SOU DO CEARÁ
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
quinta-feira, 30 de julho de 2009
UBIRATAN AGUIAR LANÇA " SINA DO CABRA DA PESTE "
NA FOTO O MINISTRO-POETA UBIRATAN AGUIAR E O POETA AURIBERTO CAVALCANTE
COORDENADOR DO GRUPO CHOCALHO
VALE A PENA CONFERIR...
O Ministro-Poeta-Escritor Ubiratan Aguiar faz o pré-lançamento de seu novo " CD "
denominado " SINA DO CABRA DA PESTE ", hoje às 19:00 horas na loja Desafinado, Av. Dom Luis, 655, aldeota, 32243853.
Neste novo " CD ", Ubiratan Aguiar faz parcereia com artistas da Terra, como:FAGNER,
EDNARDO, AMELINHA, WALDONYS e outros, como:GERALDO AZEVEDO, DOMINGUINHOS E ELBA RAMALHO.
No " CD ", Ubiratan aguiar explora a temática e os rítmos regionais, com destaque
para o Ceará e a problemática de seu povo.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
GRUPO CHOCALHO E O DIA DO ESCRITOR
GRUPO CHOCALHO REUNIU SEUS MEMBROS E CONVIDADOS PARA COMEMORAREM O DIA DO ESCRITOR.
ENTRE OS PRESENTES DESTACAMOS: AURIBERTO CAVALCANTE ( COORDENADOR DO GRUPO CHOCALHO ), JOSÉ ALVES NETO ( REPRESENTANTE DA SECRETARIA DE CULTURA DE FORTALEZA );
RAYMUNDO NETTO, TIAGO VIANA, ANTONIO PAIVA RODRIGUES, CARLOS AURINO BARROSO GUEDES;
ALAÉRCIO FLOR, NONATO NOGUEIRA, PROF. PINHEIRO; CARLOS NASCIMENTO, EDMILSON TORRES;
SANDRO OLÍMPIO; MANOEL VASCONCELOS, SHÉLLIDA DIAS, ANDRÉ; MARIA VASCONCELOS E OUTROS. O II ENCONTRO DE ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ, DEPOIS DE MUITA DISCUSSÃO FOI
APROVADA A PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ.´
SERÃO TOMADAS TODAS AS PROVIDÊNCIAS LEGAIS PARA A CONSTITUIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO, ALÉM
DA CONVOCAÇÃO DE UMA ASSEMBLÉIA GERAL DE ESCRITORES E POETAS PARA INICIAR O PROCESSO
DEMOCRÁTICO DE LEGITIMAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO... TUDO SERÁ FEITO DE FORMA
DEMOCRÁTICA, ABERTA E COM A PARTICIPAÇÃO DE QUEM DESEJAR LUTAR PELOS REAIS INTERESSES
DOS ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ...
VEM AÍ A COOPERATIVA DOS ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ, QUE LIVRARÁ OS ESCRITORES E
POETAS DO CEARÁ DAS GARRAS DE " EDITORES " E LIVRARIAS QUE COBRAM ATÉ 40% DE COMISSÃO PARA VENDEREM OS NOSSOS LIVROS.
VIVA OS ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ !!!!!
terça-feira, 28 de julho de 2009
" SINTO VERGONHA DE MIM "- RUY BARBOSA
Sinto vergonha de mim
Ruy Barbosa
Sinto vergonha de mim…
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia, pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade
a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo,
buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos “floreios” para justificar
atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a antiga posição
de sempre “contestar”,
voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer…
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.
¹ Ruy Barbosa de Oliveira
* Salvador, BA. – 5 de novembro de 1849 d.C
+ Petrópolis, RJ. – 1 de março de 1923 d.C
segunda-feira, 27 de julho de 2009
DO BLOG DO WILSON GOMES - SOBRAL CEARÁ
BLOG DO WILSON GOMES - SOBRAL CEARÁ
SOBRAL DESCOBRIU O QUE A POPULAÇÃO DE FORTALEZA JÁ SABIA: O " RONDA DO QUARTEIRÃO "
É UM SONHO, FANTASIA, ETC....
" Domingo, 26 de Julho de 2009
Sem Ronda não dá para fazer polícia
Uma moradora do bairro Sinhá Sabóia, reclamou no programa Diário Policial da Rádio Caiçara que passou mais de vinte minutos ligando para o RONDA e o ronda não apareceu. Ligou para o 190 e lá ninguém atendeu. O motivo segundo ela de ter procurando a polícia e que próximo a sua casa tem uma bar e na madrugada de sábado aconteceu uma briga generalizada. "Estamos chegando minha senhora..." dizia o PM Ronda que atendeu ao telefone a senhora.
Segundo ela pasou o dia seguinte todinho na frente da sua casa "Pra ver o Ronda passar", mas esse não passou.
Esse e um problema para o Caaaaaaapitão Jadiiiiiiiiiiiiiilson resolver."
domingo, 26 de julho de 2009
ATO MEIO SECRETO NO CEARÁ
BLOG DO ELIOMAR DE LIMA:
SAIU NA REVISTA VEJA:
" A Revista Veja desta semana traz nota sobre viagem da primeira-dama Maria Célia ao Exterior. A questão é que o registro da viagem, que foi em abril, só ocorreu agora em julho, o que deu motivos para o deputado estadual Heitro Férrer (PDT), em matéria veiculada neste Blog, chamar o caso de “ato secreto”. Confira o que saiu na coluna Holofote, da Veja:
Ato meio secreto
Há três meses, a primeira-dama do Ceará, Maria Célia Moura, passou uma semana em Portugal em companhia de uma funcionária da Secretaria de Desenvolvimento Social. A justificativa: divulgar as rendas de filó e outros primores do artesanato cearense. A viagem da funcionária custou 6 372 reais. Como Maria Célia foi de primeira classe, seu assento saiu mais caro: 11 454 reais. O que mais intriga nesse caso é que o Diário Oficial do Ceará só publicou a despesa 100 dias depois que elas embarcaram. O governador, Cid Gomes, já figurou em episódios semelhantes. No ano passado, foi questionado por usar dinheiro público para pagar um tour europeu da mulher e da sogra e uma viagem ao Caribe dos filhos de seu irmão, Ciro Gomes.”
LEIA MAIS NO BLOG DO ELIOMAR DE LIMA E JORNAL O POVO:
Deputado questiona viagem que Primeira-dama do Ceará fez a Portugal
Postado em 24 de julho de 2009 às 11:01 em Política
" O deputado estadual Heitor Férrer (PDT) não dá trégua ao Governo Cid Gomes (PSB) nem em período de recesso. Segundo o parlamentar, o Diário Oficial do Estado de 15 de julho ultimo traz um fato ocorrido em abril último e que, na sua avaliação, cheira a “ato secreto” por ser estar sendo publicado três meses depois.
Segundo Heitor, o fato diz respeito a uma viagem feita pela primeira dama do Ceará, Maria Célia Habib, e a servidora pública Maria Josete de Oliveira, lotada na Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), para Portugal. Ali, com o objetivo de divulgar num showroom, potencialidades do artesanato cearense.
O que o pedetista considerou estranho é que, nessa viagem internacional, a primeira dama viajou de primeira classe, com bilhete custando R$ 8.334,00 e diárias totais de R$ 11.454,00, enquanto a servidora voou na classe econômica ao preço de R$ 3.078,00 com diárias de R$ 6.300,00 ".
“Queremos, por conta disso, saber dos resultados práticos dessa viagem e o roteiro cumprido”, disse, nesta sexta-feirea, para o Blog o parlamentar, lamentando que a primeira-dama não é servidora e , como tal, não poderia ter essas “regalias”.
OPINIÃO DO falAÇÃO:
O BLOG falAÇÃO SE SOLIDARIZA COM O DEPUTADO HEITOR FÉRRER E APOIA SUAS AÇÕES. A
FUNÇÃO PRIMEIRA DE UM DEPUTADO ESTADUAL É FISCALIZAR OS ATOS DO EXECUTIVO E COBRAR
UMA APLICAÇÃO RACIONAL E HONESTA DOS RECURSOS PÚBLICOS. VALEU HEITOR FÉRRER !!!!!
sábado, 25 de julho de 2009
DIA DO ESCRITOR NO CEARÁ
DIA DO ESCRITOR NO CEARÁ
[Photo]
DIA DO ESCRITOR NO CEARÁ
[Photo]
DIA DO ESCRITOR NO CEARÁ
VEJAM A INDIGNAÇÃO DO BLOG " RASTREADORES DE IMPUREZAS "
" os jornais cearenses esquecem a data "
" As celebridades globais do evento Fortal são mais importantes do que os escritores cearenses? Pergunta difícil para as cabeças medíocres da capital da alegria. Nos jornais tentei encontrar a resposta. Página a página a procurar menções da data honrosa. É publicidade de tudo. Notícia do mundo. É nota de solidariedade da Assembléia Legislativa para a família de deputado presidente, mas nenhum sinal sequer de uma letra para homenagear aqueles que escrevem as letras. É Halleluya, show das igrejas, e nenhum sinal da fé de uma única homenagem à Patativa do Assaré. Nenhuma instituição de ensino a estimar o dia. Academias, associações, entidades que sumiram na eternidade da data. No DN homenagem ao motorista no dia do seu padroeiro.
E nada, e nada, nada de escrito e escritores. É gripe aviária, assalto nas ruas, e a história permanecem ausentes de seus criadores. Nem nos suplementos culturais resquícios de uma data comemorativa. Vida e arte, e haja rock. Silêncio vazio e depressivo nas páginas do O Povo. Nos artigos da independência, nada a falar. Quem faz os gols do vovô, na imponência, a deixar o imaginador letrista no vazio das escritas. Nem o colunista que endeusa os seus livros mencionou um 25. E quando pensava que seria um parabéns especial da Prefeitura de Fortaleza, um cascudo me caiu sobre a cabeça, não era para os escritores, era o dia do Motorista que mereceu destaque em metade de uma página de jornal paga com dinheiro público. Pesquisei minuciosamente cada folha dos jornais e encontrei, quem diria, na parte de economia, não para aprofundar o pensamento do processo criativo, mas para exibir um evento do dia lembrado apenas num espaço de 4cm por 9cm em um cantinho esquerdo do jornal. Somos marginais, vagabundos sem fins lucrativos. Em terras de iletrados valemos nada. Até quem guia veículos tem mais valor. Ache bom ou ache ruim, até o jornal não deu valor, é isto!"
