SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

sábado, 18 de setembro de 2010

CALDEIRÃO: UMA HISTÓRIA QUE PRECISA SER CONHECIDA








                                        VÍTIMAS DO MASSACRE DO CALDEIRÃO

" Romaria ao Caldeirão será domingo no Crato."


" O evento lembra a luta dos trabalhadores sem terra pela sobrevivência.

" A Romaria ao Caldeirão do Beato José Lourenço será realizada no Crato, neste próximo domingo, iniciando-se com uma missa campal às 7 horas da manhã concelebrada pelos padres da diocese. Será a primeira romaria que lembrará a luta dos trabalhadores sem terra pela sobrevivência, cuja história se confunde com a do beato José Lourenço, que organizou a comunidade em padrões de comportamento e relacionamento resultando em uma rica produção de saberes popular.

A comissão organizadora está divulgando um texto que faz menção à história religiosa popular do Nordeste e do beato Lourenço, que fundou o Caldeirão sob a orientação do Padre Cícero Romão Batista. O caldeirão, situado nas terras de herança do Padre Cícero, no município do Crato, tornou-se uma comunidade organizada com o objetivo de dar a grupos de trabalhadores uma vida digna, abundante, pautada sempre na oração e no trabalho, como promotores do milagre de transformar solo estéril em terra produtiva, com todos desfrutando igualmente das riquezas produzidas.

Convivência

Tanto Canudos, na Bahia, como o Caldeirão expressam experiência camponesas de convivência com o semiárido, onde tudo era de todos e que se produzia muito e se armazenava a produção. Todos trabalhavam em mutirão; grupos de mulheres preparavam a comida e os trabalhos eram divididos por tarefas, segundo a aptidão de cada um. Enquanto uns trabalhavam na roça, outros pastoravam o gado, trabalhavam nas oficinas, havendo a ocupação para homens e mulheres. As festas eram realizadas no tempo da moagem e durante o ano os eventos religiosos eram promovidos pela Irmandade da Santa Cruz do Deserto.

Em uma época de muita miséria e exploração do homem do campo, a comunidade do Caldeirão estabeleceu-se como uma agrovila com centenas de casas, açudes, casa de farinha, armazéns para estocar alimentos, oficinas de marcenarias, ferreiros, aviamento de couro, barro e cerâmica, cultivo de cereais, criação de cães, gatos e cavalos. Em 1926, cerca de 200 pessoas moravam no Caldeirão. Mas, para escapar da morte pela sede, dez anos depois, em 1936, a população já chegava a 1.500 habitantes, quando o sítio foi invadido pela Polícia.

A Romaria ao Caldeirão do Beato José Lourenço será realizada no Crato, neste próximo domingo, iniciando-se com uma missa campal às 7 horas da manhã concelebrada pelos padres da diocese. Será a primeira romaria que lembrará a luta dos trabalhadores sem terra pela sobrevivência, cuja história se confunde com a do beato José Lourenço, que organizou a comunidade em padrões de comportamento e relacionamento resultando em uma rica produção de saberes popular."


FONTE: JORNAL O ESTADO
http://www.oestadoce.com.br/?acao=noticias&subacao=ler_noticia&cadernoID=19&noticiaID=34063

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