SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

FESTA DAS ALMAS EM LIVRO

Sagrado e profano na Festa das Almas

 

" Pesquisadora cearense lança livro com síntese histórica e ensaio fotográfico sobre Festa de Finados de Ocara "

 


 

FOTO: EDUARDO QUEIROZ/DIVULGAÇÃO
" A Festa das Almas, de Ocara, acontece há mais de um século
 e atrai milhares de visitantes na véspera do Dia de Finados


" No município cearense de Ocara, distante 95 km de Fortaleza, o dia dos mortos é celebrado em meio a músicas, jogos e sexo. Em sua Festa das Almas, as orações pelos que já se foram se confudem com os festejos mundanos dos vivos, numa convivência nem sempre pacífica.

“A festa é peculiar como um todo, desde o momento em que surgiu”, explica a pesquisadora Auricélia Alves, ocarense de nascimento e criação, que lança hoje, às 18 horas, no Museu do Ceará, o livro Festa das Almas: A Alegria dos Vivos - Uma Síntese Histórica da Festa de Finados em Ocara, em que analisa o tema.

Realizada a cada dia primeiro de novembro, véspera do Dia de Finados, a Festa das Almas altera a rotina da cidadezinha, que vê a população de 25 mil habitantes ganhar, em média, 15 mil visitantes seduzidos pela fé e pela diversão.

Auricélia, que já foi secretária de cultura do município, era proibida pelos pais durante a infância de acompanhar o festejos. “Teve padre que tentou convencer a população a não ir pra festa, que quis acabar com a celebração de qualquer forma”, explica.

Em mais de um século de história - a festa teve início em 1914 - as disputas com a Igreja por conta do evento se intensificam ou arrefecem. “A relação vem melhorando de alguns anos pra cá, depende muito da visão de cada padre”, explica Auricélia.

O livro passeia por toda a história do festejo, desde as suas origens, passando pelos embates com a Igreja e a participação da juventude, até a configuração social que vem elaborando nos últimos anos.

Auricélia começou a pesquisa em meados de 2002, quando decidiu analisar a Festa das Almas em seu trabalho de conclusão de curso na Faculdade de História da Universidade Estadual do Ceará. “Vi um processo gradativo de crescimento da comunidade, de modo a reconhecer como os mortos habitavam o cemitério e como os vivos habitavam a cidade”. 


SERVIÇO


Lançamento do livro Festa das Almas: A Alegria dos vivos
Onde: Museu do Ceará (Rua São Paulo, 51 - Centro)Quando: hoje, às 18 horas
Gratuito137 páginas



FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2015/10/14/noticiasjornalvidaearte,3518564/sagrado-e-profano-na-festa-das-almas.shtml

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