" Procissão do Senhor morto reúne 8 mil fiéis no Centro "
FOTO: KIKO SILVA - DIÁRIO DO NORDESTE
" O cortejo reuniu cerca de 8 mil pessoas, lembrando a
simbologia do Senhor morto pelas ruas do Centro "
" As ruas pareciam pequenas para tamanha fé. A população tomou conta do Centro de Fortaleza "
" Em ato de respeito à simbologia do ´Senhor morto´, cerca de oito mil fiéis participaram, na tarde de ontem, de procissão pelas ruas do entorno da Catedral, no Centro. A caminhada aconteceu em seguida à celebração, presidida pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antonio Tosi.
O ato lembrou a penitência, as trevas, a morte e a vida do Senhor Jesus. "Este é um momento de alegria, de renovação. Mesmo lotada, podíamos ter mais gente na Catedral atendendo ao chamado de Deus", afirma o arcebispo.
As ruas pareciam pequenas para tamanha fé. A população tomou conta do Centro. No cortejo, além de padres e bispos, uma multidão seguiu a imagem de Jesus no caixão, coberto por panos, flores, cânticos dos populares que seguiam o cortejo.
Roxa
Vestida de cor roxa, a contadora Girlane Santos, 42, esteve em jejum durante o dia. Mas, apesar da penitência, esboçava um largo sorriso. Para ela, o dia era de alegria. "Podíamos estar na praia curtindo, mas estamos aqui celebrando nossos votos e nos fortalecendo", comenta.
O dia era mesmo de encontro. Famílias participaram da programação. A médica Marlene Ferreira, 70 anos, veio com a mãe, a filha e a neta. Emocionada, ela não perde um evento. "Venho desde 1960", explica.
Tradição
A celebração do Senhor Morto é diferente de uma missa. O ato consiste na adoração ao cristo crucificado, precedida por uma liturgia da palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes. Um dos momentos mais emocionates da celebração foi a cena em que os padres convidaram à população a beijar a cruz.
Neste instante, Dom Rosalvo Cordeiro Leite, o novo bispo-auxiliar de Fortaleza, falou ao povo: "o mistério da vida e morte de Jesus nos envolve neste dia. O senhor carregou a cruz sem desanimar. Ele fez sua entrega total, abraçou e carregou todo sofrimento do mundo".
Os presentes fechavam os olhos, e colocaram as mãos no peito em oração. A celebração foi diferente mesmo. Com senhor morto não houve, palmas e musicas alegres, mas sim muita contrição. Dom Rosalvo explicou que toda a liturgia católica deste dia está em função do Cristo crucificado. Assim, a liturgia da Palavra pretende introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus, que assim aparece como uma ação livre de Cristo em ordem à salvação de toda a humanidade. A veneração da cruz, símbolo da salvação, pretende dar expressão concreta à adoração de Cristo crucificado. Todos aguardavam o fim da celebração para início da procissão.
E na multidão tinham muitos jovens venerando a cruz. Membros participantes de diversos grupos de oração. Entre eles, o bancário João Paulo Brasil, 26. Ao lado de amigos, Paulo orava e não se arrependia de estar em pé, com calor, no meio da multidão. Parecia feliz, dizia estar em paz com Deus."
IVNA GIRÃO
REPÓRTER
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=969119
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