele e Raphael durou 12 anos.
A família era só silêncio no velório montado na sala da casa da avó, Elvira, lugar onde Raphael nasceu e se fez gente. A casa dista duas quadras de onde ele morava com os pais. E fica a 1,5 quilômetro do local onde o tiro atingiu-o sem chance de socorro no Frotinha de Messejana.
Vizinhos e amigos eram inconformismo. E a boa lembrança de um jovem que chegou a cursar o ensino superior, trabalhava num depósito de bebidas e tinha planos de mudar de emprego muito em breve. “Ele era um menino calmo. Não gostava de confusão. Era alegre e brincalhão. Uma pessoa como ele é difícil de encontrar hoje em dia. Ainda não estou acreditando”, declarou a serviços gerais e amiga da família Neide Pinheiro, 45.
Investigação
Até o fechamento da matéria, ninguém havia sido preso pela morte de Raphael. E a Polícia ainda não tinha pistas dos assassinos. O inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as investigações serão retomadas hoje.
Raphael Lopes foi enterrado ainda ontem, no cemitério Memorial Fortaleza. O sepultamento ocorreu minutos após uma vizinha dele explicar ao filho pequeno, no colo, que o jovem fora “para a vida eterna.”
“Ele morreu?”, questionou o garoto. “Morreu. Foi gente ruim, sem coração, que fez isso”. “A senhora tem bom coração, mãe?”. “Acho que tenho. E você também. A gente tem que amar. Tem que amar, viu?”, arrematou. Porque tragédias nos permitem lições."
(Colaborou Demitri Túlio)
FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2014/03/24/noticiasjornalcotidiano,3224957/39-mortes-a-bala-no-fim-de-semana-mais-violento-do-ano.shtml
" 39 mortes à bala no fim de semana mais violento do ano "
" De sexta-feira às 18 horas de ontem, Fortaleza e
Região Metropolitana registraram 67 assassinatos, 39 dos quais à bala. O
índice supera até o fim de semana do Carnaval. A vida de Raphael Lopes
foi uma das interrompidas "
" 39 mortes à bala no fim de semana mais violento do ano "" De sexta-feira às 18 horas de ontem,
Fortaleza e Região Metropolitana registraram 67 assassinatos, 39 dos
quais à bala. O índice supera até o fim de semana do Carnaval. A vida de
Raphael Lopes foi uma das interrompidas "
" Foi no fim de semana mais violento do ano em Fortaleza e Região Metropolitana que Raphael Lopes, 27, não resistiu à bala algoz de sua vida. Na volta para casa após um luau em Aquiraz na madrugada de ontem, o carro onde o jovem estava com quatro amigos foi interceptado por bandidos no Conjunto São Miguel, território historicamente assolado pelo conflito de gangues.
Uma barricada de pedras era o prelúdio do assalto, não concretizado porque o motorista transpôs o obstáculo e acelerou em fuga. No revide dos bandidos, oito projéteis acertaram o veículo. Um deles passou de raspão em Raphael. Outro acertou-lhe o peito. Da 0 hora de sexta-feira, 21, às 18 horas de ontem, mais 38 pessoas haviam morrido pelo uso de armas de fogo na Capital e cidades adjacentes. Contabilizados outros tipos de óbito, o total vai a 67. E tende a aumentar, quado consideradas as ocorrências registradas nas seis horas restantes do dia.
O POVO chegou aos números acessando relatórios da Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) publicados na Internet e ouvindo fontes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). Os 39 óbitos à bala fazem os últimos três dias mais violentos até do que o fim de semana do Carnaval, quando as mortes por arma de fogo foram 23 na Região. (ver gráfico abaixo)
Conforme O POVO mostrou em reportagem especial no último dia 17, armas de fogo foram os vetores de 83% das 772 mortes violentas do Ceará acontecidas entre janeiro e fevereiro deste ano. E as vítimas preferenciais tinham justamente o perfil de Raphael. Eram homens, jovens e moradores de periferia. “Ele era 100%! Com ele, não tinha tempo ruim. Quando a pessoa é direita, você nunca pensa que vai acontecer isso, né?”, lamentou o representante comercial Luís Sampaio, 38. A amizade entre ele e Raphael durou 12 anos.
A família era só silêncio no velório montado na sala da casa da avó, Elvira, lugar onde Raphael nasceu e se fez gente. A casa dista duas quadras de onde ele morava com os pais. E fica a 1,5 quilômetro do local onde o tiro atingiu-o sem chance de socorro no Frotinha de Messejana.
Vizinhos e amigos eram inconformismo. E a boa lembrança de um jovem que chegou a cursar o ensino superior, trabalhava num depósito de bebidas e tinha planos de mudar de emprego muito em breve. “Ele era um menino calmo. Não gostava de confusão. Era alegre e brincalhão. Uma pessoa como ele é difícil de encontrar hoje em dia. Ainda não estou acreditando”, declarou a serviços gerais e amiga da família Neide Pinheiro, 45.
Investigação
Até o fechamento da matéria, ninguém havia sido preso pela morte de Raphael. E a Polícia ainda não tinha pistas dos assassinos. O inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as investigações serão retomadas hoje.
Raphael Lopes foi enterrado ainda ontem, no cemitério Memorial Fortaleza. O sepultamento ocorreu minutos após uma vizinha dele explicar ao filho pequeno, no colo, que o jovem fora “para a vida eterna.”
“Ele morreu?”, questionou o garoto. “Morreu. Foi gente ruim, sem coração, que fez isso”. “A senhora tem bom coração, mãe?”. “Acho que tenho. E você também. A gente tem que amar. Tem que amar, viu?”, arrematou. Porque tragédias nos permitem lições."
(Colaborou Demitri Túlio)
FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2014/03/24/noticiasjornalcotidiano,3224957/39-mortes-a-bala-no-fim-de-semana-mais-violento-do-ano.shtml
domingo, 23 de março de 2014
INSEGURANÇA GERA VIOLÊNCIA NO CEARÁ
" Sinpol denuncia que Divisão de Homicídios repassa investigações para distritais "
" O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol/CE) realizou neste domingo (23), no bairro de Fátima, uma manifestação em frente à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A ação dá continuidade ao movimento de paralisações em dias alternados, decidido pela categoria, durante assembleia realizada na segunda-feira (17).
Segundo o sindicato, a manifestação é denominada “Operação Elefante Branco”. “A Divisão de Homicídios não está investigado. Todos os assassinatos ocorridos na Capital e Região Metropolitana agora são direcionados as distritais. Qual a utilidade do prédio? Será apenas para deixar o cearense encantado?”, criticou o presidente do Sinpol/CE, Gustavo Simplício.
