SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE - O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO CEARÁ ????



CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE - O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO CEARÁ ????


Sonia Pinheiro


" Ainda da babel em palácio "

21 Set 2009


..." E como rende (!) aquele entrevero - tragicômico - entre o governador Cid Gomes e os 14 deputados federais e um senador, penúltima sexta, no gabinete do titular do Palácio Iracema!

Conta-se, por exemplo, que não foi apenas José Guimarães, coordenador da bancada, e Gorete Pereira que puseram um conveniente Superbonder nas respectivas bocas. Raimundo Gomes de Matos também limitou-se ao papel de espectador, justificado porém pela perplexidade. Além disso, Gomes de Matos é, antes de tudo, um gentleman. Mas cometeu um pecadilho. O de como também médico não ter providenciado um calmante para os mais estressados. Da próxima vez, quem sabe, ele não leva um kit de primeiros socorros? Afinal de contas, alguém ali poderia ter enfartado (e até empacotado).

No capítulo: emergenciais advogados de defesa de Pedro Ribeiro juram que quem chamou primeiro alguém - no caso, o pastor PR - de mentiroso ou Pinóquio - para suavizarmos as querelas - foi o próprio anfitrião, que, por sua vez, tinha lá suas razões para estar mordidinho da Silva! - rebate sua claque.

Convém lembrar que se fosse Tasso Jereissati ou Ciro Gomes a entrar na pele de El Cid, o circo teria pegado fogo sem que bombeiro algum desse jeito ao incêndio. O Galegão - reza a lenda - jamais se curvou a qualquer dos outros dois Poderes. E, quanto a Ciro, tem o pavio ainda mais curto.

Ainda assim, propaga-se que Cid não poupou a mãe de ninguém quando, encostado ao canto da parede (com um ``O senhor prometeu que, a cada real que os deputados colocassem no Orçamento do Estado - cada parlamentar federal tem direito a um percentual no Orçamento da União destinado à obras viárias e de infraestrutura nos municípios por ele indicado - daria o mesmo valor em obras nos municípios das bases dos deputados), nominando-os de ``uns FDP``. Nossa! - espantaram-se os urbanos. ``Isso é um mero linguajar de macho`` - amenizaram os cidistas rurais.

E, à medida que o tempo fechou, Vicente Arruda esnobou:

- Ao contrário de algumas famílias no Ceará que vivem da política, eu não preciso dela. A não ser por um hobby pois faturo muito bem na minha banca advocatícia no Rio de Janeiro``.

...E foi aí que Sua Excelência deixou o cenário, trancando-se no banheiro de seu gabinete, de onde deve ter batido o fio à sua chefe de Cerimonial, Ana Juaçaba, que, de bate-pronto, ``materializou-se`` no recinto em chamas, e delicadamente, solicitou que todos se dirigissem à sala de reunião. Ali, Gorete Pereira, que estava mudinha tal e qual José Guimarães e o senador Inácio Arruda, sugeriu que todos se mandassem.

Foi quando alguém - que não apurei quem - falou um NÃO, ``pois se o governador representava ali o povo, os parlamentares simbolizavam uma fração do mesmo eleitorado que o elegeu``.

Ato contínuo, passou-se a decidir quem iria mentir para a imprensa, já que José Guimarães, como coordenador, estava em cima do muro. Então, diante da ``livre e espontânea pressão``, ele aceitou o papel de Pinóquio, selando um pacto de ``nada de agressão a ser vazada à imprensa``.

Todos esquecidos de uma frase do saudoso Tancredo Neves dando conta que, em uma reunião com mais de quatro pessoas, não pode haver segredo. Daí que um famoso blogueiro furou o bloqueio e, na noite daquele dia, todo o stress do meeting varreu a cidade via bares, restôs, botecos e, segundo um ``antigo``, até os cabarés (provavelmente do interior).

Enquanto isso, Tim, Oi e Claro devem ter agradecido penhoradamente tal auê já que os celulares de políticos e da imprensa não paravam de tocar, com alcaides, edis e até pequeninos chefetes eleitorais, querendo se inteirar do megababado..."

SÔNIA PINHEIRO - JORNAL O POVO

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