" Morre o jornalista Lustosa da Costa "
" Grande nome da imprensa cearense e nacional, o jornalista Lustosa da Costa faleceu ontem, em Brasília, aos 74 anos, depois de mais de meio século dedicado ao jornalismo político, à crônica e à memória de Sobral "
" O jornalista Francisco José Lustosa
da Costa faleceu ontem, em Brasília, aos 74 anos, vítima de
complicações decorrentes de um câncer de pulmão. Nascido em Cajazeiras,
na Paraíba, mas profundamente identificado com o Ceará e,
particularmente, com Sobral, cidade na qual chegou com quatro anos de
idade, Lustosa da Costa fez carreira no jornalismo político, além de
publicar vários livros de crônicas, memórias e ficção.
Há dias internado, não deixou de publicar sua crônica diária no jornal Diário do Nordeste. Ditou as últimas para uma de suas filhas. Numas delas, lamentou não poder comparecer ao lançamento em Fortaleza da reedição de seu primeiro livro, Sobral do Meu Tempo, publicado originalmente em 1982, mas com textos de seu diário de infância e adolescência acerca das disputas políticas na cidade, quando já se revelava a aptidão jornalística com impressionante precocidade.
O talento se confirmou com uma carreira longeva e de sucesso, a começar pelo Correio da Manhã, de Sobral, passando por Unitário e Correio do Ceará, em Fortaleza, até chegar a Brasília, em 1974, como repórter do O Estado de São Paulo e, posteriormente, do Jornal da Tarde e Correio Brasiliense. Na capital federal, estabeleceu-se com a esposa Verônica e duas filhas, Sara e Raquel. Carlos, o caçula, nasceu brasiliense. Antes deles, Lustosa já era pai de Francisco José, filho de seu primeiro casamento.
“Ele era o melhor pai do mundo. Cobrava dos filhos estudo, nunca faltar ao trabalho, nem culpar os outros. Sempre o sucesso e o fracasso são por sua conta. Aproveitou muito a vida”, disse Carlos Lustosa, 32, por telefone, após a morte.
Escrevia sempre pela manhã, praticamente no limiar da alvorada, depois de ler os jornais. Sua prosa preencheu 28 livros, entre crônicas, memórias e ficção, incluindo um romance, Vida, Paixão e Morte de Etelvino Soares, de 1996, sobre a saga de um tipógrafo que fundou jornal em Sobral com o intuito de combater as oligarquias locais. O livro mereceu elogios de Jorge Amado.
“Dominava a arte de escrever e tinha uma leveza, uma forma quase coloquial de narrar cenas e fatos que impressionava leitores e críticos. Era um cronista de alto relevo, como poucos do Ceará e do Brasil. A História de Sobral, seus mitos e personagens formaram a essência de sua obra de 28 títulos”, comentou o professor e escritor Juarez Leitão, grande amigo de Lustosa.
Um dos 12 filhos de Francisco Ferreira e Maria Dolores, Lustosa da Costa mereceu em vida homenagem de Sobral ao ter seu nome dado à Biblioteca Municipal, na frente da qual suas cinzas serão jogadas, no rio Acaraú, depois de o corpo ser velado na Casa do Ceará em Brasília e cremado, cumprindo assim o desejo de um sobralense irremediável.
Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Nascido em Cajazeiras, na Paraíba, mas profundamente identificado com o Ceará e, particularmente, com Sobral, cidade na qual chegou com quatro anos de idade, Lustosa da Costa fez carreira no jornalismo político, além de publicar vários livros.
Saudade
Foi um renovador da crônica política e era extremamente independente. Foi o primeiro jornalista a pagar pra deputado - ia almoçar, mas pagava a conta
.
Lúcio Brasileiro
Um intelectual que escrevia muito bem, com leveza e simplicidade. De um amor acentuado por sua cidade adotiva: Sobral. Lamento muito a perda desse amigo.