De acordo com o sindicato, os policiais de plantão na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa puderam sair normalmente para coletar informações de crimes. “Queremos a sociedade do nosso lado, portanto, decidimos não paralisar as atividades na DHPP. Contudo, nosso ato continuará por tempo indeterminado”, comentou Gustavo Simplício."
(com informações da Pont’Informação)
FONTE: BLOG DO ELIOMAR DE LIMA
http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar
EVANGELHO DE DOMINGO DIA 23 DE MARÇO DE 2014
Evangelho - Jo 4,5-42
" Uma fonte de água que jorra para a vida eterna."
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 4,5-42
5Jesus chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar,
perto do terreno que Jacó tinha dado ao seu filho José.
6Era aí que ficava o poço de Jacó.
Cansado da viagem, Jesus sentou-se junto ao poço.
Era por volta do meio-dia.
7Chegou uma mulher da Samaria para tirar água.
Jesus lhe disse: 'Dá-me de beber'.
8Os discípulos tinham ido à cidade
para comprar alimentos.
9A mulher samaritana disse então a Jesus:
'Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber
a mim, que sou uma mulher samaritana?'
De fato, os judeus não se dão com os samaritanos.
10Respondeu-lhe Jesus:
'Se tu conhecesses o dom de Deus
e quem é que te pede: 'Dá-me de beber`,
tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva.'
11A mulher disse a Jesus:
'Senhor, nem sequer tens balde e o poço é fundo.
De onde vais tirar a água viva?
12Por acaso, és maior que nosso pai Jacó,
que nos deu o poço e que dele bebeu,
como também seus filhos e seus animais?'
13Respondeu Jesus:
'Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo.
14Mas quem beber da água que eu lhe darei,
esse nunca mais terá sede.
E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de
água que jorra para a vida eterna.'
15A mulher disse a Jesus:
'Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais
sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la.'
16Disse-lhe Jesus:
'Vai chamar teu marido e volta aqui'.
17A mulher respondeu: 'Eu não tenho marido'.
Jesus disse:
'Disseste bem, que não tens marido,
18pois tiveste cinco maridos,
e o que tens agora não é o teu marido.
Nisso falaste a verdade.'
19A mulher disse a Jesus:
'Senhor, vejo que és um profeta!
20Os nossos pais adoraram neste monte
mas vós dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar'.
21Disse-lhe Jesus: 'Acredita-me, mulher:
está chegando a hora em que nem neste monte,
nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22Vós adorais o que não conheceis.
Nós adoramos o que conhecemos,
pois a salvação vem dos judeus.
23Mas está chegando a hora, e é agora,
em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e verdade.
De fato, estes são os adoradores que o Pai procura.
24Deus é espírito e aqueles que o adoram
devem adorá-lo em espírito e verdade.'
25A mulher disse a Jesus:
'Sei que o Messias (que se chama Cristo) vai chegar.
Quando ele vier,
vai nos fazer conhecer todas as coisas'.
26Disse-lhe Jesus:
'Sou eu, que estou falando contigo'.
27Nesse momento, chegaram os discípulos e ficaram
admirados de ver Jesus falando com a mulher.
Mas ninguém perguntou: 'Que desejas?'
ou: 'Por que falas com ela?'
28Então a mulher deixou o seu cântaro
e foi à cidade, dizendo ao povo:
29'Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz.
Será que ele não é o Cristo?'
30O povo saiu da cidade e foi ao encontro de Jesus.
31Enquanto isso, os discípulos insistiam
com Jesus, dizendo: 'Mestre, come'.
32Jesus, porém disse-lhes:
'Eu tenho um alimento para comer que vós não
conheceis'.
33Os discípulos comentavam entre si:
'Será que alguém trouxe alguma coisa para ele comer?'
34Disse-lhes Jesus:
'O meu alimento é fazer a vontade daquele
que me enviou e realizar a sua obra.
35Não dizeis vós:
`Ainda quatro meses, e aí vem a colheita!`
Pois eu vos digo: Levantai os olhos e vede os campos:
eles estão dourados para a colheita!
36O ceifeiro já está recebendo o salário,
e recolhe fruto para a vida eterna.
Assim, o que semeia se alegra junto com o que colhe.
37Pois é verdade o provérbio que diz:
`Um é o que semeia e outro o que colhe`.
38Eu vos enviei para colher aquilo que não trabalhastes.
Outros trabalharam e vós entrastes no trabalho deles.'
39Muitos samaritanos daquela cidade abraçaram a fé em
Jesus, por causa da palavra da mulher que testemunhava:
`Ele me disse tudo o que eu fiz.`
40Por isso, os samaritanos vieram ao encontro de Jesus
e pediram que permanecesse com eles.
Jesus permaneceu aí dois dias.
41E muitos outros creram por causa da sua palavra.
42E disseram à mulher:
'Já não cremos por causa das tuas palavras,
pois nós mesmos ouvimos e sabemos,
que este é verdadeiramente o salvador do mundo."
Palavra da Salvação.
quarta-feira, 19 de março de 2014
DIA DE SÃO JOSÉ
" Haverá comemorações na Capital e região metropolitana. Os festejos tiveram início no último dia 9 "
" Em Fortaleza, a procissão em homenagem ao santo sairá da Catedral
às 17h. Depois, haverá concelebração solene realizada pelo arcebispo
dom José Antônio
Os devotos poderão participar de quatro missas temáticas durante o dia. Às 8h30, será celebrada a Missa dos Enfermos, às 10h, Missa dos Josés, às 12h, Missa e Consagração das Crianças e Adolescentes à Nossa Senhora, e às 16h, Missa das Famílias. Em seguida, haverá a procissão de São José, às 17h. Após o cortejo, às 18h30, o arcebispo da Capital, dom José Antônio Aparecido Tosi, fará uma concelebração solene em homenagem ao padroeiro.
A festividade acontecerá em outras oito igrejas do Estado, cada uma com sua programação, que acontece de forma diversificada. Na Paróquia São José, no Papicu, a festa tem o tema "São José Liberta-nos da nossa Escravidão". Hoje, acontece das 7h às 8h, apresentação da Banda da Policia Militar; às 8h, Missa de cura e libertação; às 17h, Procissão e Missa Campal.
