SOU DO CEARÁ
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
COMO SURGIU O DIA DE FINADOS ????
Professor explica o porquê do Dia de Finados
Cruzeiro On Line
Pelo menos em um dia do ano, a maioria das pessoas deixa de lado as preocupações do dia-a-dia para lembrar de pessoas queridas que já se foram. É o Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, que normalmente remete o ser humano a um momento de reflexão. Mas quando surgiu o Dia de Finados? Como as pessoas trabalham a realidade da morte? Essas e outras perguntas são respondidas pelo psicólogo e professor de Teologia da ULBRA (Universidade Luterana do Brasil), Thomas Heimann.
Leia a entrevista abaixo:
- Porque e como surgiu o dia 2 de novembro como data de homenagem aos que já faleceram?
Thomas Heimann - A Igreja Cristã, desde seu princípio, passou a elaborar um calendário litúrgico, no qual estabelecia datas para lembrar acontecimentos, festas e marcar personagens bíblicos importantes. Na Idade Média, por volta do séc XII, mártires e outras pessoas de vida exemplar também começaram a ser lembrados pela Igreja Católica. Esta recordação geralmente se ligava ao dia da sua morte. Como o número de santos aumentava significativamente, foi instituído, na Idade Média, o Dia de Todos os Santos (1º de novembro). Pouco tempo depois, foi também fixado o Dia de Finados (“Dia de todos os mortos”), celebrado no dia 2 de novembro. Finados, portanto, foi criado para lembrar todos os cristãos comuns falecidos, sendo um momento de reverenciar os entes queridos que já morreram.
- Como foi tratado esse dia ao longo dos tempos?
Thomas - Posteriormente, após a Reforma Protestante, em todas as Igrejas Reformadas, foi extinto o culto aos santos, porém o costume de homenagear e visitar o túmulo dos falecidos já fazia parte da tradição cristã. Há, porém, algumas diferenças importantes nos ritos realizados em Finados. Católicos continuam a rezar pelos mortos e acender velas em favor das almas dos mesmos. Já para os protestantes a data serve apenas para lembrar com gratidão e carinho dos que partiram, bem como para proclamar a confiança no Deus da vida.
- O dia de finados é exclusividade das religiões cristãs?
Thomas - A reverência aos mortos é prática comum em diversas culturas, desde os tempos mais remotos da humanidade. O que muda, nas diferentes religiões e culturas, é o simbolismo e o significado de cada rito e cerimônia. Em algumas regiões da África e especialmente na cultura oriental, a veneração aos mortos tem grande importância. Em algumas correntes budistas, o dia dos mortos é chamado de Bon Odori, dia no qual há procissões, músicas e desfiles de máscaras. No Xintoísmo japonês o culto aos kamis, espírito dos mortos, é realizado com oferendas de alimentos e objetos de agrado dos falecidos. De modo geral, os ritos, festas e cerimônias que lembram os mortos têm uma múltipla função terapêutica: podem servir como um resgate simbólico dos falecidos, têm uma dimensão comunial (mobiliza a comunidade) e também inscrevem a dimensão da esperança na sobrevivência da vida.
- Antigamente, as pessoas ficavam dias ou meses de luto em homenagem à memória de um familiar. Hoje, essa reverência ocorre, na maioria dos casos, apenas no sepultamento e no dia de finados. Porque?
Thomas - Pode haver várias razões. Vou me centrar apenas numa. A morte parece ter se tornado um tabu em nosso neurótico mundo moderno. Falar de morte é visto como uma atitude mórbida, incômoda, portanto tudo que a lembre precisa ser escondido ou reprimido. Phillippe Ariès, um dos mais eminentes estudiosos do tema morte, define isto como a morte invertida, isto é, a morte que se torna algo vergonhoso, um interdito social, tal como o sexo foi na era Vitoriana. Ou seja, se antigamente falar de sexo era obsceno e constrangedor, hoje tornou-se obsceno falar de morte.
- – Mas porquê?
