SOU DO CEARÁ
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome , pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Patativa do Assaré
domingo, 14 de junho de 2009
POESIA CEARENSE: FRANCISCO DE CARVALHO
11 DE JUNHO MAIS UM ANIVERSÁRIO DO POETA FRANCISCO CARVALHO
BUROCRACIA
Eles te advertem que a aurora foi abolida
por tempo indeterminado.
Eles te comunicam que o trigo e o vento
vão ser exportados para o arco-íris.
Eles te aconselham a esquecer
o corpo ensangüentado dos acontecimentos.
Eles te ensinam que o orvalho não cai
sobre aqueles que semeiam dúvidas.
Eles te mandam esvaziar as palavras
de toda a possível reminiscência.
Eles te fiscalizam do alto dos edifícios
escanchados nalgum dragão lunar.
Eles te dão um ataúde azul
e te ordenam que é tempo de morrer.
FRANCISCO DE CARVALHO
Francisco Carvalho (texto de Carlos Machado)
Nascido em Russas, Ceará, em 11 de junho de 1927, Francisco Carvalho é mais um daqueles casos de talentos literários que florescem totalmente recolhidos ao silêncio.
Embora tenha publicado quase 30 livros de poesia (estreou em 1955, com “Cristal da Memória”), poucos conhecem a sua obra. Nem mesmo sua escolha como vencedor do Prêmio Nestlé de Literatura, em 1982, com o livro “Quadrante Solar”, foi capaz de tirar da obscuridade o excelente trabalho do poeta.
Membro da Academia Cearense de Letras, Francisco Carvalho também conquistou o Prêmio da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, com o livro “Girassóis de Barro”, em 1997.
Em 2004, a mídia musical deu destaque ao nome de Francisco Carvalho. Primeiro, porque o cantor e compositor Fagner, conterrâneo do poeta, musicou cinco poemas dele (“O Bicho Homem”, “Esse Touro Vale Ouro”, “Cesta Básica”, “Reino” e “Minueto da Porta”) e incluiu as canções, algumas inclusive em ritmo de samba e rap, no CD “Donos do Brasil”.
Depois, porque saiu o livro “Memórias do Espantalho – Poemas Escolhidos”, uma antologia da obra de Francisco Carvalho, com 500 páginas. Porém, publicado pela Universidade Federal do Ceará, o livro já está esgotado.
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