A Capela São José, no bairro Itapery, terá, às 8h, missa de São José presidida pelo padre Josieldo; às 17h, procissão; e às 18h30, missa de encerramento dos festejos presidida pelo padre Ruy. Na Paróquia São José, em Maracanaú, às 7h e às 9h, acontecem a Santa Missa, às 17h haverá Procissão e, em seguida, mais uma Santa Missa.
A Paróquia S. Francisco de Assis também realizará festejos. Às 6h, começa a Santa Missa na Rua Nova Olinda. Às 8h30, haverá a Celebração da Palavra para as crianças na Capela Sta. Terezinha e momento de lazer e confraternização para as crianças do Moura Brasil. Já às 17h30, haverá Santa Missa na Igreja de N. Sra. Dos Navegantes, enquanto às 18h30 tem início a Procissão de São José saindo da Igreja dos Navegantes até a praça da Vila São José. Às 19h, acontece a Missa Solene de encerramento.
Na Paróquia São José, no bairro Alto Luminoso, em Cascavel, o tema da celebração será "Com São José, Esposo humilde, justo e fiel, a esperança em Cristo nos renova". Hoje, a programação começa às 4h30, com caminhada, e encerra-se às 19h, com a Santa Missa, presidida pelos padres Aldenor e Moacir.
Padroeiro
São José, segundo o Novo Testamento, era o marido de Maria e o pai de Jesus. Operário, é tido como "Padroeiro dos Trabalhadores", e, pela fidelidade à sua esposa e dedicação paternal a Jesus, como "Padroeiro das Famílias". Segundo a tradição popular cearense, se até esse dia houver chuva, a estação chuvosa estará garantida. Do contrário, a seca continuará.
SAIBA MAIS
Programação de hoje na Catedral Metropolitana de Fortaleza
8h30 Missa dos Enfermos
10h Missa dos Josés
12h Missa e Consagração das Crianças e Adolescentes a Nossa Senhora
16h Missa das Famílias
17h Procissão de São José
18h30 Concelebração solene presidida por Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques, arcebispo de FortalezaEm Aquiraz, na Paróquia São José de Ribamar, as comemorações, que iniciaram no dia 9 de março, encerram-se no dia 19, na festa com a Procissão de São José e as Imagens dos Padroeiros das Comunidades.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/paroquias-festejam-data-com-missas-e-procissoes-1.848060
SÃO JOSÉ O PAI DE JESSUS E DA IGREJA
CHARGE: CLAYTON - JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/charges/2014/03/19/noticiasjornalcharge,3222617/charge-clayton-19-03-2014.shtml
terça-feira, 18 de março de 2014
PENSE NISTO...
CHARGE: CLAYTON - JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/charges/2014/03/18/noticiasjornalcharge,3222078/charge-clayton-18-03-2014.shtml
http://www.opovo.com.br/app/opovo/charges/2014/03/18/noticiasjornalcharge,3222078/charge-clayton-18-03-2014.shtml
segunda-feira, 17 de março de 2014
LUIS-SÉRGIO SANTOS LANÇA MAIS UM LIVRO
" Literatura "
" A causa que moveu uma vida"
" Uma trajetória firme e coerente, marcada por uma militância ativa, envolvimento político, formação intelectual e dedicação produtiva, tudo em prol de uma causa: a igualdade entre os homens. Essa é síntese da obra e da vida do jornalista e escritor cearense Rui Facó (1913 - 1963), como se revê na biografia "Rui Facó - O Homem e Sua Missão", do jornalista e editor Luís-Sérgio Santos, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"O título remete à ideia de que a vida dele foi toda voltada para um engajamento consistente, que nos lembra a expressão de Antonio Gramsci de 'intelectual orgânico', aquele alinhamento ortodoxo que faz a parte se fundir no todo", explica autor da obra, que será lançada, hoje, no Auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa.
Pesquisa
A pesquisa para a biografia durou 10 anos. Foi iniciada em 2003 e só concluída ano passado, justamente no centenário de nascimento do homenageado. O envolvimento do biógrafo com o seu biografado, contudo, data de muito tempo antes.
Segundo Luís-Sérgio Santos, Rui Facó era um "velho conhecido". Ele era o personagem de histórias que o jornalista ouvia a mãe contar. Ela conviveu com o intelectual comunista, tanto que sua irmã mais nova, Ana Facó, era amiga da família e foi madrinha de batismo de Santos.
Um segundo reencontro com Facó foi determinante para o projeto da biografia. Após se graduar em Comunicação Social, o jornalista leu a obra mais conhecida de Rui Facó, "Cangaceiros e Fanáticos". O estudo foi publicado só depois da morte do intelectual, mas tornou-se uma referência sobre a relação entre a religiosidade popular e o banditismo social - tanto que teria sido uma das fontes de inspiração de Glauber Rocha, no filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol". Da leitura deste livro, veio o desejo de Santos de recuperar a história deste autor cearense, importante, mas pouco lembrado.
Trajetória
Para mostrar ao leitor a importância do biografado, Luís-Sérgio Santos escolheu começar o livro pelo fim da vida do intelectual. Rui Facó morreu em um acidente aéreo, na Cordilheira dos Andes, em 1963. O biógrafo recupera não apenas o episódio como a repercussão a ele. Os contemporâneos atestavam a relevância do trabalho de Facó e a dedicação férrea à sua causa. Seus inéditos despertam interesse e, como se viu, um clássico do pensamento sobre o Nordeste saiu desse material.
A partir daí, se desenvolvem capítulos contando a história de Rui Facó, desde suas origens na zona rural de Beberibe. Nascido a 4 de outubro de 1913 em Beberibe, em uma família de classe média baixa, logo ele teve que trabalhar para pagar os seus estudos. Foi assim que o jovem Rui iniciou sua vida na imprensa cearense, na redação do jornal O Unitário. Ele também entra na vida acadêmica, sendo aprovado para cursar Faculdade de Direito, satisfazendo o desejo dos pais de vê-lo formado. Mergulhado em ambientes intelectuais de trabalho e estudo, Rui Facó não demorou a adentrar também no mundo da político, filiando-se ao Partido Comunista.
Ideologia
As perseguições ideológicas que encontrou em Fortaleza obrigaram Facó a deixar o Ceará, rumar a Bahia, onde não deixou de reintegrar-se nas atividades políticas e profissionais. Em Salvador finalizou o curso de Direito, interrompido pela mudança, e encontrou no trabalho dos Diários Associados a verdadeira paixão pelo ofício de repórter. Os anos do Estado Novo, iniciados em 1937, limitaram ao máximo a militância de Facó, levando-o inclusive à prisão. A repressão, contudo, não o afastou de sua causa.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a redemocratização e a volta à legalidade do Partido Comunista, Rui Facó se mudou para o Rio de Janeiro com a família, tornando-se secretário do jornal de esquerda A Classe Operária. Em 1952, partiu para a União Soviética, onde continuou a sua atividade jornalística na Rádio Moscou. Na URSS, pôde compreender não só os êxitos do modelo socialista, mas também os erros e prejuízos causados pela doutrina de culto à personalidade, tema que centralizou suas pesquisas futuras.
