SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

quinta-feira, 25 de junho de 2009

POESIA CEARENSE: JOSÉ COSTA MATOS



HÁ DE BRILHAR UM SOL QUANDO EU PASSAR...

A ELÁDIO MAGALHÃES


Quando estiver de volta o Dono das searas
para os ritos finais da bênção das colheitas,
a lama em que eu pisei há de elevar-se em aras
onde oficiarão benditas mãos eleitas.


Frondes vastas, fulgindo à luz das manhãs claras
contemplarão de perto as grandes mãos perfeitas
multiplicando o pão das multidões ignaras,
tornando em vinho louro as águas mais suspeitas.


E um sol de hóstia, sol de ouro,um grande sol de festa,
há de irromper, fundindo a pedra dos altares,
no incêndio deste ideal, o maior que me resta !


E os que me amaram sempre, os corações de escol,
hão de sentir-me ali, já livre de pesares,
e hão de buscar, chorando, a glória deste Sol !

JOSÉ COSTA MATOS


( POEMA PREMIADO PELA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS - 2007 )

COSTA MATOS ERAM UM POETA CHOCALHEIRO, AMIGÃO, PAI, MESTRE DE TODOS NÓS !!!
SAUDADE, POETA... ATÉ LOGO !!!!!

O amigo Costa Matos me pediu que pesquisasse, nos arquivos do Liceu do Ceará, Escola
da qual foi ex-aluno e eu membro do Núcleo Gestor, sobre a vida de ELÁDIO MAGALHÃES, que segundo Costa Matos foi seu Professor no Liceu. O objetivo era prestar uma homenagem ao grande mestre... Infelizmente não encontrei nada nos nossos arquivos sobre o referido Professor... Depois o poeta Costa Matos declamou num dos Eventos do Grupo Chocalho o soneto " Há de brilhar um Sol quando eu passar "... Pelo visto o
Poeta não deixou de homenagear seu Professor...


José Costa Matos
* Ipueiras, CE. – 2 de Setembro 1927 d.C
+ Fortaleza, CE. – 2 de Março de 2009 d.C

José Costa Matos nasceu em Ipueiras, Ceará no dia 29 de outubro de 1927.

Licenciado em Letras Anglo-germânicas pela Universidade Federal do Ceará, foi professor da Faculdade de Filosofia Dom José, Sobral, da Faculdade de Direito da UFC e da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Auditor fiscal do Tesouro Nacional.

Poeta, ensaísta e contista, tendo conquistado vários prêmios literários no Ceará e em outros estados, entre eles o Prêmio Osmundo Pontes de Literatura. Sobre seu livro O Povoamento da Solidão, o escritor Pedro Nava assim se expressou: “Que poesia bravia, revoltada, orgulhosa e tão sensível à nossa hora que passa – veja-se O homem e seus medos que destaquei porque muito me atingiu (…). E sua poesia me diz que nossa única fuga é mesmo pela própria poesia”.

Suas principais obras são:
Poesias:
Pirilampos, 1960;
As Viagens, 1966;
O Sono das Respostas, 1980;
Na Última Curva da Esperança, 1982;
O Povoamento da Solidão, 1ª ed. 1991 e 2ª ed. 2002;
Estações de Sonetos, 2000.

Contos:
Na Trilha dos Matuiús, 1998
Romance:
O Rio Subterrâneo, 1997.

Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 10 de dezembro de 1992, ocasião em que foi saudado pelo acadêmico Mozart Soriano Aderaldo. Ocupa a vaga deixada pelo escritor Itamar Espíndola, cadeira 29, cujo patrono é Paulino Nogueira.

Um comentário:

  1. Sr Auriberto, meu nome é Elisabete Sampaio Magalhães, sou filha de Eládio Magalhães, caso esteja interessado em saber mais a respeito do meu pai, contate-me pelos tels (85) 96268294 ou 85049282

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