DIA DO ESCRITOR 1° ATO
II ENCONTRO DE ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ, PROMOVIDO PELO GRUPO CHOCALHO
ENQUANTO ISSO...
O GRUPO CHOCALHO REALIZOU, PELA MANHÃ, DAS 08:00 ÀS 13:00 HORAS, MAIS UM ENCONTRO DE SEUS MEMBROS COM OUTROS ESCRITORES, NO AUDITÓRIO DO LICEU DO CEARÁ. ALÉM DOS MEMBROS DO GRUPO CHOCALHO, PARTICIPARAM ESCRITORES E REPRESENTANTES DE ENTIDADES E GRUPOS. DESTACAMOS AS PRESENÇAS DOS ESCRITORES RAYMUNDO NETTO, TIAGO VIANA, ANTONIO PAIVA RODRIGUES, CARLOS AURINO BARROSO GUEDES. ALÉM DE JOSÉ ALVES NETO, REPRESENTANTE DA SECRETARIA DE CULTURA DE FORTALEZA. PRESENTE TAMBÉM E " RASTREANDO " TUDO O BLOG " RASTREADORES DE IMPUREZAS ".
OS ESCRITORES PRESENTES LEVARAM SEUS LIVROS E NO FINAL DO ENCONTRO ACONTECEU A TROCA DE LIVROS E AUTÓGRAFOS.
POR NÃO NOS SENTIRMOS REPRESENTADOS POR OUTRAS ENTIDADES E TAMBÉM POR NÃO CONCORDARMOS COM A FORMA COMO OUTRAS ENTIDADES ESTÃO SE COMPORTANDO E PRINCIPALMENTE
POR NÃO IDENTIFICAR NESTAS ENTIDADES O COMPROMISSO DE " REALMENTE LUTAR E DEFENDER OS
REAIS INTERESSES DOS ESCRITORES ", DECIDIMOS CRIAR UMA ASSOCIAÇÃO DE ESCRITORES, QUE
REUNIRÁ TODOS QUE PRETENDEM LUTAR E DEFENDER OS REAIS INTERESSES DOS ESCRITORES DO CEARÁ. ESTAREMOS DIVULGANDO A BOA NOVA E REUNINDO O MAIOR NÚMERO POSSÍVEL DE ESCRITORES, PARA, DEMOCRATICAMENTE, DISCUTIRMOS A CRIAÇÃO DA NOVA ENTIDADE, SEGUINDO TODOS OS PASSOS LEGAIS PARA ISSO... EM BREVE ESTAREMOS REALIZANDO A PRIMEIRA ASSEMBLÉIA GERAL QUE DELIBERARÁ SOBRE A NOSSA ASSOCIAÇÃO...
OS JORNAIS, REALMENTE NÃO NOS AJUDARAM, PORÉM O GRUPO CHOCALHO,REGISTRA O TOTAL APOIO
QUE RECEBEU DA TV DIÁRIO. O GRUPO CHOCALHO PARTICIPOU DO PROGRAMA " TARDE LIVRE " NA
SEXTA-FEIRA( DIA 24 DE JULHO ), QUANDO NUMA GRANDE ENTREVISTA COM TRÊS MEMBROS DO GRUPO CHOCALHO ( AURIBERTO CAVALCANTE, ALANNA CAVALCANTE E ALAÉRCIO FLÔR ), DIVULGARAM O DIA DO ESCRITOR E AS ATIVIDADES DO GRUPO. JÁ, HOJE ( DIA 25 DE JULHO ), DIA DO ESCRITOR, A TV DIÁRIO, PARTICIPOU DO ENCONTRO DE ESCRITORES, FEZ A COBERTURA DO EVENTO E ENTREVISTOU ALGUNS PARTICIPANTES. VALEU TV DIÁRIO !!!!
DIA DO ESCRITOR 2° ATO
DIA DO ESCRITOR NO CENTRO CULTURAL DRAGÃO DO MAR
JÁ NO CENTRO CULTURAL DRAGÃO DO MAR a programção continua:
18:30 – Abertura: Sobre a Arte de Escrever, por Ângela Gutierrez – escritora, membro da Academia Cearense de Letras e professora da UFC
& 19:00 – Contos de Encantamento – Literatura Infantil
Palestrante: Horácio Dídimo – Poeta, membro da Academia Cearense de Letras e Professor aposentado da UFC, com mestrado e doutorado na área da Literatura Infantil.
& 19:30 h - Homenagem aos 65 anos de Literatura do poeta Artur Eduardo Benevides.
Palestrante: Nilze Costa e Silva - escritora com especialização e Teoria da Literatura. Na oportunidade haverá Leitura e performance poética com os poemas do autor.
& 20:00 h – A Poesia como alimento estético-espiritual.
Palestrante: Prof. Aíla Sampaio – Escritora e professora universitária.
& 20:30 h – Recital poético do grupo POEMAS VIOLADOS
Participam os poetas: Gervana Nobre, Manoel César, Bernadete Beserra, Expedito Maurício, Reginaldo Figueiredo, Olganira Mota, Nilze Costa e Silva, Carlos Amaro, Fernando Neri e Theofilo Gravinis.
Músicos: Airái Ribeiro: flauta; Webster Távora: gaita; Arnaldo de Sá: Voz e violão.
& Poemas do livro Crack – de Cláudio Portela
& 21:20 – Encerramento com Sorteio de Livros e coquetel.
Coordenação: Nilze Costa e Silva
Cerimonial: Theofilo Gravinis e Gervana Nobre
OBS: A entrada será 1 k de alimento não perecível para doar à Casa de Apoio Sol Nascente
Produção: NAVE: Núcleo de Ação e Valorização da Espécie Humana
sexta-feira, 24 de julho de 2009
GILBERTO FREIRE É O AUTOR MAIS INFLUENTE DO BRASIL
GILBERTO FREIRE É O AUTOR MAIS INFLUENTE DO BRASIL
Freyre, Euclides e o Brasil
por Daniel Piza, Seção: livros 08:21:09.
" Gilberto Freyre é o autor mais influente do Brasil. Suas ideias se veem em muitos dos romancistas brasileiros (José Lins do Rego, Jorge Amado, até Chico Buarque e no tropismo sociológico de tantos mais), na música popular, no cinema (Glauber Rocha, Cacá Diegues, Walter Salles Jr.), na crônica como a esportiva (ele prefaciou O Negro no Futebol Brasileiro, de Mario Filho, irmão de Nelson Rodrigues, que sempre falava na “saúde de vaca premiada” dos jogadores brasileiros). Também se veem na mídia e no cotidiano, como quando as pessoas se gabam da miscigenação (Carlinhos Brown: “O brasileiro nasce com uns pontos a mais no QI por ser uma mistura de raças”). Mesmo a cordialidade que Sergio Buarque criticou como impedimento à necessária separação entre público e privado, três anos depois de Casa Grande e Senzala, foi, sob um ângulo freyriano, distorcida para um elogio da doçura nacional.
É claro que Freyre não é o inventor da noção do brasileiro como um povo diferente, especial, que se distingue do europeu por agir com o coração. “A civilização é triste”, lemos ainda hoje de economistas sérios. E gente como José Sarney, o oligarca, garante: “A maior contribuição do Brasil ao mundo é a alegria.” Oswald de Andrade, que andou às turras com Freyre nos anos 30, no conflito entre modernismo paulista e regionalismo nordestino, disse as mesmas coisas em seus manifestos, influenciado pelos conceitos de Freud como repressão. Esse espírito faz parte, claro, do período da formação moderna da nacionalidade, que seria sintetizado institucionalmente no governo getulista, quando samba e futebol viraram os símbolos ufanistas que são até agora. Mas Freyre foi quem fez a base conceitual de tudo isso.
É claro que tal formação foi um contraponto fundamental ao que se dizia até a República Velha, em ensaios como os de Paulo Prado e Oliveira Lima, cujo teor era que a mistura enfraquecia a raça brasileira e lhe dava melancolia. Como ser contra mestiçagem, alegria, etc.? Mas já está na hora de ultrapassar a idade mítica da identidade nacional e testar com rigor a veracidade dessa auto-imagem. Freyre, por sinal, como todo autor muito citado e pouco lido, é distorcido à beça. Sempre fez questão de dizer que não era a favor do “dionisíaco”, como um Zé Celso, mas de uma combinação entre ele e o “apolíneo”, ou seja, entre a cultura intuitiva e informal com a racional e dedutiva – o que até o fez cometer o equívoco de apoiar a ditadura militar de 1964. De qualquer modo, sua herança se tornou nociva principalmente porque coloca como vetor principal da cultura o perfil racial. E confundi-lo com os costumes, as artes e os esportes nunca fez bem a lugar nenhum.
Exemplo disso tudo é a visão que ainda parece dominante sobre Euclides da Cunha, essa visão “telúrica” (como diria Zé Celso, que adaptou Os Sertões para o teatro), que quer fazer dele um “advogado dos sertanejos” pura e simplesmente, pondo de canto sua visão determinista de progresso, suas contradições, seus dilemas em relação ao Brasil. Euclides continuou social-darwinista até a morte, acreditando que deveria haver um Darwin para a espécie humana e um Newton para a ordem moral. Mesmo no póstumo Às Margens da História, por exemplo, ele elogia o bandeirante Raposo Tavares por ir desbravando o país e escorraçando os índios. No entanto, Freyre fez dele um precursor de sua obra, como se Os Sertões se resumisse a um encantamento pelo “Brasil profundo”, sertanejo, rural. Não.
Como nota Marco Antonio Villa na antologia Os Sertões de Euclides da Cunha: Releituras e Diálogos (Editora Unesp), organizada por José Leonardo do Nascimento (que analisa a força das “frases-síntese” do autor), considerá-lo apenas como “livro de denúncia”, quase como se Euclides tivesse se convertido aos conselheiristas, não dá. Villa descreve as diferenças entre as reportagens de Euclides em Canudos, para o Estado, e o texto final de Os Sertões, cinco anos mais tarde. Simpatias com figuras do Exército desaparecem, comoções com a dor dos sertanejos aumentam; nesse período em que redige o livro, a desilusão com a República brasileira o faz adotar um tom mais grave. Mas Euclides continua a dividir o mundo em raças “fortes” e “fracas”. Que Freyre tente atenuar esse problema não deixa de ser absurdo.