Thomas – Porque, para muitos a morte é, na realidade, a grande fonte da angústia humana, o medo mais primitivo da humanidade. De forma equivocada, o ser humano prefere não dar vez e voz a esta angústia, tornando-se, paradoxalmente, cada vez mais refém da mesma. Estudos apontam que, quanto mais as pessoas tentam afastar a realidade da morte de si, negando-se a falar dela, mais a morte acaba tendo poder sobre elas. É curioso, mas falar da morte com maior naturalidade, olhando de frente para ela, talvez seja o meio mais eficaz para superar a nossa angústia. Finados tem seu mérito por isso. Nos lembra de nossa finitude e de como devemos viver melhor a nossa vida.
- Na maioria das vezes, vemos as pessoas lembrando da memória de seus entes com saudade e tristeza. Não deveria ser o contrário? Lembrar que o familiar ou amigo aproveitou sua existência terrena?
Thomas - A experiência da morte e luto sempre será única e singular para cada indivíduo. Como cada um vai lidar com a perda de um ente querido dependerá de inúmeros fatores: forma da morte (trágica, súbita, após longa doença...) tipo de relação que havia entre o falecido e o enlutado (dependência, conflito, culpa,...), idade do falecido (criança, jovem ou idoso), entre outras variáveis. Por tudo isso a morte pode despertar um turbilhão de sentimentos, por vezes contraditórios: de um lado, podem brotar sentimentos como tristeza, angústia, aflição, saudade, culpa, ira, entre outros. De outro lado, podem brotar sentimentos de alívio, serenidade, confiança e esperança. É preciso que não nos coloquemos numa posição de julgamento, mas aprendamos a compreender a diversidade de sentimentos que a perda e morte evocam nas pessoas.
- Qual a grande mensagem de Finados?
Thomas - Além de enfatizar que a morte não é o fim para aquele que tem fé em Deus, gosto de uma frase de Rubem Alves que diz: “Que sabedoria nos ensina a morte? É simples. Ela só diz duas coisas. O Tempus fugit, o tempo que passa e não há forma de segurá-lo. E logo a seguir, conclui: Carpe diem, colhe o dia como quem colhe um fruto delicioso, pois esse fruto é dádiva de Deus”.
Entrevista com o Psicólogo e Professor de Teologia da ULBRA ( universidade Luterana
do Brasil ), Thomas Heiman.
Retirada do Jornal CRUZEIRO DO SUL ( CRUZEIRO ON LINE )
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DIA DE FINADOS - MAIS UM POUCO DE HISTÓRIA
O culto aos mortos é muito antigo e esteve presente em quase todas as religiões, principalmente nas mais antigas. Inicialmente era ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Os mais antigos acreditavam que, como as sementes, os mortos eram enterrados com vistas à ressurreição.
Na prática da Igreja Católica, o Dia de Finados surgiu como um vínculo suplementar entre vivos e mortos, destinado a todos. O próprio mundo profano, em geral, também aderiu a essa prática. Os falecidos, sempre estiveram presentes nas celebrações da Igreja e no Memento dos mortos, no cânon da missa. Já no século I, os cristãos rezavam pelos falecidos: visitavam os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava.
No século X, a Igreja Católica instituiu oficialmente o Dia de Finados. A partir do século XI, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) passaram a obrigar a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII, esse dia passou a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1o de novembro é a Festa de Todos os Santos.
Com o passar do tempo, a comemoração ultrapassou seu aspecto exclusivamente religioso, para revelar uma feição emotiva: a saudade de quem perdeu entes queridos. Hoje, o Dia de Finados é um dos feriados mais universais. São cerca de mil anos de celebração pela fé na ressurreição.
As pessoas costumam celebrar os mortos levando flores aos túmulos e rezando por eles. Alguns preferem chamar a data de "Dia da Saudade", retirando o peso do aspecto fúnebre e enfatizando as melhores lembranças daqueles que se foram.
Fonte: UFGNet
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DIA DE FINADOS É CELEBRADO COM GRANDE FESTA POPULAR NO MÉXICO
" O dia de Finados surgiu no século V, quando a Igreja Católica decidiu criar um dia em homenagem aos mortos. Após algum tempo, foi determinado uma data para ser celebrado este dia, que foi o dia 2 de novembro, seguido do Dia de Todos os Santos (1º de novembro).
