domingo, 15 de abril de 2012

DEBATE: A REAL SITUAÇÃO DO DRAGÃO DO MAR

" Que Dragão o Ceará precisa ? "

" O ENCERRAMENTO do contrato das salas de cinema mantidas pela parceria entre Unibanco/Itaú e o Centro Dragão do Mar reacende o debate sobre a atuação do equipamento e as demandas da cidade. Afinal, para onde segue o Dragão? "

" Conforme O POVO publicou nas edições de terça e quarta-feira passadas, no próximo dia 30 o contrato entre o Unibanco/Itaú e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura será encerrado. Os cinemas continuarão funcionando, como a própria diretoria esclareceu em nota. Mas o fim da parceria que garantiu por mais de uma década (o Espaço Unibanco foi inaugurado em janeiro de 1999, antes mesmo da inauguração oficial do próprio Dragão do Mar) às duas salas de cinema do centro cultural uma programação alternativa aos cinemas de shopping redobra a atenção sobre a gestão do equipamento.

Apesar da atual diretoria do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC) – organização social que administra o Dragão, o Centro Cultural Bom Jardim e a Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho – tratar o caso como um episódio isolado, consequência da decisão administrativa do próprio banco, o fim do contrato reflete, de certa forma, um processo de degeneração e enfraquecimento da atuação do centro cultural na cidade.

Antes do cinema foi a livraria Livro Técnico, fechada ainda ano passado. O aumento da violência no entorno do espaço também passou a ser cada vez mais comentado entre seus frequentadores, o que, se não é algo novo, parece ter sido agravado com os anos. Essa sensação de insegurança, combinada à imagem de deterioração física que o Dragão do Mar espelha em detalhes, como na grama transformada em chão batido na Praça Verde, as pedras portuguesas soltas do calçamento ou os bancos depredados, deixa o equipamento cada vez menos convidativo e destituído de sua função primeira.

Inaugurado em agosto de 1998 de forma experimental, o Dragão do Mar surgiu como um projeto pretensioso, um colosso de 30 mil m² de área total com museu, anfiteatro, teatro, salas de cinema, livraria, cafeteria, entre outros espaços. Meses depois, em abril do ano seguinte, data de inauguração oficial, somou-se ainda o Planetário Rubens Azevedo, um dos mais modernos do País. Sua política deveria atuar na formação, produção e difusão das artes no Ceará, além de capitanear um processo de requalificação da área, uma antiga zona portuária.

Depois de 13 anos, o equipamento mantém um orçamento médio de R$ 6 milhões por ano (R$ 6,5 mi foi o valor de 2011), quase todo gasto na manutenção do espaço, que recebe todos os finais de semana uma leva de pessoas em busca de diversão. Se por um lado ele virou um grande polo da noite fortalezense, por outro recebe cada vez mais críticas sobre a ausência de ações em outras áreas tidas como fundamentais para a demanda que ele se propõe a atender.

Neste Vida & Arte Cultura, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura volta ao centro do debate. Com artigos do sociólogo Júlio Lira, do professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFC Romeu Duarte e de Tadeu Feitosa, professor do Departamento de Ciências da Informação, o caderno discute aspectos que vão desde a falta de um plano urbanístico para o centro cultural até o descaso com a grama da Praça Verde.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Dragão do Mar para uma entrevista com a presidente do Instituto de Arte e Cultura do Ceará, Isabel Fernandes. Foram solicitadas as perguntas da reportagem por e-mail. A entrevista foi enviada, mas, ao contrário do combinado, as respostas não chegaram até o fechamento desta edição.

Multimídia

Para ver - A edição do programa Grande Debate da última quinta-feira discutiu a situação do Dragão do Mar. O programa, apresentado pelo jornalista Ruy Lima, contou com a presença de Isabel Cristina Fernandes, presidente do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC); do tenente-coronel Mendonça, comandante do BPTUR; Valéria Cordeiro, produtora cultural; e Norma Paula Moreira, coordernadora dos Pontos de Cultura e membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais. Confira no canal da TV O POVO no YouTube. http://bit.ly/GXsYU0

Para ler - Acompanhe a repercussão da crise do Dragão do Mar entre os internautas na página do O POVO Online no Facebook. http://on.fb.me/HPryfno "


 
 
FONTE:  JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/04/14/noticiasjornalvidaearte,2820869/que-dragao-o-ceara-precisa.shtml

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" Um centro isolado da cidade "

" Para o sociólogo Júlio Lira, o equívoco maior do Dragão do Mar é o isolamento social do equipamento, não permitindo, assim, que os problemas e as demandas sejam dialogados e trabalhados" 
 

DEIVYSON TEIXEIRA
" Desgaste estrutural do prédio expõe problemas cotidianos de zeladoria do equipamento cultural "

Júlio Lira
ESPECIAL PARA O POVO

" Nestes dias circularam pelas redes sociais expressões de mal estar pela situação de abandono do Dragão do Mar, entre elas, uma foto que, tirada de um patamar mais elevado, mostrava metade do seu único gramado, o da Praça Verde, como um improvável mapa, com grandes manchas de terra crescendo em uma superfície de verde quase inexistente. Mesmo a grama sobrevivente parecia pedir cuidados.

