" Lei Rouanet se aproxima do fim aos 20 anos "
             " Nesta  sexta-feira (23), a Lei Rouanet completa 20 anos prestes a ser  revogada. Em duas décadas de elogios e críticas, a Lei Federal de  Incentivo à Cultura (Lei 8.313/91) captou R$ 9,129 bilhões, via  abatimento de até 6% do Imposto de Renda. Será substituída pelo projeto  do governo que cria o Procultura (PL 6.722/10) e já foi aprovado na  Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
  | 
O  objetivo do Procultura é promover mais equilíbrio, pois o sistema  atual, em que empresas escolhem as produções que patrocinam, é acusado  de privilegiar o eixo Rio-São Paulo e artistas que têm maior projeção.  Nesses 20 anos, o Sudeste ficou com 80% da verba. Sul, Nordeste,  Centro-Oeste e Norte, com 10%, 6%, 3% e 1%.
-  Realmente é preciso que a lei passe por uma revisão, mas isso não quer  dizer que ela não funcione - alega o secretário de Fomento e Incentivo  do Ministério da Cultura, Henilton Menezes.
O  Procultura deve destinar 20% da renúncia fiscal ao Fundo Nacional de  Cultura, para que o governo decida onde, como e quando investi-lo. Uma  das ideias é que cada estado receba pelo menos 2% do fundo. A  expectativa é que o Procultura entre em vigor não antes de 2013, já que  mudanças na arrecadação de impostos só podem passar a valer no ano  fiscal subsequente.
Menezes considera  injustas as críticas ao patrocínio para artistas famosos e argumenta  que a Lei Rouanet foi criada para todos. Ele acrescenta que o cenário  cultural hoje é completamente diferente de 20 anos atrás e ressalta o  resgate de patrimônios como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Dois perfis 
O economista Bruno Amaro, sócio-diretor da Mona Estratégia Cultural, enxerga dois perfis de patrocinadores: os que preferem o marketing imediato  porque têm o grande público como cliente (bancos, operadoras de  celular, lojas de varejo) e os que pensam mais em imagem institucional,  porque trabalham com infraestrutura (construtoras, montadoras de  automóveis).
- O mercado ainda está imaturo  para mudar. Hoje a Lei Rouanet financia metade dos projetos culturais no  país - acredita Amaro, que intermedeia a relação entre produtores e  patrocinadores.
A Meritor, empresa do setor de autopeças, prioriza a responsabilidade social quando usa a Lei Rouanet.
-  A lei permite conciliar exposição da marca e contribuição com as  comunidades onde a gente atua - explica o gerente de Marketing, Luis  Maurício Marques.
Este ano, a Meritor  patrocinou o Núcleo Sebastian, que atende 80 crianças com aulas de dança  em Osasco (SP) e eventos de grande público, como o filme O homem do futuro, com Wagner Moura e Alinne Moraes.
-  A ideia não é obter retorno financeiro, tem que acreditar que o  investimento social é interessante para todos - afirma Marques. "
FONTE: AGÊNCIA SENADO
http://www.senado.gov.br/noticias/lei-rouanet-se-aproxima-do-fim-aos-20-anos.aspx

Nenhum comentário:
Postar um comentário