Cada lado do espectro ideológico, na verdade, segue tentando “roubar” Euclides para si. Ele não era nem o panfletário quase bíblico que defende a cultura autóctone, nem o positivista empedernido que confunde progresso e autoridade. Se mostrou que a suposta civilização pode ser mais bárbara que os tais bárbaros, jamais deixou de vê-los assim, como “bárbaros”, embora fortes e adaptados a seu meio. Euclides era mais contraditório, complexo – uma mescla intensa e genial de idealista e fatalista. Numa das frases coligidas em outro lançamento, Migalhas de Euclides da Cunha (editora Migalhas), organizado por Miguel Matos, ele diz com todas as letras: “Não é o bárbaro que nos ameaça, é a civilização que nos apavora.” Aqui dá uma volta em Freyre, a quem a civilização também parecia apavorar, não por seus racismos e suas guerras, mas por suas exigências. Mistura racial não assegura vocação democrática. Democracia precisa ser construída duramente contra privilégios senhoriais ".
Daniel Piza
quarta-feira, 22 de julho de 2009
POESIA CEARENSE: AURIBERTO CAVALCANTE
segunda-feira, 20 de julho de 2009
POESIA CEARENSE: CARLOS NASCIMENTO
POESIA CEARENSE: CARLOS NASCIMENTO
ESSA TAL POESIA
É a graça efêmera de uma flor
que no breve existir explica a vida.
É a seda do olhar de uma criança
a vistir o real de uma pergunta.
É o manto imensíssimo e multicor
do silente espetáculo dos corais.
É o orgasmo amarelo que do alto
todo dia o sol se nos derrama.
É a mulher que no barro de seu seio
tira o leite que faz a humanidade.
É a tarde em fruta pendura
no galho azul do céu de maio.
É a lua nadando: imenso óvulo
No útero da noite do sertão.
É o pássaro esculpido sua ópera
no palco soberbo da palmeira.
É o grávido correr de uma vertente
que o verde da vida vai parindo.
É a tintura rara da alegria
com que todo palhaço pinta o circo.
Carlos Nascimento
CARLOS NASCIMENTO É PROFESSOR, POETA, ESCRITOR, ARTISTA PLÁSTICO.
É MEMBRO DO GRUPO CHOCALHO.
domingo, 19 de julho de 2009
DIA DO ESCRITOR NO CEARÁ
DIA DO ESCRITOR NO CEARÁ
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
EVENTO ORGANIZADO PELA ESCRITORA NILZE COSTA E SILVA
DIA NACIONAL DO ESCRITOR - 25 DE JULHO, SÁBADO, DAS 18:30 às 21:30 h
Local: Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar (auditório)
PROJETO APROVADO NO EDITAL DE INCENTIVO ÀS ARTES - SECULT/2009
18:30 – Abertura: Sobre a Arte de Escrever, por Ângela Gutierrez – escritora, membro da Academia Cearense de Letras e professora da UFC
19:00 – Contos de Encantamento – Literatura Infantil
Palestrante: Horácio Dídimo – Poeta, membro da Academia Cearense de Letras e Professor aposentado da UFC, com mestrado e doutorado na área da Literatura Infantil.
19:30 h - Homenagem aos 65 anos de Literatura do poeta Artur Eduardo Benevides.
Palestrante: Nilze Costa e Silva - escritora com especialização em Teoria da Literatura. Na oportunidade haverá Leitura e performance poética com os poemas do autor.
20:00 h – A Poesia como alimento estético-espiritual.
Palestrante: Prof. Aíla Sampaio – Escritora e professora universitária.
20:30 h – Recital poético do grupo POEMAS VIOLADOS
EVENTO ORGANIZADO PELO GRUPO CHOCALHO
CONVITE DIA DO ESCRITOR
COMO ACONTECE HÁ 25 ANOS O GRUPO CHOCALHO COMEMORA O DIA DO ESCRITOR ( 25 DE JULHO ).
ESTE ANO ESTAREMOS REALIZANDO O II ENCONTRO DE ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ ( DECISÃO DO I CONGRESSO DE POETAS E ESCRITORES DO CEARÁ, REALIZADO NO ANO PASSADO NO DIA DO ESCRITOR ). PARTICIPE !!!!!
II ENCONTRO DE ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ
LOCAL: AUDITÓRIO DO COLÉGIO LICEU DO CEARÁ;
PRAÇA GUSTAVO BARROSO S/N - JACARECANGA
( EM FRENTE AO QUARTEL DOS BOMBEIROS );
DATA: DIA 25 DE JULHO - SÁBADO - ( DIA DO ESCRITOR );
HORA: DAS 08:00 ÀS 13:00 HORAS;
PROGRAMAÇÃO:
SERÃO DEBATIDOS VÁRIOS ASSUNTOS DE INTERESSE DOS ESCRITORES,
COMO: QUAL O PAPEL DAS ENTIDADES, FÓRUNS E FRENTES QUE SE CONSIDERAM " REPRESENTANTES DOS ESCRITORES; VALE CULTURA;
CESTA BÁSICA LITERÁRIA; NATAL LITERÁRIO; LEIS DE INCENTIVO A CULTURA, INÍCIO DA PREPARAÇÃO DO II CONGRESSO DE ESCRITORES E POETAS DO CEARÁ,QUE SE REALIZARÁ EM 2010.
LEVEM SEUS LIVROS PARA TROCA.
sábado, 18 de julho de 2009
SÓ NO CEARÁ !!!!!!!
SÓ NO CEARÁ !!!!!!!
Nós, que pagamos uma brutal carga tributária, que não recebemos os benefícios
sociais como retorno pelos impostos pagos, que temos nossos Direitos negados pelos
Governos, ainda temos que assistir os empresários serem homenageados por recolherem
os impostos ( ICMS ), que NÓS PAGAMOS !!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
CHOCALHO: 25 ANOS DE AÇÕES POÉTICAS
POR BATISTA DE LIMA
COLUNA (21/10/2008)
Batista de Lima
A Literatura Cearense, por ser uma literatura de mutirão, tem apresentado ao longo de sua história, uma permanente presença de grupos literários, antologias e academias. Desde as suas primeiras manifestações, com os Oiteiros, por volta de 1813, até os dias atuais, essa vocação gregária de nossos intelectuais é notória. No momento, só no Palácio da Luz, sede da Academia Cearense de Letras, mais de dezoito entidades, com essas características, ali se reúnem. Isso sem contar com grupos que têm sede em outros ambientes como o Instituto do Ceará ou o Grupo Chocalho.
O Chocalho é uma dissidência da Ceia Literária, grupo mais antigo, criado e liderado pelo professor da UECE, Valdemir Mourão, a partir de 1981. Fundado em 04 de agosto de 1984, o Grupo Chocalho começou com apenas quatro membros e pouco tempo depois já contava com 15 componentes, destacando-se, nessa primeira leva, Auriberto Cavalcante, Costa Sena, Barrinha, Stênio Freitas, Ivonildo Oliveira, Oziro Paiva, Kaó e Capistrano Costa.
A fundação desse grupo coincide com a publicação de seu Manifesto. É um documento assinado apenas por quatro componentes: Auriberto Cavalcante, Capistrano Costa, Solange Olímpio e Costa Sena. A sua proposta ´está voltada para nossa realidade. É inspirada nos anseios do homem. É contra o colonialismo cultural e a favor de uma literatura regional, mas preocupada com o universal´. Depois, propõe que a escolha do Secretário e do Conselho de Cultura seja feita através de eleição direta em que os votantes seriam ´escritores, poetas, intelectuais e o povo em geral´. Há, a partir daí, um certo exagero ao propor missa de sétimo dia para a Geração Clã, quando se sabe que o Grupo Clã foi o que deixou o maior volume de obras publicadas em toda a trajetória da Literatura Cearense. Basta a obra de Moreira Campos para impedir essa celebração. Há no entanto, um momento de muita lucidez no Manifesto, quando propõe a ´criação de cadeiras obrigatórias de Literatura Cearense em todas as Universidades do Ceará, na rede de ensino do 2º grau (oficial e particular) e a inclusão dos autores cearenses atuais nas provas de vestibulares de nossas Universidades´.
Como se observa, o Manifesto chocalha em muitas direções, o que termina de cair em certas contradições, principalmente, com relação aos dias atuais do grupo, que chega a fazer saraus em clube elegante da cidade e distribuir comendas a personalidades políticas e colunáveis da burguesia. Outro fato inusitado é a eleição da musa dos poetas, em que através de desfile de belas garotas em trajes sumários, escolhe-se, mediante atributos físicos, a representante inspiradora de nossos vates. Ou seja, o discurso auribertano tem se distanciado cada vez mais da proposta inicial do manifesto chocalheiro. Prova disso é que lá no Manifesto está escrito: ´Que os mortais sejam mortais, falência para as academias´. No entanto, o último evento promovido pelo Grupo Chocalho foi o 1º Congresso de Escritores e Poetas do Ceará promovido exatamente no auditório da Academia Cearense de Letras nos dias 25, 26 e 27 de julho deste ano, no Palácio da Luz. Dos quatro palestrantes, dois eram acadêmicos da Academia Cearense de Letras e entre as entidades com quem o grupo passou a interagir, estão ABL, ACL, ALMECE, AFELCE, AJEB, UBT, ALACE, ACLT, A FORTALEZENSE, A ALA FEMININA e até A CEIA.
Se partirmos da conclusão de que só não muda de idéias quem não as tem, podemos verificar que Auriberto Cavalcante é um homem de muitas idéias e ideais. Inquieto e batalhador, fustiga as hostes culturais como o cavaleiro da triste figura se arremessava contra os moinhos de vento. É meritória sua cruzada de animador cultural, líder de grupo literário, professor do Liceu do Ceará e promotor do levantamento memorialístico daquele tradicional colégio fortalezense. De todas as investidas contra a pasmaceira intelectual desta nossa província, talvez seja seu trabalho de resgate histórico do Colégio Estadual Liceu do Ceará, o que vai mais se perpetuar para os pósteros.
Auriberto Cavalcante é figura das mais humanas. Dentre as bandeiras defendidas pelo Grupo Chocalho está a defesa do partrimônio histórico da cidade. Fortaleza é uma cidade cuja identidade se dilui a cada dia. Uma das razões é o desrespeito com que tratamos nosso patrimônio cultural.