Neste dia as pessoas prestam uma homenagem a seus parentes e amigos queridos, indo até os cemitérios levar flores e acender velas nos túmulos.
Também são celebradas missas e procissões em memória de todos os mortos.
No Brasil, o dia de Finados é feriado nacional.
No México, o dia de Finados é celebrado com uma grande festa popular, com desfiles nas ruas de pessoas vestidas de esqueletos, e há até encenação de funeral."
( COLÉGIO WEB )
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" O DIA DE FINADOS É LEMBRADO COMO O DIA DO AMOR..."
" O dia de finados é lembrado como o dia do amor com versos de amor, pois quando se ama pode ser sentido que aquela pessoa não morrerá jamais, apenas adormece para mais tarde renascer nas lembranças dos bons momentos. É também o dia de celebrar a vida eterna das pessoas queridas que já morreram, e nesse dia as pessoas costumam homenagear os mortos com flores que são mensagens e velas. É uma maneira que os mortais acharam de poder manter viva a lembrança daquela pessoa que partiu. Um dia todos terão o mesmo destino, a morte que chega sem avisar e também não escolhe cor nem idade. As pessoas para seu consolo costumam dizer que a morte é descanso, mas se for assim com certeza a maioria vai preferir viver cansada.
Dia de Finados
Como surgiu
A cultura religiosa dos cristãos dês de o século II costumavam rezar por seus mártires, indo ao cemitério, mas a igreja Católica resolveu dedicar um dia do ano para rezar por todos os mortos inclusive aqueles que não eram lembrados, e esse dia ficou determinado que seja dia 2 de novembro. A partir dessa decisão todas as igrejas não só a Católica passou a reverenciar os mortos nesse dia, não com tristeza e sofrimento, mas com alegria de saber que um dia todos os mortos ressuscitarão, graças ao nosso senhor Jesus Cristo.
Atitude
O medo dos mortos
O ser humano é dotado de medos e fraquezas que muitas vezes se tornam um problema na vida dessas pessoas, e o medo dos mortos é o maior medo que existe. Muitas pessoas são amedrontadas por historias do passado de almas penadas que voltaram para buscar ou amedrontar alguém, mas isso não existe, esse medo é imaginário. Quando uma pessoa morre a única coisa que permanece viva é sua alma que vai para o céu e de lá não volta mais, a matéria o corpo se desmancha e volta ao pó como foi feito por Deus. As crendices populares e mitos do folclore brasileiro transformaram-se em historias assustadoras, mas que jamais aconteceram e até hoje levam pessoas ao desespero, com medo de que possa voltar a acontecer.
Para concluir
O dia de finados é especial, pois nesse dia podemos lembrar com carinho as pessoas queridas que já partiram com mensagens de amizade e amor, jamais devemos temer os mortos, mas os vivos que estão espalhados por todos os lados nos fazendo mal. A certeza que um dia todos morreremos nos faz sentir medo da morte, mas é a única realidade e certeza que podemos ter nessa vida. Um escritor falou que quando nascemos começamos a morrer cada dia um pouco, e é assim mesmo, se pararmos para analisar vamos envelhecendo dia a dia, não importa o que façamos para mudar a aparência, pois a velhice e a morte chegará para todos."
( PORTAL / BLOG BICO DE CORVO )
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NO CEARÁ OS MORTOS FORAM DESRESPEITADOS EM 2009
Um das cenas mais chocantes de 2009 foi o " enterro ", mostrado pela televisão,em vala comum e sem urnas mortuárias de vários seres humanos, no Cemitério do Bom Jardim em Fortaleza. Um verdadeiro descaso das autoridades " competentes com a o SER HUMANO.Tentaram negar, esconder da opinião pública esse fato lamentável. Depois,
com as imagens da televisão, tiveram que " assumir o erro ". Só que até hoje o Governo do Estado não veio a público para pedir desculpas e esclarecer totalmente
os fatos, além de punir os " responsáveis ".
QUE FATOS COMO ESSES NÃO SE REPITAM NUNCA MAIS NA TERRA DA LUZ.
