OPINIÃO
Por: Airton Oliveira
Presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Ceará
" As cenas fortes que o Brasil e o mundo assistiram, na última quinta-feira (7), vão ficar marcadas em nossas mentes por muito tempo. Para as pessoas que estavam dentro da Escola Municipal de Realengo, no Rio de Janeiro e, principalmente, às crianças que escaparam e viveram um drama de perseguição, crueldade, sangue e morte.
Os familiares, pais, educadores, professores e a sociedade nacional estão de luto. De repente, salas inteiras com crianças indefesas sob a mira e disparos à queima roupa, ceifando vidas de brasileirinhos e brasileirinhas sonhadores. Muitos gritavam clamando piedade. A maioria, lindos rostinhos femininos com os nossos traços de Brasil. Outros, olhinhos brilhantes de meninos que queriam, ansiosamente, viver num país sem violência.
Um atentado premeditado. Com requinte no preparo, precisão e estilo de desgraça. O que leva o ser humano a cometer uma atrocidade dessa natureza? Apesar de ser o primeiro caso de invasão de uma escola com crianças, educadores e funcionários completamente desprotegidos. Deve-se admitir que já jorrou sangue inocente em outros ambientes, como shopping centers e logradouros.
O Brasil chorou não apenas porque foi numa escola com inocentes indefesos. Muito mais. Chorou de vergonha, indignado com tamanha atrocidade. Chorou com a inesquecível lembrança do homicídio covarde de dois jovens médicos, no interior do Ceará. Porque sabemos que a violência se alastra no país.
O Brasil também chorou por saber que pais de famílias, ao deixarem seus pequeninos em casa e nos mais diversos ambientes sociais, inclusive, o recesso familiar, não estão seguros. Nem, tampouco, àqueles que foram buscar o sustento familiar. A tragédia poderia ser bem maior, não fosse o corajoso policial pai de família.
O criminoso esquizofrênico e monstro, estava fortemente armado. Livre, a transitar cada piso da escola de três pavimentos. Seletivo e frio com o poder de mira com dois revólveres a derrubar corpos ainda pueris. Tranquilamente atravessou o bairro, onde morava, até o destino do massacre. Sem que passasse por uma busca de arma.
E que medida podemos tomar? Primeiro, aparelhar a polícia com detector de metal de longo alcance. O necessário e imediato desarmamento da população. Segurança é uma obrigação e exclusividade do Estado. Cuidar do entorno das Escolas. O poder público precisa monitorar a quadra urbana destas instituições. Com tecnologia de imagens (câmeras), rondas motorizadas.
Com urgência resolver o problema de apropriação das áreas públicas e “alugueres” para automotores. As extorsões também estão sujeitas a permanentes conflitos. Isso também já causou morte e dor. Basta de luto antecipado! O Brasil precisa continuar alegre, crescendo e cuidando da qualificação e felicidade de seu povo. O país precisa dizer: “Basta de violência. Mais educação de qualidade”. "
Por: Airton Oliveira
Presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Ceará
FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2011/04/11/noticiaopiniaojornal,2124202/o-brasil-chorou.shtml
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