O Grupo Chocalho tem ido à rua e tem se manifestado contrário a dilapidação da nossa memória. Além disso tem congregado em torno de suas propostas uma série de escritores iniciantes, que se sozinhos ficassem não teriam como veicular suas criações artísticas. Há momentos em que Auriberto Cavalcante desenvolve, mesmo com as limitações que enfrenta, um mecenato em torno de valores emergentes de nossas artes.
A democratização da leitura, através da distribuição de livros de autores cearenses, entre estudantes, enfatiza o gosto pela leitura que precisa ser incentivado entre os estudantes carentes desse pão do espírito. Auriberto é um incansável mensageiro dessa difícil empreitada.
Por fim, pode-se patentear a importância do Grupo Chocalho nos objetivos positivos que desenvolve. Ao mesmo tempo contemporizar algumas demandas desenvolvidas pelo grupo que vão de encontro aos seus objetivos prolatados no Manifesto inicial. Se contássemos em nossa cidade com mais auribertos, nosso crescimento cultural seria muito mais evidente e nossa identidade cultural não estaria tão depauperada.
jbatista@unifor.br
quinta-feira, 16 de julho de 2009
POESIA CEARENSE: GEORGE SILVA COSTA
informações e vendas pela Internet:
http://george1302.blogspot.com/2009/01/explorando-obra-canes-reunidas.html
confira o preço promocional!
Conto com o apoio de todos...
“Feche os olhos, sinta o vento,
Pense em nada, podes ver.
Tudo está ao nosso alcance,
Canse! Mas faça por merecer.”
Clima – Página 32
Principais pontos de venda do Livro
(em Fortaleza/CE):
- Livrarias Livro Técnico
(Benfica, North Shopping, Dragão do Mar, etc)
- Siciliano
(Shopping Deo Paseo, Av. Santos Dumont, 3131)
- ACE = Associação Cearense dos Escritores
(Rua Princesa Isabel, 817 - Centro)
- Editora Premius
(Rua Antônio Pompeu, 1705 - Centro)
- Oboé Livraria
(Shopping Center Um, Av. Santos Dumont, 3130)
O livro é composto por 50 composições,
Letras das canções reunidas pelo autor,
dentre outras coisas...
Vale a pena conferir!
A seguir, alguns trechos do livro:
“Sejamos cada um de nós a fração de uma só voz,
um grito uníssono, que irá mudar o nosso mundo.”
Revoluções – Página 16
“Quero ser feliz tendo você
Para enxugar os olhos meus,
Os meus lábios dizem que só sou feliz
Quando encontram os teus,
Eu não sei dizer o que eu faria
Se não te amasse mais...
Só espero te fazer feliz
Como você me faz.”
Vontades – Página 85
“Por mais que o vento do destino
Sopre a vela de nossas vidas
Para os lugares mais distantes,
Eu sei que sempre nos encontraremos
No Porto Seguro das Lembranças.”
Canções Reunidas – Página 17
“Quero deitar no teu colo,
E quem sabe ouvir seus segredos.
Quero sentir os seus dedos
Tocando inocentes as pontas dos meus...
Quero beijar tua boca,
Morar no teu coração.
Quero ouvir esta canção
Dos lábios teus...”
Nossa Canção – Página 54
Vendas pela INTERNET _ CLIQUE:
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Abraço's
Deus seja louvado!
Orkut
visualizar o perfil do Autor
► Eng. George:
http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=6036396106107347332&mt=2
George Silva Costa
terça-feira, 14 de julho de 2009
JORNALISMO: A C I 84 ANOS... PARABÉNS !!!
ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE IMPRENSA-ACI 84 ANOS DE LUTAS !!!!
FOTOS DE VÁRIOS MOMENTOS, COMO: REUNIÕES, EVENTOS COM A PARTICIPAÇÃO DA ATUAL DIRETORIA DA ACI QUE É PRESIDIDA PELA JORNALISTA IVONETE MAIA. PODEMOS IDENTIFICAR NAS FOTOS VÁRIOS MEMBROS DA DIRETORIA EXECUTIVA, COMO:
IVONETE MARIA, AURIBERTO CAVALCANTE, IZABEL PINHEIRO, WILAME MOURA, ANA MEMÓRIA,
STÊNIO HOLANDA, ARLENE PORTELADA, GUTEMBERG FIGUEIREDO, SYLVIA HELENA BRAU, MAURY AMÂNCIO DE OLIVEIRA, LUIZ SIQUEIRA, PEDRO SAMPAIO E EDUARDO GALDINO.
NÃO APARECE NAS FOTOS O DIRETOR CLÁUDIO PEREIRA.
SEM FESTAS A ACI LANÇOU MAIS UMA EDIÇÃO DOS PRÊMIOS ACI DE JORNALISMO.
VEJA REGULAMENTO NO SITE www.associacaocearenseimprensa.com.br
segunda-feira, 13 de julho de 2009
" CRACK " : O NOVO LIVRO DE CLÁUDIO PORTELLA
Narrado em prosa poética, o livro faz uma abordagem social e humana sobre o uso do crack, droga que vem se alastrando no mundo. Lançando mão do humor, da crítica social e de elementos do universo do usuário do crack, o autor propõe uma reflexão sobre o consumo da droga nas grandes cidades.
É de ler até a última pedra
A poesia e a prosapoesia de Cláudio Portella têm humor, muito humor. "Eu esqueci seu semblante a pedradas. A pedradas!", isto me provoca boas risadas. Humor negro, sorriso perverso: ter como maior sonho fumar crack usando as cinzas da mãe. Talvez não, talvez suprema homenagem filial. E por aí vai seu novo livro, Crack, a homenagear referências, a descarnar sensações mórbidas, a sacanear nossos pruridos de pretenso bom-mocismo, a queimar até a última fumaça, a lançar estilhaços de provocações de um submundo erigido em mundo (mundus: limpo, puro, purificado). Este cearense que tem a metade da minha idade, nascido em 1972, chamou-me atenção pela primeira vez num lance de humanismo da parte dele. Só nos conhecemos por carta, emeio e leitura mútua de nossos textos. Não sou crítico, muito menos de poesia, para mim outra enfermaria, à qual tenho acesso, no máximo, às frestas pelas quais contemplo, admirado e invejoso seus habitantes. Assim, como leitor profissional, quando leio um Cláudio Portella, atrevo-me apenas a dizer se gosto ou não gosto. Pois gosto.
Mylton Severiano
Jornalista
Da enfermaria da revista Caros Amigos
OAUTOR
Cláudio Portella é escritor, poeta e resenhista literário. Nasceu em Fortaleza em 1972. Autor de Bingo! (Porto/Portugal: Editora Palavra em Mutação, 2003) e de Melhores poemas de Patativa do Assaré (São Paulo: Global Editora, 2006). Figura em mais de trinta antologias literárias, entre nacionais e estrangeiras. Seus trabalhos estão traduzidos em vários idiomas. O escritor é publicado em revistas, jornais, suplementos, revistas eletrônicas, sites, blogs e flogs.
SERVIÇO
CRACK
CLÁUDIO PORTELLA
POESIA
MECA EDITORA
EDIÇÃO: 1ª EDIÇÃO - 2009
TAMANHO: 14.OO x 21.00 cm
NÚMERO DE PÁGINAS: 48
FORMATO: BROCHURA
ISBN: 8575633880
ISBN-13: 9788575633885
PREÇO R$ 15,OO
ONDE ENCONTRAR
Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br/acervos/claudio583)
Livraria Martins Fontes (www.martinsfontespaulista.com.br/site/detalhes.aspx?ProdutoCodigo=498894)
Livrarias Livro Técnico (Fortaleza)
Livraria Oboé (Fortaleza)
COMPRE TAMBÉM PELO EMAIL: clautella@ig.com.br (JÁ COM A TARIFA DE ENTREGA)
quinta-feira, 9 de julho de 2009
BEATA MARIA DE ARAÚJO
BEATA MARIA DE ARAÚJO
Da janela da casa nº 239 da antiga Rua do Arame, hoje Padre Cícero, uma senhora me atendeu com cara de espanto, quando perguntei se lá morou a beata Maria de Araújo. Também eu me assustei, pois parecia estar vendo a própria beata, tal a semelhança entre as duas, segundo descrição que colhera nos livros: magra, pele negra, cabelos crespos. Acordei dessa fugaz viagem e antes que a “sósia” me fechasse a janela na cara tratei de explicar-lhe que estava a escrever um romance sobre a protagonista do milagre de Juazeiro e queria saber se naquela casa haveria algo sobre ela: algum escrito, uma foto, uma placa... Dirimidas as dúvidas, ela colocou os cotovelos na janela e respondeu: “Nada! Não tem nada dela aqui não”.
Esta mulher tem, talvez, a mesma idade que teria a beata antes de falecer nesta mesma casa, em 1914. Em torno de 51 anos – de novo viajei. A moradora falou ser freira, que a casa é da diocese, e que mora com outras naquele local há poucos anos. “Mas irmã, em todas as casas onde Padre Cícero morou tem lá suas marcas, seus objetos pessoais, sua história.” Animou-se e disse que sentia muito, mas que realmente não havia nada mesmo na casa, que identificasse a beata. Acrescentou saber de toda a história.
Que admirava Maria de Araújo, mas a Igreja apagou todos os vestígios para que ninguém soubesse que ela um dia tivesse existido. Proibiram até que se falasse em seu nome. No entanto, estava havendo um movimento na igreja para reabilitá-la. Que eu podia ir à Capela do Socorro e ver que existe um lindo vitral em sua homenagem, na parte de cima, junto com Padre Cícero e alguns santos. Que na entrada do cemitério acoplado à capela, há uma placa fazendo menção à morte da beata. E só, pois seu corpo desapareceu desde 1930.
Dia 28, passado, abri o jornal O POVO na página sobre o Cariri e fiquei feliz: no local onde nasceu a injustiçada beata vai ser fixada uma placa em sua memória.