Rui Facó morreu às vésperas de seu cinquentenário. Seu livro de maior referência, "Cangaceiros e Fanáticos", foi no ano de sua morte. Nele, Facó historiciza e analisa grandes marcos da história brasileira protagonizados no seio agreste do Nordeste, como o cangaço atrelado à religião e os movimentos populares de Canudos, Contestado e Juazeiro. Outra obra de destaque do autor, traduzida para idiomas como espanhol, russo, italiano e tcheco, é "Brasil Século XX". Ela foi escrita a pedido de uma editora argentina. No livro, Facó aborda alguns problemas da formação social do Brasil, baseando-se em episódios marcantes de nossa história."
Mais informações
Lançamento do livro “Rui Facó – O Homem e Sua Missão”.
Hoje, às 19h no Auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa (Av. Desembargador Moreira, 2807)
Hoje, às 19h no Auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa (Av. Desembargador Moreira, 2807)
Contato: (85)3277.2500
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/a-causa-que-moveu-uma-vida-1.845572
domingo, 16 de março de 2014
EVANGELHO DE DOMINGO DIA 16 DE MARÇO DE 2014
A transfiguração - Mt 17,1-9
Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os fez subir a um lugar retirado, numa alta montanha. E foi transfigurado diante deles: seu rosto brilhou como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro, então, tomou a palavra e lhe disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”. Ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E, da nuvem, uma voz dizia: “Este é o meu filho amado, nele está meu pleno agrado: escutai-o!” Ouvindo isto, os discípulos caíram com o rosto em terra e ficaram muito assustados. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, não tenhais medo”. Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus recomendou-lhes: “Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.FONTE: PORTAL PAULINAS ONLINE
https://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho
sábado, 15 de março de 2014
HÁ 20 ANOS DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER ERA SEQUESTRADO
" 20 anos "
" Sequestro é marco no sistema prisional"
" Dom Aloísio Lorscheider, então arcebispo da Capital, foi refém durante 20 horas em rebelião no IPPS "
" O fato, noticiado pelo Diário do Nordeste em 1994,teve repercussão internacional
Depois, soube não ser uma faca, mas um "cossoco" - arma artesanal produzida pelos presos - encostada no corpo daquele que era uma referência religiosa mundial. Era 10h30, e se estabelecia ali um marco. O sequestro de dom Aloísio, na época, com 70 anos, divide o antes e o depois da história do sistema prisional do Ceará. Ele e outras 12 pessoas foram feitos reféns, dando início a uma rebelião com mais de 20 horas de negociação, repercussão mundial, imagens e episódios tão fortes que permanecem no imaginário popular até agora.
A visita pastoral começou às 9h. Uma comissão de 20 pessoas, entre religiosos e defensores dos direitos humanos - além da imprensa - queria apurar denúncias de superlotação, maus-tratos e outras violações. Depois, todos no auditório, três presos subiram ao palco. Antônio Carlos Barbosa, o Carioca, imobilizou dom Aloísio. Os outros dois dominaram os então bispos auxiliares, dom Edmilson Cruz e dom Geraldo Barbosa, e o então vigário Episcopal de Fortaleza, hoje arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto.
Houve troca de tiros. Os detentos não amotinados foram para suas celas e quem não conseguiu sair do auditório foi instruído pelos policiais para deitar no chão. Assim fiz. Fiquei próximo ao soldado Demétrio Costa Araújo, que acabou baleado na perna. Rastejando, seguimos para um dos vão do palco do meu lado direito. Lá, já estava a maioria dos reféns que até então só se protegiam do tiroteio. Minutos depois, presos trouxeram os padres e o último entrou com dom Aloísio Lorscheider, fechando a porta atrás de si.
Carioca liderava os outros 14 detentos rebelados. Antes, na troca de tiros, morreu o preso Pedro Cosme Taveira e ficaram feridos dois policiais militares, dentre eles, o soldado Demétrio. Ficaram feridos também os presos Ivan Carlos Pereira da Silva e João Wilson Guedes Serafim, que morreu no IJF.
As negociações iniciaram pela manhã. A coordenadora da Pastoral Carcerária, na época, Eunísia Barroso, foi enviada pelos presos para tentar a abertura dos portões, mas não retornou. Depois, me mandaram sair para buscar armas junto aos policiais. Meu retorno também não foi permitido. As negociações só avançaram com a chegada de Ciro Gomes, na época, governador. Os presos saíram do IPPS às 23h15 e só liberaram os reféns às 6h. A Polícia recapturou todos os envolvidos no sequestro.
Memória
O médico Mário Mamede, na época, deputado estadual, era um dos reféns. Hoje, quando vê a imagem acima, retorna ao passado. Ia embora, quando a rebelião começou. Só foi liberado na manhã seguinte. Mamede sentiu a morte de perto várias vezes. Houve momentos assustadores. Entretanto, diz, a presença de dom Aloísio, que não aceitou qualquer possibilidade de deixar o grupo, deu segurança. O ex-arcebispo de Fortaleza, na verdade, não ficou apenas na posição de vítima. Foi uma das principais vozes de negociação.
Diante da possibilidade da morte dele, dom Aldo se ofereceu várias vezes para troca. A preocupação, além do óbvio, era a saúde frágil de dom Aloísio. Safenado, havia passado por duas cirurgias.
O atual arcebispo da Paraíba garante ter nascido de novo após o sequestro. Dele não gosta de lembrar. Não guarda recortes ou fotos. Mesmo assim, suas lembranças são bem fortes: mãos amarradas, de frente para a porta de entrada. Caso houvesse alguma invasão, seria atingido. "Não larguei um só momento o rosário que rezava, mesmo de mãos atadas".
Os dois e o atual coordenador regional da Pastoral Carcerária, Marco Passerini - que no dia foi para o IPPS para as negociações - possuem consensos. O primeiro é sobre a grandeza da pessoa de dom Aloísio. O segundo é que o sistema prisional está falido. Passerini defende mais sintonia entre os poderes para implementar ações e mudar o conceito punitivo de justiça.
