quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LUTO NO JORNALISMO: " A DESPEDIDA DO POLÊMICO "

CHARGE: CLAYTON  -  JORNAL O POVO



" A despedida do polêmico "

Fonte: O POVO Online/OPOVO/Política

" Amado pela direita, odiado pela esquerda e lido por todos, Themístocles de Castro e Silva é figura única na história do jornalismo cearense. Ele morreu ontem, vítima de duas paradas cardíacas. "

" Na memória da filha de Themístocles de Castro e Silva ecoam ininterruptas recordações que traduzem o caráter polêmico que o jornalista imprimiu em sua carreira. “Não gosto de tudo o que o Themístocles escreve, mas gosto de tudo como ele escreve”, relembra a farmacêutica Regina Flávia, de 56 anos, uma das duas filhas do jornalista, para quem a frase – atribuída por ela ao amigo advogado Alcimor Rocha – é uma das mais precisas definições da personalidade do pai. Ontem, após duas paradas cardíacas ocorridas após uma queda em sua própria casa, Themístocles encerrou sua trajetória de personalidade pública, articulista e debatedor.

Foi exercendo essas duas últimas funções que Themístocles fez história no Grupo de Comunicação O POVO. Além de escrever artigos no jornal, o jornalista se destacava como polêmico participante do programa Debates do Povo, da rádio O POVO.

Suas intervenções controversas ficaram na lembrança de gente como o taxista José Gomes da Silva, de 65 anos, que transportou a equipe de reportagem do O POVO até a funerária Ethernus - onde Themístocles foi velado por amigos e familiares, antes de ter o corpo cremado, no fim da tarde de ontem.

“Fiquei sabendo pelo rádio. Gostava muito dele e acompanhava seus debates todos os dias, por admirar sua independência. Era um jornalista que não tinha medo de nada, que dizia o que pensava. Sinto muito a sua partida”, comentou o taxista ao longo do percurso.

O próprio Themístocles costumava repetir que o jornalista Demócrito Dummar, presidente do O POVO entre 1985 e 2008, dizia-lhe sempre que ele era o articulista mais lido do jornal: seu trabalho, dizia Demócrito, era acompanhado pela direita, porque gostava dele, e pela esquerda, porque não gostava.

Para o cunhado Emanuel Ferreira Filho, fica a imagem do homem de caráter e personalidade fortes, que não abria mão de seus pontos de vista.

História

Themístocles de Castro e Silva iniciou sua carreira de jornalista aos 14 anos. Segundo a jornalista Adísia Sá, sua colega de profissão, a iniciação se deu no jornal O Estado, tendo, em seguida, continuado no extinto periódico Gazeta de Notícias. Em seguida, o jornalista seguiu para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por 10 anos. Nesse período, ele se consolida como jornalista político. Após essa fase, Themístocles retomou os estudos e concluiu a faculdade de Direito.

Sua trajetória inclui ainda o exercício de cargos políticos. Themístocles foi secretário da Agricultura, Governo e Casa Civil durante gestão do ex-governador Parsifal Barroso (1960-1963) e chegou a ser eleito deputado estadual e federal. Segundo Regina Flávia, médicos suspeitam que um possível acidente vascular cerebral pode ter ocasionado sua morte.

Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Themístocles já era personalidade de destaque na política e no jornalismo antes do golpe de 1964. Na ditadura, foi simpatizante e colaborador do regime. Manteve-se fiel às suas ideias mesmo com a redemocratização."

O POVO online

Confira a entrevista de Themístocles às Páginas Azuis do O POVO

www.opovo.com.br/app/opovo/paginas-azuis/2005 /11/28/noticiapaginasazuisjornal,540643/themistocles-
o-reacionario.shtml



Pedro Alves
pedroalves@opovo.com.br


FONTE: JORNAL O POVO
http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2011/11/16/noticiapoliticajornal,2335581/a-despedida-do-polemico.shtml

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