Não estamos falando de graves questões estruturais, mas de problemas cotidianos de zeladoria. Podemos ter certeza de que o problema também não é o dinheiro, mesmo que os valores repassados pelo Estado não considerem os aumentos de custos. A água vem de um poço; nitrato, adubo, mudas ou manta de grama custam pouco; mão de obra já é incluída na dotação orçamentária. Não, a questão não é dinheiro.

A resposta aparece por exclusão: os gestores não escutam um jardineiro. Expor essa incompetência para o diálogo pode parecer duro, mas não sou eu quem diz, é a grama. Ou melhor, o desgramado. Note-se que essa surdez da gestão parece ser seletiva, tornando mais grave à medida que se sobe na hierarquia do Estado: não foi o Cid Gomes que disse que está tudo transcorrendo bem no Dragão do Mar?

Não tendo sido concebido dentro de uma política pública que o relacione geopoliticamente com uma ampla rede de equipamentos de menor porte como casas e pontos de cultura, o Dragão deveria procurar se contextualizar e interagir com produtores e ativistas culturais, associações profissionais, artistas, movimentos, empresas, frequentadores. Mais do que procurar apoio para seus projetos, deveria estar afinado com a busca de uma inteligência coletiva. Entretanto, observa-se que não existem aberturas institucionais para o trabalho colaborativo. A vida cultural do Estado está passando por longe, salvas exceções tópicas que apenas confirmam a regra. As portas de acesso entre o Dragão e a Biblioteca Pública foram fechadas, qualquer integração de projetos inexiste, mesmo porque vários que existiam ali foram encerrados e a Biblioteca sucateada. Pelas calçadas do Dragão, ressoam apenas bares responsáveis pelo boom imobiliário que varreu quase todos os ateliês de artistas das redondezas e ainda expulsa os poucos remanescentes. Bares cujos proprietários afirmam nunca terem sido chamados pela atual gestão para uma conversa.

Como intervenção urbana, o Dragão do Mar foi mais um desenho nascido das pranchetas, sem diálogo com o entorno ou com a sociedade e que, a posteriori, precisa consertar os amadorismos, remediar a ausência de um pensamento urbanístico ou de políticas públicas culturais.

O problema maior não é ausência de nenhum tipo de salvaguarda urbana para moradores e artistas. O problema maior não são erros que se remediam com reformas físicas, como um anfiteatro sem banheiro e no qual os artistas têm de passar para o camarim pelo palco, ou um museu sem espaço para reserva técnica, ou um cinema improvisado como teatro, ou uma sala de dança sem pé direito adequado. Problema maior não são os de gestão como a falta de segurança no equipamento que já expôs uma mulher ao estupro dentro do teatro. Problema maior não é o acirrado conflito interno entre diretorias. Problema maior não é a ocupação de vagas profissionais por indicados políticos sem qualificação profissional consistente na área cultural. Problema maior não é o lento marca-passo dado pela Secretaria de Cultura. Problema maior é o isolamento social – desde a gênese na prancheta, repita-se – que não permite que todos os problemas, dos mais simples aos mais graves, sejam dialogados e trabalhados. Problema maior é que o Dragão do Mar não pode ser uma caixa amplificadora da cultura cearense, pois está distanciado da sociedade civil.

Governar vai muito além de distribuir cargos como benesses.

Estivesse o governo próximo saberia que os cineclubes no Ceará nunca estiveram mais fortes e que a desistência da Unibanco em dar seguimento aos cinemas daqui poderia dar lugar a uma ocupação consorciada que não usaria o espaço apenas para projetar filmes de arte, mas para debates cinematográficos ao jeito antigo, para apresentar filmes raros, para expor a produção local, para refletir todo o dinamismo da cena local. O segundo cinema poderia continuar no padrão anterior. Mas para pensar políticas culturais, para encontrar soluções capazes de afastar propostas estapafúrdias e elevar o papel social do Dragão do Mar é preciso ser capaz de escutar. E quem não sabe escutar um jardineiro, mestre da vida, saberá escutar quem? "