Nilze Costa e Silva - Escritora
terça-feira, 7 de julho de 2009
DIPLOMA DE JORNALISTA
Brasil - O fim do AI-5 dos jornalistas
Lúcio Flávio Pinto *
As duas primeiras escolas de jornalismo do Brasil foram criadas no mesmo ano, de 1943. A particular, idealizada em São Paulo por Cásper Líbero, dono do jornal A Gazeta, foi a primeira a ser implantada, em 1947. A pública começou a funcionar no ano seguinte, 1948, como o 13º curso da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, integrando a primeira universidade brasileira merecedora dessa definição (porque dotada de caráter permanente), a Universidade do Brasil. A idéia germinou ainda sob a ditadura, mas quando o Estado Novo de Getúlio Vargas já se deslocava da influência nazi-fascista de Hitler e Mussolini para o lado dos Aliados, na Segunda Guerra Mundial.
A liberdade, restabelecida no final de 1945, foi o oxigênio para dar vida às duas iniciativas. Elas enfrentaram as muito conhecidas dificuldades burocráticas do país. Liberdade sempre foi matéria prima rara no Brasil, vítima de ditadores e obscurantismos. A primeira universidade nacional chegou por aqui com quatro séculos de atraso em relação à primeira universidade do Novo Continente, fundada pelos espanhóis em Santo Domingo, em 1538.
O primeiro jornal brasileiro teve retardamento menor, assim mesmo de um século, para o primeiro jornal americano. E precisou ser publicado em Londres, por Hipólito da Costa, porque o ambiente só favorecia publicação oficial (ou chapa branca), como a Gazeta do Rio de Janeiro. Antes de haver imprensa, no entanto, já estava criada a junta de censura para vasculhar os impressos e expurgar seus inconvenientes para o poder.
A necessidade de dar qualificação acadêmica ao profissional do jornalismo, na metade do século XX, não foi acompanhada pela idéia de só dar acesso às redações aos portadores de diploma de curso de comunicação social. Duas décadas se passaram até que essa combinação, inédita na história do jornalismo universal, fosse realizada, por obra de um dos períodos mais negros da república, iniciado em 13 de dezembro de 1968, com a edição do Ato Institucional nº 5. Foi quando a ditadura, estabelecida com base no golpe militar de 31 de março de 1964, jogou fora "os escrúpulos da consciência", segundo a lapidar definição de um dos subscritores do documento, o coronel Jarbas Passarinho, ministro da educação, em pleno cometimento do ato.
Para reavivar um pouco a memória dos que já perderam (ou nunca tiveram em mente) o significado do AI-5, basta lembrar que ele impôs, aos cidadãos que tiveram seus direitos políticos suspensos os seguintes efeitos simultâneos: cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função; suspensão do direito de votar e de ser votado nas eleições sindicais, e proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política. A eles, quando necessário, seriam ainda aplicadas as seguintes "medidas de segurança": liberdade vigiada, proibição de frequentar determinados lugares e domicílio determinado.
Só quem viveu tais constrangimentos pode avaliar (por tê-la experimentado) a violência que o AI-5 colocou nas mãos dos detentores do poder como arma do pleno arbítrio. Pois foi com base nesse recipiente de maldades que a junta militar produziu o decreto-lei 972, com o qual estabeleceu a obrigatoriedade da graduação em curso de comunicação social para o exercício do jornalismo. O DL-972 foi baixado apenas três dias depois do AI-16, que também lhe serviu de fundamento; dois meses depois da introdução da Moral e Cívica como disciplina obrigatória de todos os graus e escolas de todo o país (para fins de controle político e ideológico), e quatro meses antes da reintrodução da censura prévia de caráter político, enquanto extensão da censura de costumes em espetáculos e diversões.
É bom não esquecer também que a junta, formada pelos três ministros militares, usurpou o poder do vice-presidente, devidamente eleito para o cargo com base na constituição outorgada pelos próprios militares, em 1967. Pedro Aleixo era quem devia ter substituído o presidente Costa e Silva, em cuja chapa foi eleito, quando o marechal sofreu uma trombose e ficou impedido de exercer o cargo.
Sob tal moldura, alguém pode presumir que os governantes castrenses da época estivessem preocupados com a melhoria da qualidade da imprensa brasileira, estimulando sua independência, formação cultural e capacidade crítica? Óbvio que não. Queriam pôr fim ao jornalismo que continuaram a enfrentar mesmo com os poderes ditatoriais que incorporaram a partir de 1964. Surgiram publicações alternativas como Pif-Paf, de Millôr Fernandes, Revista Civilização Brasileira e Reunião, de Ênio Silveira, Realidade, da Editora Abril. Na grande imprensa continuaram a se opor ao novo regime profissional que surgiram ou ressurgiram a partir de 1946, com a redemocratização. Eles influíam de fato sobre a formação da opinião pública, que ainda lia muito as numerosas publicações impressas.
Pode-se dizer que essa foi a mais brilhante geração da imprensa brasileira, a da IV República. Não por acaso, foi o mais longo período de democracia no Brasil até então. A imprensa ainda era o vertedouro de vocações para o jornalismo e as letras, de modo geral, com seus prestigiados suplementos literários, suas seções de crônicas (a maior contribuição brasileira para a literatura universal), o estímulo às polêmicas e as posições políticas claras, às vezes contundentes até demais.
Experimentados pelo contato direto com os poderosos e a circulação pelas ruas, os jornalistas desenvolveram estilo e cultivaram opiniões. Precisavam ter argumentos sólidos para contrapor aos adversários, mas também deviam conseguir expressar com clareza o que pensavam para convencer o público, fiel das disputas. Nas redações havia profissionais que apenas catavam notícias, sem conseguir redigi-las (transmitiam o que apuravam a um redator), e outros que eram paus-mandados dos patrões, que exploravam a todos, obrigando-os a procurar segundo, terceiro ou quatro empregos para se manter. Mas ao lado estavam alguns dos mais poderosos intelectuais, que não queriam ou não podiam se confinar a ambientes fechados, como o das academias, ainda reduzidas. Os debates travados pelas páginas da imprensa funcionavam como a mais poderosa das escolas, numa dialética na qual nem sempre o melhor argumento era o vencedor. Podia ser simplesmente o argumento mais bem apresentado.
Claro que, assim, a forma podia prevalecer sobre o conteúdo, o que estimulou polêmicas estéreis ou viciadas: quem se comunicava melhor vencia quem, mesmo tendo razão, era destituído de igual brilho (uma qualidade freqüentemente superficial). A grande lacuna dessa geração foi a falta de disciplina, baixa capacidade de pesquisa, ausência de métodos.
Essa lacuna seria preenchida pelo convívio num ambiente de maior rigor intelectual, como a universidade. O grande problema da maioria dos jornalistas era, uma vez dentro da redação, jamais estudar de novo, não se reciclar, nem se submeter a qualquer tipo de avaliação. Contentavam-se com o brilho, a exuberância, a experiência, o empirismo - necessários, mas não suficientes. E cada vez menos num mundo de profusa e difusa circulação de informações, em velocidade sempre mais acelerada.
Esse caminho, da busca da melhor qualificação e da aptidão específica para lidar com informações complexas, saindo do beletrismo dominante, começou a ser percorrido e estava em curso natural (por isso mesmo contraditório) quando foi interrompido pela espada do DL-972, o AI-5 do jornalismo. Já havia jornalistas formados, muitos seguiam para as universidades, conquistas da modernidade internacional eram incorporadas, criaram-se os primeiros departamentos de pesquisa, os arquivos foram melhorados, as empresas se solidificaram administrativamente, as práticas se profissionalizaram. Lembro a sensação de surpresa e satisfação ao comer pela primeira vez no restaurante do Correio da Manhã, o primeiro a oferecer um a seus empregados, com refeições balanceadas. Jornalistas começaram a ter gabinetes e secretárias. Os salários deixavam de ser aviltantes. Crescia a quantidade dos que podiam se dedicar apenas à profissão.
Estávamos no curso da história geral do jornalismo, sujeito a avanços e recuos, evoluções e regressões, quando a junta militar se intrometeu e impôs ao aspirante ao jornalismo a obrigatoriedade de freqüentar não qualquer curso superior, mas especificamente o de comunicação social. O texto do decreto-lei possui o ranço do seu autoritarismo de raiz, da concepção burocrática e corporativista (ainda inspirada no fascismo italiano), que persiste até hoje naqueles aos quais deu existência, ainda quando digam - da boca para fora - combater a ditadura, hoje.
É sintomático dessa concepção que até hoje não se disponha de uma reconstituição bem documentada de tal peça. Os que a combatem parecem tão convencidos da própria posição que não se dispõem a refletir sobre ela. Os que a apóiam não querem revirar uma história que pode cheirar mal, contaminando a cria, desinfetada pela retórica altissonante. Partem de premissas indiscutíveis, pétreas. Mas quem se lançar sobre a história não poderá deixar de concluir que o DL-972 foi o instrumento de que os militares se serviram para tentar eliminar os jornalistas incômodos, que pontificaram no alto do jornalismo praticado a partir de 1946, com independência, espírito crítico, irreverência e iconoclastia.
Os centuriões e "novos turcos" tentariam manipular os futuros profissionais na estrutura universitária, submetida a controle, coação e repressão, com o uso de outro decreto-lei espúrio, o 477, que punia os estudantes até com a expulsão por conduta desviada na norma oficial (que era, na verdade, para-legal). O resultado dessa alquimia foi a célebre "comunicóloga da PUC", celebrizada pelo humorismo de Jô Soares na televisão. Criaram a ilusão de que o canudo do diploma era como o cajado mágico que Moisés usou diante do Mar Vermelho. O jornalismo, crítico por definição, se tornou refém do espírito burocrático.
O fim do AI-5 dos jornalistas não significa que o dia seguinte está ajustado aos novos tempos. Há dúvidas, perplexidades e desafios a enfrentar - e a vencer. Mas não da maneira proposta pelas entidades sindicais ou corporativas. O Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade do DL-972 dois meses depois de ter colocado abaixo a lei de imprensa, também criada pelos militares, em 1967. Depois de uma extensa e intensa celeuma, a decisão não podia ser considerada uma surpresa. Muito menos uma violência, ainda que os argumentos dos sete ministros que acompanharam o relator (contra uma única divergência no colegiado) possam ser contraditados, muitos deles pueris.
