SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

sábado, 3 de janeiro de 2015

BRINCANDO NA CHUVA


    IMAGEM:  http://graciellepb.blogspot.com.br/2009/10/chuva.html

     BRINCANDO NA CHUVA !


Abençoada madrugada  chuvosa...  Acordei com  a música da chuva que caia forte  e pelas  biqueiras se derramava formando micros rios pela rua.                                                                                                                                       
Minha filha Alanna já tinha despertado com a chuva que ela tanto gosta.  Voltamos a sentir  um friozinho   que temporariamente espantou o calor da madrugada abafada.                                                                 
Lembrei da minha infância, em Sobral, quando no inverno eu e toda a meninada disputávamos     as biqueiras com forma de boca de jacaré,  por jorrar  um maior volume de água. 

 Sai para a rua e a chuva veio me fazer criança mais uma vez: corri de braços abertos como que abraçar uma amiga que não  via há muito tempo, os pingos de água eram palavras de saudade; não encontrei “ uma boca de jacaré “, mas uma bica 
de cano de plástico ( que derramava  a preciosa água, que no Sertão é quase um milagre nos dias de hoje ),e essa  era a minha “ biqueira “ do século XXI. Eu e a Alanna  mergulhamos   nesta chuva  que misturava sentimentos de saudade, gratidão a Deus, e a certeza de que a satisfação plena está na simplicidade de um banho de chuva com seus filhos.                                                                                                                 
Os sons  da   chuva,  que continuava caindo, com seus relâmpagos e trovões assustadores, ecoam na minha mente me fazendo lembrar de tempos esquecidos, momentos que marcaram a minha infância e hoje a água da  chuva lava minha alma,  meu rosto e confunde-se com a água quente e salgada que brota dos  meus olhos.                                                                                                                      
 A Alanna  divertia-se e sorria muito sem entender a minha felicidade.

   
AURIBERTO CAVALCANTE

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