De acordo com ele, a mudança já precisa começar nas delegacias. Se elas tivessem defensores públicos, eles poderiam distinguir a periculosidade do crime e se era afiançável. O que esvaziaria as casas de custódia. É necessário também a continuidade de políticas e projetos, hoje pontuais. "A cada gestão começa-se tudo do zero", lamenta. "
Erilene Firmino
Chefe de reportagem
Entrevista
Dom Aloísio Lorscheider
Cardeal
'O tratamento do preso é a pedra de toque para avaliar o futuro'
O Diário do Nordeste republica última entrevista do cardeal Lorscheider sobre o assunto, concedida em 2004. Ele morreu em 2007. Era bispo emérito de Aparecida. Em Fortaleza, ficou 22 anos
Hoje completa dez anos da rebelião quando houve o seu sequestro. Quando se fala no episódio qual a primeira imagem que lhe vem à cabeça?
É a do ambiente de surpresa. Não se poderia esperar que num encontro com os presidiários do IPPS - pedido por eles para exporem as suas dificuldades - pudesse ocorrer uma rebelião liderada por 14 deles. Vejo ainda a sala do auditório cheia de pessoas e como num instante o auditório se esvaziou.
O senhor teve medo?
No princípio tive certo medo, mas não durou muito. Dispus-me para morrer. Até esperava que eu passaria deste mundo para outro. Rezei o Ato de Contrição e a prece que rezamos todas as noites: "Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito".
O episódio trouxe-lhe alguma mudança pessoal?
Parece, à primeira vista, estranho, mas relembro o fato como muito positivo. Foi uma "aventura" que trouxe maior conhecimento da situação de nossos irmãos presidiários. Percebi que os presidiários não estavam ali perdidos, mas sim desgostosos por não terem tido um bom pai em sua vida.
Na ocasião, os presos reclamavam das condições sub-humanas do IPPS. Acredita que, nestes dez anos, houve mudança no tratamento dos presidiários?
Infelizmente, o IPPS tinha muito a desejar. Havia toda uma ala estragada, vertendo sujeira. Lamento que nestes dez anos as condições continuem mais ou menos as mesmas. A ideia, em vez de ser a recuperação e reinserção do preso na sociedade, é a de que ele é um "bicho", um "bruto", um "bandido", que não merece a mínima consideração. Ideia totalmente falsa! Os presos são irmãos nossos. E a própria Bíblia, no capítulo 25 de São Mateus e na Carta aos Hebreus, fala da necessidade de visitarmos os presos e nos interessarmos por eles.
Após o episódio, a sociedade passou a ter uma visão mais humanista dos presos?
Poderia ter tido este efeito positivo, mas não teve. Tudo continuou como dantes no país de Abrantes. O tratamento do preso nos presídios é a pedra de toque para avaliar o futuro melhor do Brasil.
Hoje, no Ceará, aposta-se na privatização de penitenciárias como uma das alternativas para o setor. É essa a solução?
Hoje, entrou nos costumes públicos uma filosofia de privatizar tudo. Não me parece o caminho. O Estado tem condições para melhorar a situação dos presídios. Um dos meios fortes seria o trabalho do presidiário. Nada faz mais mal ao ser humano do que a m ociosidade. O preso ocioso, sem perspectivas tem um só escopo: escapar da prisão, recuperar a liberdade.
Erilene Firmino
Chefe de reportagem
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/sequestro-e-marco-no-sistema-prisional-1.846044]
sexta-feira, 14 de março de 2014
PROFESSORES FARÃO GREVE NACIONAL
" Assembleia Geral ratifica Adesão à Greve Nacional dos dias 17, 18 e 19 de Março.Confira e Participe!"
Após 50 dias de Mobilização com visitas às escolas na capital e interior, com realização de Plenárias Regionais, Reuniões Municipais e Debates em dezenas de unidades escolares, realizamos uma grande e participativa Assembleia Geral na tarde de quinta-feira (13/03) no Ginásio Paulo Sarasate.
Na Assembleia, os profissionais da educação da rede estadual de ensino, ratificaram a adesão à Greve Nacional dos dias 17, 18 e 19 de março.
Durante os debates, alguns setores defenderam a definição de uma nova Assembleia Geral para o dia 10 de abril. No entendimento do Sindicato APEOC, a próxima Assembleia poderá acontecer bem antes, já que o ano é curto e a legislação eleitoral será o manto dos governos estaduais pós-abril.
Considerando isso o Sindicato encaminhou junto à Assembleia e foi aprovado que convocará mais uma Assembleia até o dia 10 de abril, onde a resposta do governo à nossa pauta servirá como norte das decisões futuras de nossa luta.
A Assembleia Geral aprovou e deliberou uma Agenda de Mobilização para os dias de Luta e de Greve Nacional
- Dia 17 de março - Dia de Mobilização na Praça do Ferreira, das 8 às 17 horas, para panfletagem e coleta de assinaturas de abaixo-assinado pela aprovação do PNE com 10% PIB para a educação Publica, Royalties do Petróleo no FUNDEB.
- Dia 18 de março - Ato público em frente ao Palácio da Abolição para cobrança de Audiência com Governador, visando o atendimento da pauta de reivindicações da categoria.
- Dia 1º de Abril - Dia Estadual de Luta.
- Intensificação das vistas às escolas, apoio a atos no interior e capital.
1. Imediata correção da PVR com implantação retroativa;
2. A garantia do Vale Alimentação Já! Para
os professores contratados de forma temporária e correção do valor e
teto remuneratório para recebimento;
3. Retorno da possibilidade de evolução funcional pela via da Progressão Horizontal (PH);
4. Aposentadoria dos professores com "extraclasse", sem prejuízo na remuneração;
5. Direito à ampliação definitiva de carga horária (antes de 2003);
6. Publicação dos Atos de Estabilidade
(A partir de nossa Mobilização e Negociação com a SEDUC, ontem, dia
13/03, no final do dia, os Atos de Estabilidade que se encontravam no
Gabinete do Governador foram assinados e serão publicados até à próxima
semana, no Diário Oficial do Estado. O Sindicato continua cobrando do
Governo que TODOS os Atos sejam assinados e intensifica a pressão junto à
SEPLAG, para que envie logo os processos restantes ao Gabinete do
Governador para assinatura e posterior publicação);
7. Agilização das Ascensões Funcionais;
8. Regulamentação, em lei estadual, do 1/3;
9. Correção salarial pelo índice do Piso;
10. Convocação de todos os aprovados no concurso/2013.
Reivindicações - Nacional:
1. 10% do PIB para a Educação Pública;
2. Nacionalização da Carreira Docente;
3. Destinação dos Royalties do petróleo dos estados e municípios para a Educação Pública;
4. Votação imediata do Plano Nacional de Educação (PNE);
5. Fixação de 10% do PIB na educação pública;
6. Discussão imediata sobre a proposta dos governadores de estado alterando a metodologia de fixação para reajuste do Piso Nacional de Salário.