A ordem jurídica foi seguida e consumada. Resta agora, aos inconformados, a instância legislativa para recompor a situação anterior, modificando-a. Por exemplo: não mais exigindo apenas o diploma de comunicação social, mas de qualquer curso superior. A hipótese intermediária foi sugerida para conciliar as várias posições, mas rejeitada com soberba pela Federação Nacional dos Jornalistas, o órgão máximo da burocracia sindical. A tese agora defendida pela Fenaj, de volta ao status quo ante através de emenda constitucional, além de viabilidade problemática, é de uma teimosia malsã diante do entendimento amplamente majoritário do STF. Não tem futuro.
No Brasil, os cursos de jornalismo proliferaram com base na tutela autoritária e numa visão equivocada do jornalismo como mera indústria de entretenimento. A partir de agora os cursos terão que melhorar, sob pena de desaparecer, e os universitários vão ter que caprichar na sua formação, inclusive para enfrentar um mercado cada vez mais concorrido e selvagem, em função de vários fatores que conturbam as redações e o espaço além. Há uma crise, que é profunda e grave. Mas pelo menos voltamos ao mundo real e nos libertamos do AI-5 que prepararam contra nós, 40 anos atrás.
Jornalismo: herança e vocação
Quatro dos sete filhos de Elias Ribeiro Pinto se tornaram jornalistas, o que não é pouco numa única família. Faço a ligação apenas com meu pai porque minha mãe, Iraci, embora essencial à nossa formação, sufocando com sua doçura uma tendência autodestrutiva latente em vários de nós, além de nos inspirar humanismo e simplicidade, não tem ligação direta com a nossa vocação para o jornalismo. Ela se deve a papai.
Ele cursou a escola regular apenas até o 3º ano primário (o ensino fundamental de hoje), mas tinha curiosidade e vivacidade intelectual incomuns. Adolescente, foi fotógrafo, professor de inglês e autor de uma façanha: foi o primeiro locutor esportivo de Santarém, transmitindo - para a Rádio Clube, a ZYR-9 - o clássico do futebol local, entre São Francisco e São Raimundo (a indicar a fortíssima influência religiosa no Baixo Amazonas). Em 1948, aos 23 anos, se tornou redator-secretário do semanário O Jornal de Santarém, fundado em 1943, a publicação de mais longa duração na história da imprensa santarena (e talvez de todo interior do Pará).
Quatro anos depois, em 1952, papai lançou seu próprio jornal. O Baixo Amazonas, "semanário noticioso e independente", conforme se definia no cabeçalho, começou a circular, semanalmente, em 17 de maio de 1952. Era de propriedade da Gráfica Baixo-Amazonas Ltda. Com quatro páginas em formato europeu, um pouco maior do que o tablóide, o jornal tinha Elias Pinto como diretor, Silvério Sirotheau Correa como redator e Ambrósio Caetano Correa como gerente. Sua sede, que abrigava a redação, gerência e oficinas, ficava na rua Siqueira Campos, 430. Entre os seus colaboradores estavam alguns dos principais intelectuais santarenos: Emir Bemerguy, Wilson Fona, Arinos Fonseca e Wilson Fonseca.
Passado mais de meio século, o jornal ainda mantém um ar moderno. Era bem feito para os padrões da época e considerando-se os recursos (e as limitações) da imprensa fora das capitais. Havia uma preocupação em registrar os fatos mais importantes da vida local e tomar posição editorial e política, além de buscar a constante renovação. No número 34, sob o título do jornal, surgiu o dístico: "jornal do povo a serviço da região". Já no número 40, no alto da primeira página, antes do título, foi introduzida uma frase: "Os que não quiserem apodrecer à beira do caminho, roídos pelos corvos da intriga, dos interesses imediatistas das paixões subalternas, que venham conosco".
A Gráfica Baixo Amazonas Ltda., que editava o jornal, passou também a vender livros, pelo preço da capa. Em outubro de 1953 oferecia, dentre outros títulos, A Rua das Vaidades, As Ligações Perigosas, O Grande Pescador, Os Deuses Riem, Eu Soube Amar, Uma Aventura nos Trópicos, Tudo Isto e o Céu Também, A Exilada, A Vida de Jesus, Mulher Imortal, Fugitiva, Cidadela, O Sol é Minha Ruína, O Lago do Amor, Abismo, Eles Esperam Hitler. Papai foi um leitor tão voraz quanto indisciplinado, características que também herdamos.
Já no primeiro número a direção do jornal informou que estava tentando comprar uma linotipo no sul do país para que o Baixo Amazonas pudesse ter circulação diária, além de habilitar sua gráfica a prestar serviços ao público. Ser visionário foi uma característica da personalidade do meu pai, sempre a esbarrar em outra marca sua: a dissipação das suas visões. Editorial do primeiro número, na capa da edição de 13 de maio de 1952, assinalava a preocupação de ir além do impresso:
"Ao dar à circulação o primeiro número deste semanário, que tem o nome da região a que se destina servir e é homônimo de um outro órgão da imprensa, que se editou nesta cidade entre os anos de 1872 e 1894, não sopesamos, antes temos bem auferida, a responsabilidade que nos impusemos e vimos assumir, perante o público do Baixo Amazonas, de realizar e cumprir um programa de trabalho que se identifique com os interesses coletivos deste trecho do Brasil, à defesa dos quais nos devotaremos sem avareza de esforços, sem descanso, indormidos e atentos, com destemor, crescente entusiasmo e absoluta fidelidade à causa pública".
Além do editorial, a primeira página da edição inaugural do jornal abrigava matéria sobre o aniversário do bispo, d. Floriano Lowenau, reportagem de A. Barros com o titulo provocativo "Quando será reconhecido o valor indiscutível do trabalhador da Amazônia?", artigo de Antonieta Dolores "Do sonho à realidade" e notícias sobre "Promoções" (de Joaquim Cezar de Paes Barreto e Vitor Murrieta, gerente e contador da agência do Banco de Crédito da Amazônia, respectivamente), a inauguração das novas instalações de Alto-Falantes Ipiranga e sobre a assembléia-geral da Tecejuta, a fábrica pioneira de fiação e tecelagem, que beneficiaria a produção de juta da região (e da qual papai seria diretor).
O Baixo-Amazonas, que depois incorporou o hífen, durou até 1954, quando Elias Pinto se elegeu deputado estadual pelo PTB, o Partido Trabalhista Brasileiro do seu maior modelo, Getúlio Vargas, com a sexta maior votação no Estado, e se mudou no ano seguinte para Belém, onde passou a morar com a família. Onze anos depois eu segui seus passos, Raimundo José veio em seguida, junto com Luiz, e, por fim, Elias, o mais novo do quarteto.
Nenhum dos quatro se formou em jornalismo e o único que tem um diploma de curso superior sou eu. Quando comecei a faculdade, em 1968. já era jornalista profissional e achei que o curso de sociologia seria mais útil do que o de comunicação social. Não me arrependo, muito pelo contrário: uma das venturas da minha vida foi a visão dos contextos sociais dos fatos, sem a qual meu jornalismo não sairia dos limites dos faits divers.
Raimundo José e Luiz Antonio nem passaram por perto do portão do campus universitário, por pura idiossincrasia com esse sítio acadêmico. Elias entrou, mas zanzou por muitos cursos na condição de beletrista sem permanecer por tempo suficiente para se graduar em qualquer coisa. Por ironia, é o único ainda sem registro profissional, que os dois irmãos mais velhos conseguiram, graças à tolerância do decreto-lei 972 até o reconhecimento do curso superior de comunicação da UFPA e o lançamento no mercado local dos primeiros jornalistas com diploma (acho que em 1981 ou 1982).
Elias já tem 34 anos de brilhante batente nas teclas das pretinhas, substituídas pelas branquinhas, na transição da máquina mecânica para o processador eletrônico. A decisão do STF, pondo fim ao monopólio do canudo de comunicação, lhe abre, finalmente, as portas da legalização completa na profissão, que é sua por herança, vocação e desempenho. Do outro lado, o jornalista Elias Ribeiro Pinto, o primeiro, deve ter ficado satisfeito.
Um dado a mais para a reflexão dos que se dispuserem a pensar sem preconceitos sobre o tema: nenhum de nós viu o fundador dessa mini-genealogia jornalística em operação no metier (mesmo com seu significado ambíguo, a expressão é boa para nos definir), mas foi como se tivéssemos recebido imediatamente o bastão que ele criou. Fiz jornal de colégio, de clube de jovens e bem cedo fui para a redação.
Gago, tímido e destituído de agressividade, característica que lhe arremata a condição de o mais cavalheiresco dentre nós, Raimundo José não teria passado num teste psicológico (ou de "relações humanas") para admissão de jornalistas. Mas se tornou um excelente repórter e um competente entrevistador. Suas qualidades permaneceriam sob o limbo de suas limitações naturais se não fosse jornalista - e dos bons, como é.
Já Luiz teria sido logo demitido se a característica da profissão não impusesse às empresas jornalísticas reconhecer o talento, ainda mais quando excepcional. É o que distingue a corporação jornalística das quitandas, ainda quando estas consigam disfarçar o que são com seus penduricalhos tecnológicos e aproveitando-se da fragilidade do público. Do público vírgula: da elite dona das decisões.
No entanto, nenhum dos 16 filhos dos quatro irmãos jornalistas optou até agora pela profissão dos pais. Eles nos viram em plena labuta e devem ter tido olhos suficientes para perceber que a barra é pesada, às vezes demasiadamente. Como o chamado da vocação não era tão audível assim, preferiram seguir outros rumos. Não lamentamos a decisão: se a compulsão (ou o impulso natural) não os fez jornalistas, é porque dificilmente seriam bons jornalistas. Para simplesmente fazer a alegria dos pais, é muito melhor que a façam em ofícios menos desgastantes e remunerativos, como estão fazendo. E bem.
Papai concluiu o editorial da primeira edição do Baixo Amazonas com uma citação de Vargas, inspiração não muito recomendável para uma frase sobre jornalismo. O então presidente, purificado da ditadura do Estado Novo por um mandato conquistado pelo voto popular, dizia que jornalismo é sacerdócio. Patrão costuma dizer isso, no fundo pensando em transformar o sacerdote da informação em mártir, levado ao sacrifício pela super-exploração da sua força de trabalho. Sem essa seqüela acompanhante, porém, a definição não deixa de ser verdadeira.
