SOU DO CEARÁ


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Patativa do Assaré

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

PROFISSÃO: PROFESSOR II


PROFISSÃO: PROFESSOR II

" Educadora agredida por aluno de 11 anos "

" A professora Decilene Lima Rodrigues, do 2º ano da Escola de Ensino Fundamental Centro de Atendimento Integral à Criança/ Adolescente (Caic) Mário Felício Lopes, foi agredida fisicamente por um aluno de 11 anos. A professora conta que, na tentativa de intervir na briga de três estudantes, levou um soco no nariz. Tonta, ela chegou a cair em sala de aula.

"Fiquei muito constrangida. Em uma situação dessa, você não sabe o que fazer. Mas ainda acredito que o diálogo e o amor podem mudar a situação", ressalta a professora. Ela destaca que é preciso impor limites em sala de aula e algumas vezes punir para poder ser respeitada.

Problemas frequentes

Já a professora Mônica Bezerra aponta outros problemas nas escolas públicas, como a superlotação nas salas de aula e a depredação do patrimônio público. "Em algumas salas que deveriam ter 35 alunos, estamos com 45. Temos que matricular os alunos, é muita demanda".

Ela ressalta que muitas carteiras são quebradas, banheiros, danificados e mesas riscadas. Para resolver o problemas, a escola está fazendo uma campanha de conscientização por meio da produção de trabalhos com o tema, aulas e palestras. "A educação é uma construção e esse é um processo lento e deve ser contínuo", conclui.

De acordo com Lúcia Gomes, superintendente das Escolas da Rede Estadual de Ensino em Fortaleza, não há um projeto específico voltado para a violência nas escolas, mas programas que colaboram para ameniza-la o problema. Segundo ela, as escolas de Fortaleza recebem classificação: alta vulnerabilidade (áreas de alto risco), vulnerabilidade intermediaria (médio risco) e baixa vulnerabilidade (baixo risco). Dessa maneira fica mais fácil direcionar programas e gerenciar atividades complementares para a escola".

Segundo Lúcia Gomes, um dos programas é o Escola Aberta, do Governo Federal, que visa proporcionar aos alunos da educação básica pública espaços alternativos, nos finais de semana, para o desenvolvimento de atividades de cultura, esporte, lazer, geração de renda, formação para a cidadania e ações educativas complementares. O outro é o Mais Educação, que promove ações sociais e educacionais em escolas e em outros espaços socioculturais.

A opinião do especialista
Reflexos da sociedade

Maria Aparecida Costa de Lemos*

A violência já faz parte da sociedade e esse problema se reflete dentro da sala de aula. O estudante que passa por dificuldades familiares, econômicas e convive em um meio violento, geralmente quer resolver tudo através da agressão. Essa situação acaba interferindo na aprendizagem e na dificuldade do professor em lidar com esse desconforto. Apesar disso, a maioria dos professores tenta superar essa dificuldade e colocar em segundo plano o medo e a insegurança. Lotar professores para escolas localizadas em áreas de risco é uma dificuldade imensa, devido a poucas linhas de transporte urbano, assaltos e assassinatos. As grades, os muros e os seguranças acabam sendo elementos essenciais em uma escola, para que os professores possam trabalhar em paz, sem medo da violência externa. *Coordenadora pedagógica e psicopedagoga."

TRANSCRITO DO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE - 15 DE OUTUBRO DE 2009

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