SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

sábado, 10 de outubro de 2009

100 ANOS DE PATATIVA DO ASSARÉ

PATATIVA E SUA ESPOSA D. BELINHA




100 ANOS DE PATATIVA DO ASSARÉ

CONHEÇA MAIS UM POUCO DO PATATIVA DO ASSARÉ

"Patativa do Assaré"

" De Assaré para o mundo "

" Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. Foi casado com D. Belinha, de cujo consórcio nasceram nove filhos.

Publicou Inspiração Nordestina, em 1956, Cantos de Patativa, em 1966. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Começou a ser estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, durante a regência do professor Raymond Cantel, hoje falecido. Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar onde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. ´Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão´, declamava.

Cresceu ouvindo histórias, os ponteiros da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Com oito anos trocou uma ovelha do pai por uma viola. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de ´patativas´ porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles.

Filho de pequenos proprietários rurais, Patativa, nascido Antônio Gonçalves da Silva, em Assaré, a 490 quilômetros de Fortaleza, inspirou músicos da velha e da nova geração e rendeu livros, biografias, estudos em universidades estrangeiras e peças de teatro. Também pudera. Ninguém soube tão bem cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza da natureza. Talvez por isso, Patativa ainda influencie a arte hoje.

Como todo sertanejo, Patativa começou a trabalhar duro na enxada ainda menino, mesmo tendo perdido um olho aos 4 anos. No livro ´Cante lá que eu canto cá´, o poeta dizia que no sertão enfrentava a fome, a dor e a miséria, e que para ´ser poeta de vera é preciso ter sofrimento´.

Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, ´já disse tudo que tinha de dizer´. Patativa morreu em 8 de julho de 2002 em Assaré."

LEIA MAIS NO DIÁRIO DO NORDESTE
CADERNO ESPECIAL: PATATIVA 100 ANOS
05.03.2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário