De Brasília
rangelcavalcante@uol.com.br" O cidadão morreu enfartado depois de ter o atendimentorecusado em dois importantes hospitais particulares de Brasília. Não atendiam pelo seu plano de saúde. E o doente, na pressa de buscar socorro, esquecera em casa dinheiro e talão de cheques, não podendo fazer o depósito exigido do pelos hospitais. O caso gerou comoção e revolta nacionais. A presidente Dilma determinou imediatamente a criação de uma força tarefa no Ministério da Saúde para apurar o caso. A polícia local cuida de indiciar os diretores dos hospitais por homicídio culposo. A Câmara dos Deputados, em recesso, põe a Comissão de Direitos Humanos para agir no caso, enquanto o Procom exige explicações do plano de saúde. A Secretária (que é ministra) da Igualdade Racial logo diagnosticou preconceito racial, pois a vítima era negro. Por todo lado uma caça às bruxas de branco que deixaram morrer à míngua de atendimento um cidadão brasileiro. Ora, chega de hipocrisia. Toda essa agitação não acontece porque um cidadão brasileiro morreu por falta de atendimento médico. Mas porque o morto não era uma pessoa comum, como diria o companheiro Lula. Era o Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, figura das mais competentes do governo. Fora um operário e nem notícia tinha saído nos jornais. Mas o episódio da morte de Duvanier Paiva Ferreira, esse o nome dele, pode servir para abrir os olhos da companheira Dilma e lembrar que ela deve ter forças tarefas iguais a pelo menos 220 mil cidadãos rejeitados pelos hospitais por falta de falta de dinheiro para pagar o atendimento. Esse é o numero de ações movidas na Justiça por vitimas ou parentes de vitimas dessa prática criminosa no país em que a saúde publica é direito falsamente assegurado na Constituição Cidadã, tão pródiga em garantias que só existem no papel. Ora, o que aconteceu com Duvanier foi o que se vê todos os dias com milhares de cidadãos comuns neste país. Ao invés de toda essa encenação, que não vai dar em nada, o governo devia criar uma força de tarefa para corrigir o que o Sindicato dos Médicos de Brasília acaba de denunciar em nota oficial, a "política equivocada e vil do governo na área da saúde"."
FONTE: COLUNA DO RANGEL CAVALCANTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1098822&coluna=1
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