VENCEDOR
Augusto dos Anjos
Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E a rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração – estranho carniceiro!
Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,
Nenhum pode domar o prisioneiro.
Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois de um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,
Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem…
E não pude domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
E não pude domá-lo, enfim, ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
FONTE: TRIBUNA DA IMPRENSA
http://www.tribunadaimprensa.com.br/
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