FICA A MINHA INDIGNAÇÃO CONTRA ESSE GOVERNO QUE TEM MUITO DINHEIRO PARA CONSTRUIR
AQUÁRIO, MAIOR DA AMÉRICA LATINA, CONSTRUIR O MAIOR CENTRO DE FEIRAS E EVENTOS DA
AMÉRICA DO SUL ( É O QUE DIZ A GRANDIOSA PLACA NO LOCAL DA CONSTRUÇÃO ) E NÃO TEM
DINHEIRO PARA COMPRAR URNAS MORTUÁRIAS PARA OS MORTOS, QUE SÃO ENTERRADOS SOB A RESPONSABILIDADE DO ESTADO.
FICA MEU RESPEITO E MINHA HOMENAGEM A ESSES SERES HUMANOS E SUAS FAMÍLIAS QUE FORAM
DESRESPEITADOS EM VIDA E MORTE.
FICA MEU RESPEITO, MEUS SENTIMENTOS A TODOS OS MORTOS.
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200 PESSOAS MORREM POR MINUTO NO MUNDO
"...Por mês, morrem no mundo 8,33 milhões. Por dia, deixam a Terra mais de 277 mil. Por hora, 11.540. Por minuto, 200 pessoas..."
" Finados, oração e saudade
O Dia dos Mortos foi criado pela Igreja Católica para reverenciar, numa única data, os mortos de todos os tempos, que seriam mais de 200 bilhões
02/11/2008
Dia de Finados foi criado pelos católicosO Dia dos Mortos foi criado pela Igreja Católica para reverenciar, numa única data, os mortos de todos os tempos, que seriam mais de 200 bilhões, sobretudo os esquecidos.
O protestantismo não considera Finados por ensinar que a alma dorme imediatamente após a morte e só despertará no Juízo Final, quando Jesus voltará à Terra para julgar todos os homens.
Vivendo hoje no Planeta cerca de 6,5 bilhões de pessoas, morrem por ano, em tempos de paz como atualmente, mais de 100 milhões delas, ou mais de 200 pessoas a cada minuto.
Uma criação da Igreja Católica, Finados, data de oração e saudade, se universalizou nos cinco continentes. No Dia dos Mortos, reza-se pelos que já partiram deste mundo, sobretudo aqueles dos quais ninguém mais se lembra. No primeiro século, os cristãos reverenciavam os falecidos nas catacumbas de Roma, orando pelos que morreram sem martírio. No quarto século, a Memória dos Mortos passou a fazer parte da missa e, 100 anos depois, os católicos já dedicavam um dia por ano para rezar pelos mortos de todos os tempos. Os papas Silvestre II, João XVIII e Leão IX incentivaram essa prática e, desde o século 13, o 2 de novembro é a ela dedicada, sucedendo à festa de Todos os Santos, na véspera.
O protestantismo não considera Finados por ensinar que a alma dorme imediatamente após a morte e só despertará no Juízo Final, quando Jesus voltará à Terra para julgar todos os homens, indo os bons para o céu e, os maus, para o inferno, onde permanecerão eternamente. Os protestantes não rezam pelos mortos, acreditando que o destino definitivo de todos já foi decidido nesta vida na matéria, argumentando que na Bíblia não há indicação para cultuar os mortos, que não louvam a Deus porque já tiveram aqui, quando vivos, essa oportunidade.
Estatísticas
As estatísticas são sempre discutíveis. A se basear nos cálculos do filósofo Huberto Rohden (foto), um dos principais estudiosos dos livros sagrados no século 20, na sua obra Imperativos da Vida – Martin Claret Editores, São Paulo –, editado na década de 70, já morreram na Terra, desde o começo da humanidade, mais de 200 bilhões de homens.
Vivendo atualmente no Planeta cerca de 6,5 bilhões de pessoas, morrem por ano, em tempos de paz como agora, mais de 100 milhões. Comparativamente, este número representa quase a metade da população do Brasil, como se uma centena de milhões de brasileiros desaparecessem a cada 12 meses.
Por mês, morrem no mundo 8,33 milhões. Por dia, deixam a Terra mais de 277 mil. Por hora, 11.540. Por minuto, 200 pessoas. Um dia, estaremos todos incluídos nesses totais.
