sábado, 19 de janeiro de 2013

COMUNIDADE CATÓLICA SHALOM DE LUTO

 

" Tia Nair: 97 anos de amor a Deus "

19-01-2013

Tags: falecimento, tia Nair




" Natural de Brejo Santo, interior do Ceará, Nair Rodrigues de Azevedo foi mãe de seis filhos, teve 13 netos e 20 bisnetos. Ao casar-se era de sua vontade ter um filho homem, “e ela dizia que o consagraria a Deus”. Quem conta é Moysés Azevedo, o filho mais novo de Nair que, de fato, foi consagrado a Deus.

Em um mistério de fé, a mãe do filho mais novo consagrado a Deus tornou-se sua filha, e uma das mais fieis. Em 1986 Nair se consagrou como membro da Comunidade Católica Shalom. Em 2012 fez seus votos definitivos, comprometendo de modo perpetuo sua opção por Deus através do Carisma Shalom. Nos eventos da Comunidade Católica Shalom, retiros e encontros
era uma presença constante. Carinhosamente os membros da Comunidade a chamam de Tia.





" Tia Albanir (sua irmã), Tia Nair e Moysés Azevedo "


Por cinco anos Tia Nair integrava a Célula São Francisco. “Ela é um espelho”, define Adalberto, seu formador comunitário, que elenca uma série de virtudes da mulher que aos 97 anos possuía um espírito jovem. “Raramente faltava a uma reunião de célula, mesmo com esta idade e quando precisava se ausentar ligava para pedir dispensa. Era extremamente obediente”, diz.



“Sua presença nos trazia alegria”, revela o formador. Era feliz, contava piadas.
Era muito dedicada e tinha sua vida voltada para Deus. Adalberto recorda que certa vez uma pessoa ao lhe perguntar sobre Tia Nair lhe confessou que graças à sua ajuda e intercessão foi liberto das drogas.

Viveu e morreu bem

O geriatra Alexandre Cavalcanti, também consagrado na Comunidade Católica Shalom, há cinco anos era o médico que cuidava de Tia Nair. “Era uma pessoa admirável. Não se entregou à velhice. Viveu lúcida até o último momento de sua vida”,diz o profissional.

“Comandava a família, aconselhava os filhos. Era uma verdadeira matriarca”, comenta Alexandre. Em sua opinião “viveu e morreu bem”.

Tia Nair faleceu na manhã deste sábado, dia 19, de infecção urinária generalizada."




por
Redação Shalom


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" missa de páscoa da Tia Nair – Tesouro para a Igreja "

" Neste sábado à noite, 19 de janeiro, celebramos como família e comunidade, a páscoa de nossa querida Tia Nair, 97 anos de vida segundo o querer de Deus.  A missa foi presidida por Padre Sílvio, teve presente seus filhos e filhas, dentre eles Moysés Azevedo, fundador da Comunidade e seu filho mais novo e Fátima Azevedo da Comunidade de Aliança.
 

Segue abaixo, as palavras do Padre Sílvio, que que proferiu a seguinte  rica e reflexiva homilia .
1ª Leitura: “(…) Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. 4Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram. (…)
Evangelho “(…)Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna(…)”
“Quando a semente é plantada,  morrerá para dar fruto. Plantar a semente é a parte do homem, mas fazer crescer pertence a Deus. Assim também é nossa vida, a parte nossa, a de Deus.
Na 1ª leitura o profeta fala que vai tirar a morte do mundo, a dor da morte do mundo. E ela é encarada na perspectiva de dor.  No Evangelho, se fala da perspectiva de que é preciso morrer.
Complementa com nova perspectiva o sentido da morte,  o que fazer, como se completam estes textos, o que nos dizem estes textos.
Há quem diga por aí a fora, que a morte nos leva ao desespero, por que a morte significa que a vida se acaba, e não haveria sentido em nada que vivemos. Já há quem ultrapasse este sentido mais direto, e diz  que a morte põe fim ao tempo de nossa vida, e assim dará, selará o sentido dela.
A vida aqui na terra passa seu tempo estabelecido, e neste ponto de vista, temos um tempo para completar nossa missão. O mistério da morte deste modo, causa por um lado dor, mas por outro lado, nos traz conclusões. A morte nos mostra o que foi a nossa vida.
Este tempo que temos a viver, não deve ser vivido de qualquer modo, É preciso uma responsabilidade para vivê-lo. Temos um tempo de missão, um tempo pelo qual somos responsáveis. É um tempo para vivermos a vontade de Deus, um tempo para darmos nossa resposta a Ele, tomarmos nossa opção, escolhermos o que é a nossa vida. Tempo para vivermos não de qualquer modo, mas do melhor modo possível.
E como se vive a vida do melhor modo possível? Amando. Cristo nos ensina isto muito bom, dando a vida pelos outros. Perdendo sua vida por Deus, e pelos outros. Deixando a semente de sua vida morrer,  morrer pela doação aos outros, pela doação de sua vida a Deus.
Um filósofo austríaco diz-nos que devemos viver como se fosse a segunda vez, e como se estivéssemos em dívida de vida. Como se já tivéssemos vivido muito mal, e que agora tenho a segunda chance de viver, e devemos viver da melhor forma possível.
O nosso passado assim será como um tesouro que brilha, serão bem vividos. Já se vivermos aleatoriamente, os anos se passarão,  e quando olhamos para trás, se vivemos aleatoriamente, de qualquer jeito só poderemos dizer:  ah, se eu pudesse ter vivido bem, ah, se pudesse voltar.
A morte dos nossos queridos, nos põe de frente a  este mistério, de olharmos para nossa vida, e de termos uma segunda chance, de poder olhar a vida, e ver como está sendo vivida. Se a vivemos no amor, para os outros, perdendo a vida pelos irmãos, por Deus.
Tia Nair, conclui sua etapa de vida terrena, e quanto sentido vemos em sua vida. Seus filhos, mesmos o testemunham. Que vida rica. E por isto sua páscoa nos ensina tanto.
Até o modo como ela morreu nos mostra um pouco disto. Ontem na primeira leitura da missa, carta aos hebreus, o apóstolo fala de entrarmos no repouso de Deus, sentido da vida cristão. E o modo como tia Nair partiu foi entrar no repouso de Deus, mansamente, humildemente, sem ninguém perceber, entrou no repouso de Deus.
E o que deixou, 97 anos e meio de história. Quase 98. São 98 anos de vida que brilharam, vida que foi tesouro, presente para seus próximos, para seus familiares. Presente, tesouro que foi dado e é testemunhado pela comunidade que se sente filho, que foi tesouro para a Igreja, para a humanidade. Vida que brilhou. Todos nós percebemos a riqueza de sua vida, filhos, filhos da comunidade, filhos da igreja. Vida que nos questiona, questionados pela liturgia e pela páscoa, vemos o que podemos fazer hoje, para minha vida a partir de hoje, para ser um tesouro de lembrança no futuro, tesouro que possa presentear os homens.”




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por
Redação Shalom



FONTE: PORTAL DE NOTÍCIAS DA COMUNIDADE CATÓLICA SHALOM
http://www.comshalom.org/noticias/exibir.php?not_id=7296

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