Júlio Lira é sociólogo e mestrando em Comunicação


FONTE:  JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/04/14/noticiasjornalvidaearte,2820861/um-centro-isolado-da-cidade.shtml


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" Significante, sem significado "

" Um centro cultural surdo às demandas da cidade, assim o professor Tadeu Feitosa avalia a atuação do Centro Dragão do Mar "

 
GEÓRGIA SANTIAGO
" Segundo o professor, o equipamento teve momentos não de efervescência cultural, mas de fabricação e promoção de eventos "

Tadeu Feitosa
ESPECIAL PARA O POVO 

" Quando em 1993 tive acesso às primeiras impressões do que seria o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, eu estava às voltas com minha pesquisa de mestrado sobre as relações informacionais e culturais entre a Biblioteca Pública Menezes Pimentel – como espaço de difusão informacional – e a comunidade do Poço da Draga, com demandas complexas de informações. Naquele momento, começava a ler com mais interesse sobre as complexas e mal resolvidas políticas públicas de cultura e, por vezes, me posicionei sobre o que seria aquele equipamento cultural.

Dos posicionamentos mais otimistas se ouvia que o Centro Dragão do Mar viria atender às históricas demandas culturais da cidade em expansão. Os pessimistas alardeavam a chegada de mais um elefante branco. Na época de sua inauguração, eu mesmo escrevi sobre a precariedade das discussões sobre o entorno do Centro Cultural e da ausência de ações efetivas no sentido de o “Dragão” abraçar a Praia de Iracema, onde ele está. De lá para cá, o Dragão teve momentos de efervescência e de ostracismos. Não de efervescência cultural, mas de fabricação e promoção de eventos, o que é bem diferente da ação cultural que se espera de um equipamento como aquele.

Assim, ante a imponência de sua edificação e as muitas manifestações culturais e de entretenimento que aconteceram no Dragão, permanece a marca indelével de que o equipamento não pensou no seu entorno e nem estudou as diversas demandas reais e potenciais que poderia atingir. Entre uma ou outra boa intenção de ações para a chamada “formação de plateias”, o que se viu foi a supremacia de ações, eventos e serviços pensados por meia dúzia de agentes e produtores culturais quase sempre focados no pensamento de seus gestores e quase nunca ensejados pelas demandas culturais da cidade e de seus atores.

Num momento em que são discutidos em muitos fóruns mundiais a retomada e atualização das chamadas “ações culturais” que promovam o engrandecimento humano e cultural das pessoas; que possibilitem às pessoas uma ação mais crítica diante da arte, da cultura, da informação e da comunicação, o Dragão do Mar ainda se define pelas fabricações de eventos ou apenas como ressonância das demandas dos produtores e da chamada indústria cultural.

Ontem como hoje – para além das sempre minguadas verbas e financiamentos culturais – o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura continua sendo um significante em busca de um significado. Falta a ele uma política cultural democrática, inclusiva e participativa, onde as demandas sejam estudadas criteriosamente a fim de torná- las também produtoras e promotoras de cultura. Falta ao Dragão o fogo criativo, a desenvoltura política que lhe garanta pensar a cultura como possibilidade de desenvolvimento humano e social. O Dragão continua adormecido e míope no que

concerne ao mundo criativo que se espraia para além de suas paredes. Espaço de cultura, ele se conforma com a produção de evento, quando dele se espera dialogar com a cidade e com a cultura onde ele se encontra.

Falta ao centro cultural usar a tradição, a memória e as marcas culturais do povo em favor da criação artística, da liberdade de expressão, da democratização dos saberes, do exercício da fruição estética. É preciso auscultar a complexidade cultural do povo para que a instituição cultural fale a sua língua. Fala-se muito de um suposto desinteresse das pessoas pelos equipamentos culturais da cidade. Esse é um fenômeno que precisa – no mínimo – ser investigado com atenção e desvelo e não usar isso como álibi para a falta de ações culturais ousadas.

Se a existência de todo equipamento cultural pressupõe o atendimento de suas demandas, não pode o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura sobreviver ou planejar suas ações sem um estudo de comunidades e de usuários a quem deva representar.

É preciso conhecer as demandas, suas marcas culturais, seus sotaques e dicções e, a partir desse perfil cultural, incluir em suas ações essas demandas como produtoras e promotoras de cultura e de arte. Em outras palavras, mais do que gerir o espaço e seus jardins, é preciso gerir os sonhos e as expectativas do povo. Não apenas como demanda, mas como produtor de cultura e de arte."