Nossa vitória será fruto de luta, com firmeza, responsabilidade e
foco na pauta da categoria. Evitar a contaminação de nossa luta por
interesses estranhos à categoria dos profissionais da educação deve ser
uma constante.4. Votação imediata do Plano Nacional de Educação (PNE);
5. Fixação de 10% do PIB na educação pública;
6. Discussão imediata sobre a proposta dos governadores de estado alterando a metodologia de fixação para reajuste do Piso Nacional de Salário.
Nosso plano de voo está traçado e deve nos levar à Vitória!
Somente através da Mobilização, da Negociação e da Luta é que a Categoria poderá somar mais conquistas!"
FONTE: SINDICADO APEOC
http://www.apeoc.org.br/noticias2/34-ultimas-noticias/7025-assembleia-geral-ratifica-adesao-a-greve-nacional-dos-dias-17-18-e-19-de-marco-confira-e-participe.html
quinta-feira, 13 de março de 2014
PAPA FRANCISCO: NOVO TEMPO NA IGREJA
" As marcas de Francisco "
" Há um ano, Roma tem um papa mais que pop"
" Com um discurso de humildade e renovação, o novo pontífice ganhou admiradores até mesmo entre pessoas que se definem como ateus "
" Quando o gaúcho Humberto Gessinger gravou "O papa é pop", no ano de 1990, em referência ao popular pontífice João Paulo II, provavelmente ele não imaginava que 23 anos depois a Igreja Católica teria como papa uma figura ainda mais carismática. Mas há exatamente um ano, pouco mais de um mês após a surpreendente renúncia do papa Bento XVI, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, foi eleito o 266º papa, sendo o primeiro jesuíta e o primeiro americano da história, e o primeiro não-europeu em 1.200 anos.
Adotando o nome de Francisco, em referência a um dos maiores ícones da fé católica, sua popularidade transcendeu, em apenas 365 dias, os limites do mundo cristão. Com um discurso de humildade e renovação, o papa Francisco ganhou admiradores até mesmo entre pessoas que se definem como ateus.
No Brasil, principalmente após sua participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em julho do ano passado, o efeito de suas ações, discursos e homilias pôde ser medido no aumento do número de jovens participantes de atividades ou grupos ligados à Igreja ou ainda mais no entusiasmo com que esses mesmos jovens se referem ao novo papa.
Marcas no mundo
O exemplo de simplicidade do papa Francisco rapidamente ganhou seguidores (ele tem 12 milhões na rede social Twitter) entre pessoas de diversos credos.
Ao recusar honrarias e privilégios concedidos tradicionalmente aos papas, ele chegou até mesmo a chocar alas mais conservadoras do catolicismo.
Mas para o Doutor em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, Thiago Borges de Aguiar, a mudança no estilo se fazia necessária diante da perda de prestígio da Igreja Católica junto, principalmente, aos formadores de opinião.
"A posição de Francisco de aproximar a Igreja dos pobres visa marcar um lugar de relevância da Igreja perante o mundo", analisa. Segundo Aguiar, "o papa Francisco dá continuidade ao que vinha fazendo João Paulo II e que foi, de certo modo, interrompido por Bento XVI: deixar marcas da Igreja no mundo".
Nesse sentido, o papa tem apelado à paz nas várias regiões afetadas por conflito. Além disso, ele visitou cidades simbólicas como Lampedusa, na Itália, onde tratou do tema da imigração e comandou, no Rio de Janeiro, o maior encontro católico jovem do planeta Terra.
Mudanças internas na Igreja trazem reconhecimento
Quanto às questões internas, o papa Francisco fez mudanças no Banco do Vaticano, nomeou 19 novos cardeais, sendo 11 não europeus, e está conduzindo os processos de canonização dos papas João Paulo II e João XXIII.
Sua atuação já lhe rendeu o título de personalidade do ano pela tradicional revista norte-americana Time, em 2013, e uma indicação para o Prêmio Nobel da Paz deste ano.
No imaginário popular, já foi retratado até como um super-herói, por grafiteiros anônimos em Roma, embora rejeite o rótulo de popstar. Modéstia papal à parte, para o padre Sílvio Scopel, responsável pela Comunidade Católica Shalom, no Ceará, a presença do novo pontífice conseguiu alavancar a presença dos fieis em eventos e campanhas da Igreja. "Temos agora uma igreja muito evangelizadora, temos uma igreja cada vez mais despojada de bens materiais e empenhada em difundir os valores de Jesus Cristo", analisa.
Já para Thiago Aguiar "sai o teólogo entra o pastor, mas poderia também dizer que sai o intelectual e entra o político".
Trajetória papal foi do futebol à Santa Sé
Nascido em Buenos Aires, numa família de imigrantes italianos, Francisco teve uma juventude relativamente comum, acompanhando os jogos do seu clube de futebol do coração, o San Lorenzo, namorando uma moça de nome Amalia. Mas aos 21 anos, ele ingressou na Companhia de Jesus e dedicou todos os 55 anos seguintes ao clero, tendo sido ordenado em 1969. Em 1992, foi nomeado bispo e seis anos depois arcebispo. Em 2001, tornou-se cardeal.
Nos 12 anos seguintes, consolidou sua imagem como homem carismático e aos poucos ganhou a confiança dos outros cardeais de que poderia trazer uma renovação. Então, no dia 11 de fevereiro do ano passado, o papa Bento XVI renunciou e pegou todo o mundo de surpresa. Um mês e dois dias depois, no segundo dia do conclave para eleição do novo pontífice, houve outra surpresa: um argentino recebeu a tarefa de guiar mais de 1,2 bilhão de católicos.
Um pontífice argentino no "país de Deus"
Além do carisma, o papa Francisco mostrou, em poucos meses de pontificado, outras duas características muito fortes: o bom humor e o desejo de aproximar a Igreja da juventude. Em julho de 2013, entre os dias 23 e 28, o novo papa pôde exercitar as duas coisas. Já no voo para o Brasil, onde conduziu a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, ele brincou com uma famosa expressão nacional. Poucas horas antes de chegar ao país com o maior número de católicos no mundo (cerca de 123,2 milhões, segundo o último censo), ele interrogou: "Deus é brasileiro e vocês ainda queriam um papa?" Nos dias seguintes, o papa foi seguido com entusiasmo por uma multidão estimada em 3,7 milhões de pessoas.