Quando fazemos bom jornalismo, desatentos a tudo mais, inclusive à nossa exploração, é como sacerdotes da verdade que nos sentimos. E este sentir diminui as dores do ofício e agiganta a doce sensação que nos invade do dever cumprido. Com ela seguiremos felizes para a tumba, destino de todos nós, humanos; demasiadamente humano é, sobretudo, o jornalista. Assim sempre foi e assim continuará a ser, a despeito das plumas e paetês da tecnologia e das controvérsias obtusas. Se tal for inscrito na nossa lápide, será pura verdade. Fará nossa felicidade.
* Jornalista
Ao publicar em meio impresso, favor citar a fonte e enviar cópia para: Caixa Postal 131 - CEP 60.001-970 - Fortaleza - Ceará - Brasil
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VEJA NO BLOG DO PLÍNIO BORTOLOTTI:
" Lúcio Flávio Pinto escreveu artigo sobre a queda da exigência do diploma específico para o exercício da profissão de jornalista.
Jornalista desde 1966, o paraense Lúcio Fávio Pinto foi repórter das principais publicações brasileiras. Em 1988 deixou a grande imprensa e passou a imprimir o Jornal Pessoal, em Belém. É o jornal de um homem só, mas vale por 300.
Lúcio Flávio Pinto será um dos homenageados no congresso da Abraji [Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo], que se realizará em São Paulo, entre quinta-feira e sábado
Comentário:
As entidades corporativas dos jornalistas insistem no erro de insistir na exigência do diploma específico para o exercício da profissão. Como diz o ditado, “errar é humano, mas insistir no erro é…” O que deveriam estar fazendo - aliás, o que deveriam ter feito - em vez de insistir na exigência do “diploma”, seria procurar uma regualmentação mais inteligente ".
BLOG DO Plínio Bortolotti
segunda-feira, 6 de julho de 2009
CRESCE O NÚMERO DE PROFESSORES TEMPORÁRIOS
Professores
O Conselho Nacional de Educação decidiu limitar o número de professores temporários nos estados. Sua existência só se justificaria para atender situações de impedimento de titulares ou enquanto se realiza concurso para recrutamento de novos profissionais para atender à demanda.
No Ceará o número de professores nessa situação precária aumentou substancialmente tendo sido feito contratações até para o ensino fundamental hoje quase integralmente transferido aos municípios.
Vamos aos números :
2002 - 10.916
2003 - 11.173
2004 - 7353
2005 - 7785
2006 - 7453
2009 - 15150
Tambem cresceu no atual governo o número de professores fora da sala de aula. Eram 5350 em 2006 e são 6859 em 2009.
EXTRAÍDO DO BLOG DO LÚCIO ALCÂNTARA
domingo, 5 de julho de 2009
SOBRAL, 236 ANOS... PARABÉNS !!!!!!!!
SOBRAL, 236 ANOS... PARABÉNS !!!!!!!!
Roteiros do Brasil
Região Vale do Acaraú
Princesa do Norte
HISTÓRIA DA CIDADE
Durante o séc XVII diversas famílias pernambucanas se instalaram na região, a fim de criarem gado. Estes beneficiários, procuraram aumentar e desenvolver seus domínios, e alcançaram a prosperidade gerando diversos arraiais. Um deles, o Capitão Antônio Rodrigues Magalhães erqueu a Fazenda Caiçara, que originou o povoado chamado Caiçara. Em 1743, o Capitão doou parte de suas terras para a Construção da Capela de Nossa Senhora da Conceição e, em torno desta, surgiram as primeiras casas da povoação. Caiçara foi elevada à categoria de Vila, com o nome de Vila Distinta e Real de Sobral, em 1773, e à categoria de Cidade, com o nome de Fidelíssima Cidade de Januária do Acaraú, em 1841. Em 1842, passou a se chamar Cidade de Sobral. Há 50 anos atrás, a cidade era o mais importante pólo comercial do norte do Estado. Na segunda metade do século XIX o desenvolvimento de Sobral chegou a superar o de Fortaleza.
Significado do Nome
Seu nome significa abundância de árvore.
Aniversário da Cidade
05 de Julho
CARACTERÍSTICAS
Município Histórico, principal cidade da zona norte do Estado, Sobral é conhecido como a Princesa do Norte. Apresenta arquitetura rica em sobrados antigos, reduto de famílias tradicionais da história do País. Atualmente, continua sendo umas das mais importantes cidades para a economiza cearense, por causa da industrialização. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional.
Clima
Quente e Seco
Temperatura Média
30º C
COMO CHEGAR
O acesso é pela BR-222, que liga o Ceará ao Piauí, ao Maranhão e ao Pará.
Localização
Situada na Região Noroeste do Ceará
Limites
Limita-se ao norte com os municípios de Massapê, Santana do Acaraú e Meruoca, ao sul com Santa Quitéria, Groaíras e Cariré, a leste com Itapipoca, Irauçuba e Canindé, e a oeste com os municípios de Coreaú, Mucambo e Alcântara.
Acesso Rodoviário
BR-222
Distâncias
235 Km de Fortaleza
TURISMO
Principais Pontos Turísticos
Arco de N. Sra. de Fátima
Situado no Boulevard Pedro I, hoje Av. Dr. Guarany, o Arco de Nossa Senhora de Fátima é um dos monumentos que mais caracterizam a Cidade. No local, existia o Cruzeiro das Almas, erguido por iniciativa do missionário Frei Vidal da Penha, como símbolo de fé, na sua passagem por Sobral, no final do século XVIII. Frei Vidal de Fraccardo veio do Convento da Penha, de Recife, para Sobral em 1797, para pregar Missões, tendo incentivado os fiéis a construir a Igreja de Nossa Senhora das Dores. A Cruz das Almas foi demolida em 1929 pelo Prefeito José Jácome de Oliveira. Por iniciativa de Dom José, o Arco de Nossa Senhora de Fátima foi construído em 1953, na administração do Prefeito Antônio Frota como marco da visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima a Sobral. Projetado por Falb Rangel, o Arco de Nossa Senhora de Fátima foi executado por Francisco Frutuoso do Vale, que também foi o autor da imagem de Nossa Senhora que o encima.
Becco do Cotovelo
No final do século XVIII, surgiram as primeiras casas no Largo do Rosário, construídas sem alinhamento, provocando uma visível irregularidade no traçado das primitivas ruas. Aos poucos foram-se delineando as vias, que ligavam esse espaço urbano ao núcleo inical da povoação de Caiçara, a praça da Matriz. Entre a Rua Velha do Rosário, hoje Cel. José Sabóia, e a Rua Nova do Rosário, hoje Cel. Ernesto Deocleciano, foi aberto um beco interligando as duas vias: o Becco do Cotovelo nascia para facilitar o acesso dos pedestres entre as movimentadas ruas. São aproximadamente 150 anos de história, ligada à tradição popular sobralense. Nos cem metros de extensão de peculiar traçado, reúnem-se no seu calçadão pesoas que querem não só negociar qualquer tipo de produto, mas, principalmente saber das últimas novidades da política, futebol, sociedade e discutir uma infinidade de assuntos que só a ocasião determina. No Becco do Cotovelo encontram-se bares, restaurantes, loterias, vendedores ambulantes e uma banca onde são feitas apostas sobre os mais variados assuntos. É considerado um dos locais mais pitorescos da Cidade, em virtude da comunicação fácil e variada dos cidadãos que para ali marcam encontro. O Becco do Cotovelo, espaço lúdico e etnológico, é o ponto de maior atração no cotidiano da Cidade, por veicular a cultura oral, costume por demais característico do interior cearense.
Casa da Cultura de Sobral
Principal espaço de artistas de Sobral e da região, dotada de uma dinâmica infra-estrutura e moderno acervo de arte e cultura, a Casa da Cultura de Sobral se sobressai dentre os demais projetos já implantados na Cidade, pelo seu papel de revitalizadora do patrimônio histórico-cultural. Nela constam uma biblioteca virtual, oficinas de arte e sala de cinema. Nascida sobre os escombros do tradicional solar dos Figueiredo, a Casa da Cultura de Sobral serve como símbolo do nascimento de uma nova consciência cultural sobralense, dando aos artistas um espaço digno e a oportunidade de novas pessoas ingressarem na vida artística.
Parque Ecológico Lagoa da Fazenda
Encravada na Fazenda dos Macacos, a Lagoa da Fazenda foi inicialmente cortada pela Estrada da Bethânia, construída por Dom José para dar acesso à sua casa de campo. Por muitos anos, a Lagoa permaneceu sendo ponto de lazer dos habitantes de Sobral, que vinham se beneficiar da amena aragem do lugar e contemplar os perfumados aguapés. Entre 1987 e 1990, foram iniciadas obras de recuperação, saneamento e urbanização da Lagoa, transformada em Parque Ecológico inaugurado em outubro de 1993. O Parque, que ocupa uma área de 19,2 hectares, possui: o Ginásio Poliesportivo Plínio Pompeu de Saboya Magalhães, administrado pela UVA, com capacidade para 2 mil pessoas, um bosque, área de lazer com restaurantes, play-ground, pista de cooper, quadra de esporte aberta e espelho dágua natural da Lagoa da Fazenda.
Museu Dom José de Sobral
Dotado de incansável espírito empreendedor, Dom José Tupinambá da Frota coletou, entre os anos de 1916 e 1959, um acervo de quase 5.000 peças reunidas no Museu Diocesano, considerado o 5º do Brasil em Arte-Sacra e Decorativa, pelo ICOM (Conselho Internacional de Museus). Fundado a 29 de março de 1951 e inaugurado oficialmente a 10 de março de 1971, o Museu Diocesano, hoje denominado Museu Dom José, é um magnífico painel da história social de Sobral e municípios norte-cearenses. Possui acervo de coleções raras de meio de transportes, como liteiras e cadeiras de arruar; porcelanas e cristais da Boêmia, Baccarat, Limoges, e louças de Companhia das Índias Ocidentais; pratarias, artesanato regional, arte indígena, peças arqueológicas que suscitam a curiosidade dos estudiosos que buscam sítios da região. Encontramos ainda expressiva coleção de arte-sacra, notadamente imaginária, cálices, oratórios, castiçais e demais objetos de culto que confirmam, por sua variedade e quantidade, o elevado sentimento de religiosidade do povo sobralense. O prédio onde está instalado o Museu Dom José foi construído em 1844.