Embora seja a única certeza do homem quando nasce na Terra, a morte continua como o maior dos fantasmas. O sofrimento da separação é imenso e, embora as religiões cristãs garantam, cada uma sob um prisma diferente, o reencontro além-túmulo, a dor da separação amargura e até desespera muitos dos que ficam. "
Jávier Godinho
DIÁRIO DA MANHÃ - GOIÂNIA - 02.11.2009
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Dia dos finados – Dia de Oração em Favor dos Que Partiram.
Amanhã, as peregrinações ao cemitério se intensificam. Todos querem levar uma flor à sepultura daquele que partiu, deixando um vazio de tristeza aos que ficaram. Pode, para muitos, ser um dia de saudade e de recordação. Para nós, cristãos, a visão da morte é diferente. Não que não nos traga tristeza. Mas há, na recordação dos mortos, um luminoso raio de alegria.
No prefácio da Missa dos mortos, a Igreja lembra esta confortadora esperança: “Aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Para os que crêem, a vida não é tirada, mas transformada. E desfeita a nossa habitação terrestre, nos é dada no céu uma eterna mansão”.
O mesmo nos diz São Paulo (2° Cor. 5,1): Se nossa tenda for destruída, teremos no céu morada eterna, feita não por mãos humanas. É que para nós, cristãos, a morte não é o fim. É passagem, como o é a do nascimento da criança, que passa do escuro do seio materno para a luz do dia.
Não é possível fugir da morte. A vida, na visão do salmista (Salmo 89) é como a flor viçosa na madrugada que reabre em sorrisos para a aurora, mas que à tarde fenece e fica seca. Há, no culto dos mortos, talvez o desejo inconsciente de que eles estivessem vivos, bem perto de nós. Enfeitam-se os enterros de flores. Erguem-se monumentos nos cemitérios com afetuosas inscrições. Conservam-se nas paredes os retratos dos entes queridos. Temos medo de esquecer os nossos, que partiram. E eles não voltam para nos falar.
O Senhor Jesus já nos avisou. Por isto, é oportuno lembrar, no dia dos mortos, a colorida parábola, que São Lucas registra (Lc. 16,19) do homem rico e do pobre mendigo que vegetava na sua porta. Os dois morreram. Quando o rico pede ao Senhor para que o pobre volte à terra a fim de advertir os descuidados sobre o perigo de serem também eles castigados, a resposta divina é peremptória: a distância é intransponível. Não pode quem lá está voltar nem sequer para advertir os incautos. É a palavra do Mestre.
O que fazer pelos mortos? O 2º livro dos Macabeus (2º Mac. 12) responde: rezar por quem morreu, que é sinal de fé na ressurreição dos mortos. Dia dos finados – dia de oração em favor dos que partiram.
Dom Benedicto de Ulhoa Vieira
http://formacaodecatequistas.blogspot.com
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DIA DE FINADOS
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Reflexões
02/11/2007
Homilia de Finados
“Viva esperança da ressurreição”
Rezar pelos mortos
Desde os inícios, a Igreja, professou sua fé na ressurreição dos mortos, como ensina Paulo em 1Cor 15. Sempre creu também que sua oração a Deus pelos mortos tem sentido de ajuda para sua purificação e perdão dos pecados de sua vida. Podemos ver nas catacumbas tantos sinais de vida sobre as lápides dos túmulos. Manifestam a fé na ressurreição e a certeza de que podemos rezar pelos mortos. As orações litúrgicas, aos poucos, introduzem textos de orações pelos mortos. Nas orações das missas de Finados encontramos pedidos pelos mortos: “Concedei aos nossos irmãos que, tendo professado o mistério da nossa ressurreição, mereçam alegrar-se na eterna felicidade” (oração - 2ª missa); Rezamos também: “Acolhei as nossas oferendas por nossos irmãos que partiram, para que sejam introduzidos na glória com Cristo” (oferendas - 1ª missa). Pedimos sua entrada no Céu: “Acolhei a nossa oferenda em favor dos que adormeceram em Cristo, para que, por este sacrifício, livres dos laços da morte, obtenham a vida eterna” (oferendas - 3ª missa). Pedimos a purificação de seus pecados: “Ó Deus de misericórdia, purificai no Sangue de Cristo, pelo poder deste sacrifício, os pecados de nossos irmãos falecidos e concedei-lhes o pleno perdão do vosso amor aos que lavastes nas águas do batismo” (oferendas - 2ª missa); “Nós vos rogamos, ó Deus, em favor de nossos irmãos falecidos, a fim de que, purificados pelos mistérios pascais, se alegrem com a futura ressurreição” (Pós-comunhão 2ª missa). A oração pelos mortos é uma súplica, feita na caridade, para que sejam perdoados e entrem no Céu. Rezamos pelos mortos por amor, pois Cristo “une os vivos e mortos no seu mistério de amor” (of. 1ª missa).