Especialista avalia papel estratégico do novo papa
O estudioso da religião Thiago Aguiar respondeu a oito perguntas feitas pelo Diário do Nordeste sobre o papel da chegada de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, na tentativa de renovação da Igreja Católica e seu impacto frente aos jovens, ao mundo não católico e ao próprio clero. Confira abaixo a análise do especialista:
Qual a marca do primeiro ano de pontificado do Papa Francisco?
O primeiro ano de pontificado do Papa Francisco é marcado pela imagem da mudança, a partir da construção de uma sensação de estabilidade e de tomada do controle de uma situação que estava se perdendo. Mas é importante destacar que não estou dizendo que houve, de fato, alguma mudança e nem que os conflitos que permearam a renúncia de Bento XVI estão resolvidos. O que temos é que a Igreja conseguiu construir e difundir, com o Papa Francisco e suas ações, essa imagem de mudança.
Quais as principais diferenças entre os estilos de pontificado dos Papas Francisco e Bento XVI? O que representou a renúncia deste último para a Igreja?
Sai o teólogo entra o pastor, mas poderia também dizer que sai o intelectual e entra o político. O carisma de Francisco é fundamental. Esse carisma ajudou a deixar uma marca tão forte que faz com que até nem lembremos do papa anterior. É como se a renúncia não tivesse deixado nenhuma marca, como se tivéssemos esquecido que Bento XVI renunciou. Veja, ele está vivo, apareceu na nomeação dos Cardeais, deu uma entrevista, mas ele deixou de ser um nome relevante.
Penso que é proposital este “esquecimento” que a igreja faz com a renúncia do Bento XVI. Um papa renunciar é um evento raro e, com sua saída, Bento XVI deixou uma marca de que há mudanças que são necessárias na Igreja. Francisco se apropriou dessa marca e dá sequência a ela.
Eu não sei quem é o Sr. Jorge Bergoglio. Ele pode mesmo ser uma pessoa boa. Mas tudo o que sabemos a seu respeito já está marcado pela imagem de Papa Francisco, que é uma imagem carismática. E esse carisma é o elemento central da sensação de mudança que temos. Um líder carismático traz a sensação de estabilidade, confiança e tranquilidade. O que não necessariamente é o que o Vaticano está vivendo.
A defesa dos direitos humanos e a aproximação com outros religiosos e até com grupos ateus têm sido elogiada por grupos de fora do catolicismo, como uma das maiores virtudes do Papa Francisco. Como o senhor enxerga os esforços do novo pontífice em fazer a Igreja se aproximar também do mundo não católico?
A Igreja Católica vem há séculos tentando sustentar seu lugar como detentora da verdade. Desde o momento em que a ciência moderna se consolida como fonte privilegiada das verdades que a humanidade está buscando, a igreja tenta se consolidar como alternativa. Era a visão hegemônica e tornou-se a alternativa. Como estratégia para se manter como fonte de alguma verdade – a ponto de as pessoas a considerarem relevante para a sociedade – ela se esforça por diminuir a força dos ataques que recebe, mostra-se uma instituição mais tolerante, que dialoga com todos. O papa Francisco, ao fazer essa aproximação com o mundo não católico, transmite a imagem de uma igreja que parece presente e atual, reduzindo os argumentos contrários à sua existência e se mantendo como uma alternativa para as pessoas escolherem como verdade. É uma ação estratégica para se manter presente no mundo.
Muitos analistas à época da renúncia do Papa Bento XVI, falavam da necessidade de uma renovação da Igreja. O senhor acredita que o Papa Francisco já conseguiu imprimir esse espírito na condução do Vaticano ou o caminho ainda é muito longo?
As pessoas precisam acreditar que a Igreja está mudando. Isso é que é relevante para o Vaticano. Não estou dizendo que o papa Francisco não esteja realizando mudanças importantes. Talvez até esteja. Mas, para a “saúde” da Igreja, é mais importante que as pessoas acreditem que elas estão ocorrendo. Eu ainda prefiro esperar um pouco antes de apostar que o papa efetivamente fará grandes mudanças na Igreja. Conhecendo a história desta instituição, mudanças significativas demoram séculos para se estabelecer. A sensação que esse primeiro ano de papado me trouxe é que haverá pequenas mudanças pontuais, que respondam a questões imediatas, especialmente ligadas à administração financeira do Vaticano e a nomeação de alguns cardeais que façam a Igreja parecer menos europeia ou, pelo menos, menos italiana.
Embora não tenha apoiado explicitamente, o Papa Francisco se mostrou, em entrevistas, mais maleável à discussão de mudanças estruturais no clero católico, como a ordenação de mulheres e o fim do celibato obrigatório. O senhor acredita que o novo pontífice chegue a promover esse tipo de mudança ou algum outro nível de alteração na estrutura eclesiástica?
A ordenação de mulheres e o fim do celibato estão, na minha opinião, muito longe de se realizarem. Entre “estar aberto a debater a questão” e ocorrer uma mudança deste tipo há uma distância muito grande. No mínimo, algumas décadas. E a palavra “décadas” aqui é muito otimista. A gente precisa ver a diferença entre o que a mídia proclama como temas relevantes e o que o Vaticano considera como fundamental para ser estudado e modificado na estrutura da Igreja. A questão que me parece de maior destaque para o Vaticano nas últimas décadas, se não desde o Concílio Vaticano II pelo menos desde João Paulo II, é a presença e o papel da Igreja no mundo. Esta é uma questão forte para a instituição, visto que seu lugar se modificou nos últimos séculos. A posição de Francisco de aproximar a Igreja dos pobres visa marcar um lugar de relevância da Igreja perante o mundo. É importante para a Igreja Católica manter-se ativa no mundo. É importante para o Vaticano continuar a ter um posicionamento sobre tudo o que a acontece e as pessoas continuarem a dar atenção a essa posição. Qual é o sentido de uma fala do papa sobre guerras e conflitos violentos nos países? Manter a Igreja sempre tendo o que dizer para o mundo. O papa Francisco dá continuidade ao que vinha fazendo João Paulo II e que foi, de certo modo, interrompido por Bento XVI: deixa marcas da Igreja no mundo.
E quanto às reformas na estrutura financeira do Vaticano, que análise o senhor faz das primeiras ações do Papa Francisco nesse ponto?
