SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

domingo, 22 de novembro de 2015

POEMA PROFÉTICO DE DRUMMOND SOBRE O DESASTRE NO RIO DOCE

" Conheça o poema ‘profético’ de Drummond sobre desastre no Rio Doce "


FOTO: DIVULGAÇÃO 
Conheça o poema ‘profético’ de Drummond sobre desastre no Rio Doce


Em ‘Lira Itabirana’, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) critica o efeito da mineração em seu estado natal: “O Rio? É doce / A Vale? Amarga / Ai, antes fosse / Mais leve a carga”.  

Confira o poema completo
Por Redação


Em meio a tantas notícias e comentários sobre a tragédia em torno do Rio Doce, contaminado por uma enxurrada de lama desde o rompimento de barragens da mineradora Samarco, um poema tem viralizado nas redes sociais. É Lira Itabirana, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
Os versos carregam um tom profético ao criticarem o efeito da mineração no estado natal do poeta. Drummond nasceu em Itabira, mesma cidade em que surgiu a Vale do Rio Doce, em 1942. A empresa, junto com a angloaustraliana BHP Billiton, é dona da Samarco, responsável por este que já é considerado o maior desastre ambiental da história do país.
Confira o poema abaixo:

I

O Rio?

É doce.  
A Vale? 
Amarga.
Ai, antes fosse   
Mais leve a carga.

II


Entre 

estatais  
E multinacionais,  
Quantos ais!

III


A dívida interna.
 
A dívida externa  
A dívida eterna.

IV


Quantas toneladas exportamos

De ferro?  
Quantas lágrimas disfarçamos  
Sem berro?


Foto de capa: Divulgação


FONTE:  PORTAL FORUM
http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/11/conheca-o-poema-profetico-de-drummond-sobre-desastre-no-rio-doce/

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