Meu Redentor vive
A certeza da ressurreição nasce da certeza de que o Senhor é minha luz e salvação, como rezamos no salmo 26. É salvação porque é Vida. Nós temos essa vida a partir do momento que temos fé. Quando Jesus ressuscita Lázaro (Jo 11,17-27), declara: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo se estiver morto viverá, e todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (25). Jó, afirma, dentro de sua miséria total: “Eu sei que meu Redentor vive... e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus” (Jó 19,25-26).
Viver em Cristo
A vida cristã se explica por sua união a Cristo: “Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com Ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Pois, se fomos, de certo modo, identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a Ele também pela ressurreição” (Rm 6,4-5). Como Cristo está vivo, nós, sendo inseridos nele pelo batismo, vivemos nele. O poder da oração pelos mortos está em nossa união a Cristo que vive. Ela aumenta em nós a capacidade de amar. Esta capacidade de amar é purificadora do pecado. Assim nós ajudamos nossos irmãos que morreram, que não podem fazer por si, a serem libertados dos pecados que não causam a morte: “Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduz à morte, que ele ore e Deus dará a vida a este irmão” (1Jo 5,16): Rezar pelos mortos é a certeza de que estão vivos e unidos a nós!
Leituras: 1ª missa: Jó 19,1.23-27; Salmo 26; Romanos 6,3-9; João 11,17-27.
2ª missa: 2Macabeus 12,43-46; Salmo 102; Romanos 6,3-4.8-9; João 11,21-27.
3ª missa:Isaías 25,6ª-7-9; Salmo 129; 1Tessalonicenses 4,13-18; João 14,1-6.
Ficha:
1.A Igreja sempre professou sua fé na ressurreição dos mortos, como também que sua oração pelos mortos tem sentido de purificação e perdão de seus pecados. A oração pelos mortos é uma súplica, feita na caridade, para que sejam perdoados e entrem no Céu. Rezamos pelos mortos por amor pois Cristo “une os vivos e mortos no seu mistério de amor”
2.A certeza da ressurreição nasce da certeza de que o Senhor é minha luz e salvação. Quando ressuscita Lázaro diz: Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo se estiver morto viverá (Jo 11,25). Jó declara em sua miséria: “Eu sei que meu Redentor vive... e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne verei a Deus” (Jó 19,25).
3.A vida cristã se explica por sua união a Cristo no Batismo. O poder da oração pelos mortos está em nossa união a Cristo. Ela aumenta em nós a capacidade de amar. Esta capacidade é purificadora do pecado. Ajudamos em sua recuperação da vida. João ensina a rezar pelo irmão que comete um pecado que não leva à morte. E Deus lhe dá a vida. Rezar pelos mortos é a certeza de que estão vivos e unidos a nós.
Um jardim florido
Em Finados fazemos questão de ir a um cemitério para satisfazer um sentimento dolorido que nos causa a morte. Mas há uma contradição interessante: tantos mortos ali concentrados, mas só vemos as luzes das velas e as flores. Ressoam o silêncio das orações. Quem sabe, as lágrimas pelo vazio de nossos queridos.
Foi essa a experiência de Jesus diante do túmulo de Lázaro: compartilhar a dor das duas irmãs. Mas dar a certeza: “aquele que crê em Mim, não morrerá jamais”. A fé na ressurreição é a grande flor e a imensa luz que animam a viver. A morte deveria nos animar a deixar a injustiça, a agressividade, a burrice em não querer amar e prejudicar os outros.
Pe. Luiz Carlos de Oliveira
TV APARECIDA
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