Há dias internado, não deixou de publicar sua crônica diária no jornal Diário do Nordeste. Ditou as últimas para uma de suas filhas. Numas delas, lamentou não poder comparecer ao lançamento em Fortaleza da reedição de seu primeiro livro, Sobral do Meu Tempo, publicado originalmente em 1982, mas com textos de seu diário de infância e adolescência acerca das disputas políticas na cidade, quando já se revelava a aptidão jornalística com impressionante precocidade.
O talento se confirmou com uma carreira longeva e de sucesso, a começar pelo Correio da Manhã, de Sobral, passando por Unitário e Correio do Ceará, em Fortaleza, até chegar a Brasília, em 1974, como repórter do O Estado de São Paulo e, posteriormente, do Jornal da Tarde e Correio Brasiliense. Na capital federal, estabeleceu-se com a esposa Verônica e duas filhas, Sara e Raquel. Carlos, o caçula, nasceu brasiliense. Antes deles, Lustosa já era pai de Francisco José, filho de seu primeiro casamento.
“Ele era o melhor pai do mundo. Cobrava dos filhos estudo, nunca faltar ao trabalho, nem culpar os outros. Sempre o sucesso e o fracasso são por sua conta. Aproveitou muito a vida”, disse Carlos Lustosa, 32, por telefone, após a morte.
Escrevia sempre pela manhã, praticamente no limiar da alvorada, depois de ler os jornais. Sua prosa preencheu 28 livros, entre crônicas, memórias e ficção, incluindo um romance, Vida, Paixão e Morte de Etelvino Soares, de 1996, sobre a saga de um tipógrafo que fundou jornal em Sobral com o intuito de combater as oligarquias locais. O livro mereceu elogios de Jorge Amado.
“Dominava a arte de escrever e tinha uma leveza, uma forma quase coloquial de narrar cenas e fatos que impressionava leitores e críticos. Era um cronista de alto relevo, como poucos do Ceará e do Brasil. A História de Sobral, seus mitos e personagens formaram a essência de sua obra de 28 títulos”, comentou o professor e escritor Juarez Leitão, grande amigo de Lustosa.
Um dos 12 filhos de Francisco Ferreira e Maria Dolores, Lustosa da Costa mereceu em vida homenagem de Sobral ao ter seu nome dado à Biblioteca Municipal, na frente da qual suas cinzas serão jogadas, no rio Acaraú, depois de o corpo ser velado na Casa do Ceará em Brasília e cremado, cumprindo assim o desejo de um sobralense irremediável.
Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Nascido em Cajazeiras, na Paraíba, mas profundamente identificado com o Ceará e, particularmente, com Sobral, cidade na qual chegou com quatro anos de idade, Lustosa da Costa fez carreira no jornalismo político, além de publicar vários livros.
Saudade
Foi um renovador da crônica política e era extremamente independente. Foi o primeiro jornalista a pagar pra deputado - ia almoçar, mas pagava a conta
.
Lúcio Brasileiro
Um intelectual que escrevia muito bem, com leveza e simplicidade. De um amor acentuado por sua cidade adotiva: Sobral. Lamento muito a perda desse amigo.
Edmo Linhares, ex-secretário de Finanças de Fortaleza
Um irmão presente, que sempre esteve acompanhando nossas trajetórias e vibrando com os nossos sucessos. Dedicava-se de corpo e alma àquilo que fazia.
Um irmão presente, que sempre esteve acompanhando nossas trajetórias e vibrando com os nossos sucessos. Dedicava-se de corpo e alma àquilo que fazia.
Carlos Efren, médico e irmão de Lustosa
A morte de Lustosa deixa seus amigos órfãos de um nobre companheiro. Um sujeito leal e altivo, capaz de matar e morrer por aqueles a quem admirava e queria bem. "
A morte de Lustosa deixa seus amigos órfãos de um nobre companheiro. Um sujeito leal e altivo, capaz de matar e morrer por aqueles a quem admirava e queria bem. "
Juarez Leitão, escritor
Pedro Rocha
pedrorocha@opovo.com.br
FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/radar/2012/10/04/noticiasjornalradar,2930903/morre-o-jornalista-lustosa-da-costa.shtml
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