Iniciais, necessárias a uma resposta pontual e imediata da pressão da mídia. A especulação que este é um dos principais problemas do Vaticano é apenas isso: uma especulação. Em minha opinião, este é apenas um pedaço do problema. Reitero: a Igreja precisa se manter presente no mundo e, para isso, não pode ter sua imagem manchada. O papa Francisco é ótimo em construir uma nova imagem da Igreja e direcionar nossa preocupação para “outras questões mais relevantes”. A riqueza da Igreja Católica e a corrupção de parte de seus membros, é debate antigo, de pelo menos algumas centenas de anos. A questão do Banco do Vaticano é apenas a versão “século XXI” desse debate. Há muitos séculos o argumento da cúria com relação à riqueza da Igreja é o financiamento de suas obras de caridade. Há tantos séculos essa questão se mantém. Se levarmos a história da Igreja em consideração, esse problema não vai se resolver tão cedo. As reformas que o papa Francisco já apontou fazer, especialmente com as cartas apostólicas de 15 de novembro e de 24 de fevereiro, buscam responder a questões imediatas e talvez até interfiram na eventual má gestão ou corrupção de grupos anteriores, mas apenas tangenciam o centro da questão que é a falibilidade humana diante da riqueza material. A fala do papa que “Meu povo é pobre e eu sou um deles” e a referência de seu nome a São Francisco de Assis constroem um discurso de que a Igreja está se afastando da riqueza. Mas a Igreja Católica continua a ser uma instituição que movimenta muito dinheiro e vai continuar a fazê-lo. Assim ela se mantém no mundo.
Qual o perfil geral dos novos cardeais nomeados pelo Papa Francisco?
Deste assunto tenho pouco conhecimento para dizer. Posso mencionar, apenas, que a tão alardeada pela imprensa brasileira nomeação – um tanto esperada vinda de um papa argentino – de cardeais latino-americanos (6 de 19), bem como a inclusão de dois cardeais de países africanos e dois de países asiáticos, não pode esconder o fato que 8 cardeais são europeus, sendo 5 exclusivamente italianos. Percebamos, também, que quatro dos cardeais nomeados (três italianos e um alemão) já desempenhavam funções na Santa Sé. O Vaticano continua sendo uma instituição, primordialmente, italiana. Quanto aos perfis individuais, não tenho conhecimento para tratar disso.
Por fim, como o senhor vê a atuação do Papa Francisco junto à juventude católica? Qual o impacto do pontificado de V. Santidade na captação, manutenção e motivação desses jovens?
Jovens são mobilizadores, fortes, presentes. Uma juventude católica de peso é fundamental para a permanência da Igreja no mundo. O papa sabe que esta é uma prioridade. Eles representam o espírito da mudança e de fortalecimento da instituição. Não que eles venham a provocar mudanças significativas – estas, aguardemos algumas gerações para verificar – mas são eles que sustentam a longevidade da Igreja. Veja o discurso do papa de 25 de julho na JMJ. O que ele pede aos jovens: “que façam barulho” e que defendam a Igreja, entre outras coisas, do “mundanismo” e do “imobilismo”. São palavras fortes. Os jovens são aqueles que podem manter a Igreja presente no mundo, opondo-se aos discursos de busca da verdade pela ciência ou de inexistência da verdade. É por isso que o papa precisa dos jovens. É por isso que a igreja investe fortemente em encontros de jovens e na educação cristã. Um ano ainda é pouco para avaliarmos a atuação do papa com relação à ampliação e mobilização da juventude cristã, mas este é, sem dúvida, uma das principais frentes de atuação em que o papa Francisco continuará a investir."
Adriano Queiroz
Repórter
Os jovens e o novo papado
O Diário do Nordeste também ouviu três jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude, sobre a experiência delas com o papa Francisco e com adolescentes de todos os cantos do mundo que vieram ao Brasil em julho do ano passado para o grande encontro católico. Confira seus depoimentos abaixo:
"O Papa Francisco chegou recentemente e já cativou os corações do povo, inclusive daqueles que não professam a Fé Católica, sendo, assim, uma ponte encantadora que aproxima Deus destes. Seu comportamento e sua personalidade extremamente carismática têm auxiliado na renovação da Fé no coração de muitos fiéis! Além da imitação de Cristo por meio da humildade e da firmeza, que levam-me a uma reflexão pessoal. Como brasileira e integrante da juventude católica, não poderia, então, deixar de falar da inesquecível JMJ (Jornada Mundial da Juventude), que nos proporcionou experiências incríveis, integrando-nos em situações que fogem a nossa rotina, a exemplo da convivência com diversas culturas totalmente alheias a nossa, o desprendimento material, a vivência da Fé em união e o crescimento pessoal. Todo esse movimento transparece a admiração e a conversão que as ações do Papa Francisco causam na juventude. Então, que assim ele continue aproximando-nos desse Deus tão presente!"
Nathalia Tomaz
Estudante
"O Papa Francisco é, sem dúvidas, uma figura surpreendente, única e admirável. É impressionante ver a quantidade de pessoas conquistadas por ele nesse ano de papado! Fui para a Jornada Mundial da Juventude em um grupo da Comunidade Católica Face de Cristo, a qual eu participo. O que vivi no Rio é totalmente inexplicável! Mesmo com algumas dificuldades, a experiêcia de estar com milhares de pessoas de diversas culturas reunidas por um mesmo objetivo foi maravilhoso! E o nosso lindo Papa, como esse jeitinho humilde e fofo de ser, despertou a esperança em um muitos corações! Não à toa ele foi indicado ao Nobel da Paz!"
Gabriella Oliveira
Estudante
"Completando-se um ano da chegada do Papa Francisco, podemos concluir o quão benéfico ele foi para a nossa igreja. Ele chegou ao pontificado inesperadamente, mas com toda a sua simplicidade foi mostrando com suas pequenas atitudes, que estava sim, no lugar certo. Pude ter a felicidade de ter ido para Jornada Mundial da Juventude e conseguir vê-lo de perto e lá, mais do que nunca, ele mostrou o quão simples é. Ele fez com que mesmo com toda falta de estrutura esse evento fosse “O evento”, através do sim dele. Colocando sempre o Amor acima de tudo. Gosto muito dele, o sim dele com toda certeza me ajuda. Serve de espelho para o meu sim. Definir o Papa Francisco seria falar de Amor, humildade, desprendimento e doação, falar do Papa Francisco é falar de um exemplo a ser seguido".
Rayssa Silveira
Estudante
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/internacional/ha-um-ano-roma-tem-um-papa-mais-que-pop-1.844229
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