SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

quarta-feira, 18 de junho de 2014

PRIMEIRA EDIÇÃO DE " IRACEMA " VOLTA AO CEARÁ

LIVRO. EDIÇÃO DE 1865 

" Após 150 anos, primeira edição de Iracema volta ao Ceará "

" Após quase 150 anos da publicação, a primeira edição de Iracema está de volta ao Ceará pelas mãos do bibliófilo José Augusto Bezerra "
 


 

FOTO: EDIMAR SOARES
" O bibliófilo cearense José Augusto Bezerra arrematou o exemplar raro num leilão em Nova York "



"Quando o bibliófilo José Augusto Bezerra leu Iracema pela primeira vez, o impacto foi quase “espiritual”. Ainda jovem, era o primeiro Alencar com que ele se deparava e, já ali, a força literária do grande autor cearense indicava que aquela não seria só mais uma leitura. O que o amante dos livros não imaginava era que caberia a ele trazer a “virgem dos lábios de mel” de volta para casa quase 150 anos após a publicação da obra, lançada no Rio de Janeiro em 1865. Precisamente, resgatá-la de Nova York, nos Estados Unidos.

“Andou pelo mundo todo a nossa índia e, cansada, retornou. Ela decidiu, em seu sesquicentenário, estar em casa e aqui ficar. Retorna ao posto de guardiã de seu povo”, Bezerra poetiza, brincando, sobre a primeira edição do clássico indianista de José de Alencar. A raridade foi arrematada por ele num leilão realizado cerca de um mês atrás na cidade americana, e é a única no Brasil em mãos de um particular. Segundo o também colecionador, no País há apenas outros dois exemplares dos mil impressos em 1865, um sob a guarda da Biblioteca Nacional e o outro, da Universidade de São Paulo (USP).

De fato, Iracema está de volta. Com as folhas amareladas e irregulares do corte desigual da época; sob o papel já à base de celulose e pouca chance de vida, mas que resistiu até hoje; com as páginas coladas e ainda virgens de leitura. Regressou, oferecida pelo filho ausente à Terra Natal, guardando em sua última página a insegurança de um escritor que não podia prever se a obra teria sequer uma segunda tiragem.

“As primeiras edições têm um valor muito maior por isso, porque elas eram, na verdade, uma chama, uma esperança, um sonho que se tornou realidade. E eu digo sempre: todas as outras edições são cópias, versões. A primeira é a criação original, é como a pessoa imaginou. Depois pode melhorar, adaptar, às vezes, achando que tá melhorando, piora. Mas o fato real é que ela (a obra) não viveria sem a primeira edição, e a primeira teria vida sem a segunda”, explica Bezerra, presidente da Academia Cearense de Letras e um dos bibliófilos mais respeitados do País. "



FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2014/06/18/noticiasjornalvidaearte,3268491/apos-150-anos-primeira-edicao-de-iracema-volta-ao-ceara.shtml 

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