sábado, 1 de outubro de 2011

GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO DO CEARÁ

" TENSÃO "

" Professores desocupam Assembleia Legislativa "
FOTOS: DIÁRIO DO NORDESTE


" Protestos continuam: 1. Os educadores fizeram uma reunião em plena Avenida Desembargador Moreira, onde decidiram continuar a greve "





" Após a assembleia, os manifestantes seguiram um trio elétrico até os fundos da Casa Legislativa. Alguns cantaram o Hino Nacional, enquanto um professor espalhava tinta vermelha próximo à fileira de soldados do Batalhão de Choque "


" Categoria decidiu continuar a paralisação; professores em greve de fome suspenderam o ato e seguiram para hospital "



" A expectativa era de mais um dia de confronto, mas os professores em greve decidiram entoar hinos e fazer cirandas para desocupar a Assembleia Legislativa, que, na última quinta-feira, foi cenário de mais um conflito entre manifestantes e o Batalhão de Choque da Polícia Militar. Em reunião promovida em plena Avenida Desembargador Moreira, a categoria decidiu continuar a paralisação.



De lá, os manifestantes seguiram para os fundos da Casa legislativa, liderados por um trio elétrico. Os que estavam dentro da Assembleia saíram para cantar o Hino Nacional. Um deles chegou a fingir que estava regendo os soldados do Batalhão de Choque, enquanto outro espalhava tinta vermelha próximo da fileira, em protesto contra a violência do dia anterior, que deixou alguns feridos.

Bastante debilitados, os professores Cláudio Monteiro, Laura Lobato e Clésio Mendes, que estavam em greve de fome há quase dois dias, suspenderam o ato. De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), Anízio Melo, a suspensão foi para preservar a integridade física dos professores. Os três foram internados, no início da tarde de ontem, no Instituto Doutor José Frota (IJF).

Na próxima segunda-feira, os professores realizam uma nova passeata a partir das 14 horas, com concentração na Assembleia Legislativa, seguindo até o Palácio da Abolição. A manifestação deve ganhar o apoio dos professores do Município. Já na terça-feira, a categoria participa de uma nova assembleia, que acontece às 15 horas no Ginásio Paulo Sarasate.

Risco

A mesa-diretora da Assembleia decidiu suspender a sessão de ontem. Mais cedo, o único momento de tensão foi quando o deputado Carlomano Marques, vice-líder do Governo na Assembleia, decidiu passar pela área onde estavam os manifestantes, que o cercaram vaiando e gritando a palavra "fascista", tendo em vista que o parlamentar foi um dos que votaram a favor da matéria do governador Cid Gomes. O deputado reclamou da forma de como foi recepcionado pela categoria. "Veja como eles estão nos recebendo. São verdadeiras hienas loucas e irresponsáveis. Estou apenas cumprindo o meu papel", comentou. O Batalhão de Choque impediu a aproximação dos professores e escoltou o deputado até o elevador.

"Isso é uma provocação. Como é que, num dia em que não tem expediente, um deputado do Governo vem aqui depois do que aconteceu ontem (quinta-feira)? Eles querem ter uma desculpa para outro ato de violência", retrucou a professora Laura Lobato.

A assembleia dos professores fechou uma das faixas da Desembargador Moreira, no trecho entre a Avenida Pontes Vieira e a Rua Francisco Holanda, sentido sertão-praia. No trio elétrico, o movimento, que competa hoje 58 dias, ouviu o depoimento do professor Arivalto Alves, ferido na cabeça durante o confronto. "Estávamos protegendo os companheiros que estavam em greve de fome. Ainda não sabemos se vamos ingressar na Justiça", ressaltou.

Conforme o Sindicato Apeoc, cerca de 5 mil pessoas participaram da passeata. Segundo Anízio Melo, a orientação é reorganizar as escolas e tentar impedir que a mensagem aprovada pela Assembleia seja sancionada por Cid Gomes.


FIQUE POR DENTRO

Luta salarial

A greve dos professores da rede estadual começou no último dia 5 de agosto porque a categoria não aceitou o salário de R$ 1.187,97, proposto pelo Governo do Estado. No dia 26 de agosto, depois de várias assembleias e manifestações, o desembargador Emanuel Leite Albuquerque determinou a suspensão da paralisação. Segundo a decisão, a categoria deveria retornar às salas de aula em 48 horas, sob pena de multa de R$ 10 mil por cada dia de descumprimento. Após seis dias da decisão do desembargador, os professores entraram em confronto com a Polícia Militar na Assembleia Legislativa. Em 22 de setembro, a categoria se reuniu com o governador Cid Gomes, mas a negociação foi frustrada. No último dia 29, mais um confronto aconteceu na Assembleia. Manifestantes tentaram impedir a votação da mensagem do governador, que foi aprovada."



KAROLINE VIANA E RAONE SARAIVA
REPÓRTER/ESPECIAL PARA CIDADE



FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1050038

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