Museu do Eclipse
Em comemoração aos 80 anos da comprovação da Teoria da Relatividade, Sobral inaugurou, no dia 29 de maio de 1999, o Museu do Eclipse. Totalmente climatizado, ele tem um moderno observatório, filiado à Associação Mundial de Astronomia. Entre os equipamentos de ponta, destaca-se o telescópio mais potente e avançado das regiões norte e nordeste do Brasil. No Museu do Eclipse, estão em exposição a luneta e as fotos originais utilizadas para comprovar a Teoria de Einstein, além das fotos que registraram a presença da expedição científica em Sobral. Também pode-se conferir fotos de galáxias e planetas, o primeiro mapa lunar do Brasil e o jornal The New York Times que noticiou a comprovação da Teoria da Relatividade. Um simulador elétrico de eclipses e réplicas movimentadas do Sistema Solar traduzem, de modo virtual, as experiências das expedições astronômicas. Construído na Praça do Patrocínio, o Museu do Eclipse está localizado no ponto de onde foi observado o eclipse de 1919. Sua arquitetura arrojada, com projeto do sobralense Antenor Coelho, tem a forma de duas meias luas. Elas ficam parcialmente no subsolo, encobertas por um gramado, não agredindo o projeto urbanístico da praça.
Paço Municipal
A partir de 1979, a Prefeitura de Sobral passou a funcionar em novo prédio, no Bairro do Junco. Antes, funcionava no edifício da atual Câmara de Vereadores, na Praça da Matriz. Denominado Palácio Municipal de Sobral, foi construído na gestão do Prefeito Dr. José Euclides Ferreira Gomes Júnior, com recursos municipais. É a mais moderna e confortável obra arquitetônica desta cidade, reassumindo a postura de Prefeitura mais bonita do Ceará.
Teatro São João
O Teatro São João, de inspiração italiana em estilo neoclássico, é um dos raros exemplos brasileiros do período que apresentam na fachada um frontão em arco, o que não ocorre com o Teatro Santa Isabel, do Recife, considerado por muitos como o modelo inspirador do projeto do teatro de Sobral. Outros pontos diferenciam o teatro sobralense do pernambucano: o primeiro possui um pavimento a menos enele não constam as torrinhas ou gerais, apresentadas pelo segundo. Juntamente com o Teatro José de Alencar, em Fortaleza, e com o Teatro da Ribeira dos Icós, o Teatro São João forma a tríade dos teatros-monumentos existentes no Ceará. Localizado na Praça São João, hoje Dr. Antônio Ibiapina, o Teatro foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado, através do Decreto nº 16237, de 30/11/1983. A Praça do Teatro São João é um dos mais importantes espaços culturais de Sobral, por abrigar o Teatro, o Museu Dom José, a Igreja Menino Deus e a Casa da Cultura.
EVENTOS
Julho
- EXPONORTE - Exposição Agropecuária
- FENAIVA - Feira de Negócios Artesanais e Industriais do Vale do Acaraú
Setembro
05 - Aniversário da cidade
05 - FENAIVA - Feira de Negócios Artesa nais e Industriais do Vale do Acaraú
Outubro
10 à 12 - Sobral Folia
Novembro
15 - Carnabral
Dezembro
08 - Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição
Informações Úteis
Prefeitura Municipal de Sobral.
cultura@sobral.ce.gov.br
(88) 3611-2712
Terminal Rodoviário: Rua Cons. Rodrigues Jr. Fone: (88) 611-5599
Créditos
Informações e fotos
Sites: www.ceara.com.br
www.sobral.ce.gov.br
www.citybrazil.com.br
- Jucielly Monte de Oliveira
sábado, 4 de julho de 2009
POESIA: NOVO LIVRO DE CLÁUDIO PORTELLA
NOVO LIVRO DE CLÁUDIO PORTELLA
É de ler até a última pedra...
A poesia e a prosapoesia de Cláudio Portella têm humor, muito humor. “Eu esqueci seu semblante a pedradas. A pedradas!”, isto me provoca boas risadas. Humor negro, sorriso perverso: ter como maior sonho fumar crack usando as cinzas da mãe. Talvez não, talvez suprema homenagem filial. E por aí vai seu novo livro, Crack, a homenagear referências, a descarnar sensações mórbidas, a sacanear nossos pruridos de pretenso bom-mocismo, a queimar até a última fumaça, a lançar estilhaços de provocações de um submundo erigido em mundo (mundus: limpo, puro, purificado).
Este cearense que tem a metade da minha idade, nascido em 1972, chamou-me atenção pela primeira vez num lance de humanismo da parte dele. Só nos conhecemos por carta, emeio e leitura mútua de nossos textos. Não sou crítico, muito menos de poesia, para mim outra enfermaria, à qual tenho acesso, no máximo, às frestas pelas quais contemplo, admirado e invejoso seus habitantes. Assim, como leitor profissional, quando leio um Cláudio Portella, atrevo-me apenas a dizer se gosto ou não gosto. Pois gosto.
Mylton Severiano
Jornalista.
Da Enfermaria da revista Caros
Amigos.
SOBRE O AUTOR:
Cláudio Portella é escritor, poeta e resenhista literário. Nasceu em Fortaleza em 1972. Autor de Bingo!(Editora Palavra em Mutação, Porto/Portugal, 2003) e de Os Melhores Poemas de Patativa do Assaré (Global Editora, São Paulo/SP, 2006). Figura em mais de trinta antologias literárias, entre nacionais e estrangeiras. Seus trabalhos estão traduzidos em vários idiomas. O escritor é publicado em revistas, jornais, suplementos, revistas eletrônicas, sites, blogs e flogs. Contato: clautella@ig.com.br
SERVIÇO:
CRACK (2009)
CLÁUDIO PORTELLA
POESIA
MECA EDITORA
14cmx21cm
48 págs
ISBN 85.7563.388.0
PREÇO R$ 20
ADQUIRA O LIVRO PELO EMAIL (JÁ COM A TAXA DE ENTREGA):
clautella@ig.com.br
" BERROS RIMA COM EROS "
BERROS RIMA COM EROS
O Prof. Auriberto Cavalcante, do Liceu do Ceará, em visita que me fez recentemente, ofereceu-me os livros de poemas de sua autoria, a seguir enumerados: Berros (1999), Vinte Anos de Poesia (2002) e 2004. Não precisa ser um especialista no assunto para concluir que o poeta fez opção pelo discurso social estruturado numa linguagem que se caracteriza pela agressividade da sintaxe. Nada de lirismo do tipo flor de laranjeira, até mesmo quando escreve poemas de amor. O Poeminha Romântico (Berros, p. 109) é um recado nada diplomático de um Romeu que fala diretamente do que lhe interessa, sem rodeios e metáforas, a uma Julieta completamente fora dos padrões shakespeareanos.
A mesma agressividade está presente na maioria dos poemas de fundo social. A poesia de Auriberto Cavalcante é sujeito com objeto direto. Uma verdadeira explosão. Um bombardeio epigramático, a lembrar as flechas mais envenenadas do barão de Itararé. Poesia cujo núcleo verbal é feito de rebeldia, de sarcasmo, de indignação contra toda forma de injustiça e de exploração do homem pelo homem. Em Made in Brazil, o poeta denuncia que “o americano / bebe o suor / do brasileiro / nosso café / come a nossa lagosta / impõe sua vontade (...) e ainda cobra juros”. É um retrato perfeito da subserviência dos governos latino-americanos aos agiotas internacionais, que mandam seus recados por e-mail para os vassalos do Terceiro Mundo, ordenam confiscos de salários dos trabalhadores da ativa e dos aposentados, além de cometerem outros absurdos, como a instituição do obsceno superávit primário, uma espécie de bezerro de ouro dos tempos modernos.
Auriberto Cavalcante adverte num poema telegráfico: “NAS MÃOS DO AGIOTA / JAZ UM IDOTA”. Outros poemas construídos com a mesma argila da indignação: “O feto bailava / no útero de ouro / da mulher rica. // Outro feto jazia / no útero de fome / da mulher pobre”. Em outro poema de 2004 (p. 63), o poeta volta a tocar o dedo na ferida, ao dizer que “o FMI / deixa a população sem salário / sem educação / sem saúde / sem emprego / sem segurança / sem esperança”. Na página 25 de Berros, o autor presta homenagem das mais justas ao grande médico e poeta Caetano Ximenes Aragão, falecido há vários anos, que se notabilizou pela contundência do seu discurso poético e pelas vertentes sociais de sua temática. São de CXA os versos a seguir “SOU NORDESTINO / SOU UM NÓ / DO DESTINO”.
Vários intelectuais cearenses têm manifestado seus pontos de vista sobre a poética de Auriberto Cavalcante. Dimas Macêdo nos dá sua opinião: “O certo é que o poeta apurou sua voz e deu maior poder de vôo à imaginação (...) à construção de uma poesia dialética e participativa, que instiga a práxis do engajamento e a restauração da política do corpo”.
Todo poeta deve ter a liberdade de escolher os seus caminhos e de expressar livremente a sua visão-de-mundo. Da mesma forma, tem a obrigação de respeitar aqueles que pensam e agem de forma diferente, segundo os princípios de diversidade e pluralidade que estão na origem da natureza humana. Num mundo e numa época em que até as chamadas ciências exatas mudam de pele todas as semanas, ninguém pode ostentar o brasão de dono exclusivo da verdade. Auriberto Cavalcante fez opção por uma linguagem direta e muitas vezes agressiva, seja quando focaliza problemas sociais ou quando escreve poemas de amor. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, é o que nos diz Fernando Pessoa, um ícone da poesia ocidental.
O importante é não estrangular a voz na garganta, não calar, não se omitir, não imitar o procedimento do avestruz, não enterrar a cabeça na areia quando pressente a aproximação do perigo. E como no pantanal dos podres poderes existem avestruzes enterrando as cabeças para evitar que sejam atingidos pelas vaias e os ovos que o povo lhes atira! Como são numerosos e como são reluzentes as suas plumas! Eles se parecem com aqueles animais que assimilam as cores da paisagem, numa típica estratégia de sobrevivência. Todos sabemos, inclusive o autor desses livros, que as nossas catilinárias poéticas não têm o poder de reverter as injustiças praticadas pelo FMI contra os pobres do mundo inteiro que sucumbem diariamente nos países subdesenvolvidos. De resto, impossível não concordar com o poeta que assina embaixo destes versos: “O Zodíaco é uma zona / Entra quem acredita”.
FRANCISCO CARVALHO
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