Tadeu Feitosa é professor do Departamento de Ciências da Informação da UFC


FONTE:  JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/04/14/noticiasjornalvidaearte,2820863/significante-sem-significado.shtml


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" Melancólico iceberg "

" A falta de planejamento econômico e urbanístico explicam, na visão de Romeu Duarte, o cenário de um Dragão do Mar "sem proposta" e destituído da centralidade e do prestígio político de antanho "


ETHI ARCANJO
" De acordo com o arquiteto, deve-se urgentemente elaborar um plano urbanístico que aborde a região do centro cultural "


Romeu Duarte
ESPECIAL PARA O POVO 

" Para quem tem como tarefa diária acompanhar e tentar compreender os rumos desta cidade, não constitui surpresa o atual estado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura - CDMAC. Idealizado no final da década de 1990, na esteira do Governo das Mudanças, pelo governador Ciro Gomes e por seu então secretário de Cultura Paulo Linhares, o equipamento, com seus 30 mil m² implantados em uma área de grande interesse histórico, mas sem relações condignas com esta, rapidamente transformou-se, mediante intenso esforço midiático, em um símbolo daquela gestão e um ícone de nossa capital, despertando opiniões favoráveis e contrárias, em boa medida mediadas mais pela paixão do que pela razão.

Fortaleza, à época, já experimentava os resultados de sua transformação em balneário turístico internacional, lugar que lhe foi reservado no tumultuado contexto da disputa por ativos entre as grandes cidades da América Latina. Mercê de uma “turistificação” galopante, que hoje exibe seus feitos de qualidade duvidosa, principalmente na Praia de Iracema, foi o CDMAC criado, inicialmente, com um ambicioso programa de capacitação e qualificação profissional com foco no cinema e nas artes plásticas, logo abandonado e, fisicamente, com uma arquitetura que remetia às realizações do pós-modernismo historicista, destituída de vínculos com sua vizinhança imediata e assumidamente espetacular. A palavra de ordem era modernização, ação esta elevada à potência da megalomania.

Sem ter por trás um plano racional de recuperação, requalificação e revitalização do ambiente urbano do Centro e da Praia de Iracema, fundamentado em processos de regeneração cultural integrados às demais funções dos bairros e da cidade, e animado pela mesma motivação das fracassadas experiências de renovação do Pelourinho e do Recife Velho, o CDMAC, com seu casario de estranho colorido, viu-se, de repente, solitariamente a braços com uma missão impossível: reerguer uma combalida região da cidade com base apenas nos predicados de sua arquitetura e em alguns poucos eventos culturais de sua programação.

Com seu funcionamento consumindo mais da metade dos recursos da Secult e sem um plano de negócios e captação definido, o equipamento cultural viu paulatinamente suas cercanias serem tomadas pelo banditismo, seus frequentadores serem vitimados por atos de violência de toda natureza e seu inseguro entorno ocupado intensiva e irregularmente, numa das mais impressionantes ações de privatização do espaço público havidas nesta cidade.

Deve também ter lhe doído a predominância de um público frequentador noturno, que pode pagar pelos caros itens dos cardápios dos diversos bares e restaurantes à sua volta, o que transforma a área em que se instala, nos turnos da manhã e da tarde, em vazia cenografia urbana. Hoje, as pessoas se aglomeram em multidões, principalmente nas noites dos fins de semana, em torno de um Dragão sem proposta, aparentando abandono e destituído da centralidade e do prestígio político de antanho, o que é reconhecido até por seus próprios criadores e assíduos usuários. O fim da parceria com a rede de cinemas Espaço Unibanco parece ser apenas a ponta de um melancólico iceberg.

Numa palavra: sustentavelmente, além de um planejamento econômico-financeiro que envolva cifras e negócios voltados à manutenção, funcionamento e investimentos do CDMAC, deve-se urgentemente elaborar um plano urbanístico e de pormenor que aborde em amplo escopo a área em que se instala o complexo, recentemente definida pela Prefeitura Municipal de Fortaleza como “distrito cultural” e em processo de profunda transformação com a construção do Acquario Ceará, privilegiando o adensamento populacional, a preservação do patrimônio natural e cultural e uma grande diversidade de usos.

Programaticamente, que seja retomada, revista e adequadamente ampliada a proposta conceitual de funcionamento inicialmente formulada para o equipamento, com ênfase para o desenvolvimento de atividades de formação profissional nos três turnos. Quem sabe, assim, faça sentido o considerável emprego de recursos públicos realizado."


Romeu Duarte é arquiteto e urbanista, mestre e doutorando em Arquitetura pela USP, professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC.

FONTE:  JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/04/14/noticiasjornalvidaearte,2820865/melancolico-iceberg.shtml

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