sábado, 30 de abril de 2011

CIRCO TUPINIQUIM: 25 ANOS BOTANDO BONECO...

PARABÉNS, OMAR ROCHA !
CONTINUE BOTANDO BONECO...
PARA SEMPRE...

                              Circo Tupiniquim



" Tradição bonequeira "



" Omar Rocha, fundador do Circo Tupiniquim, no meio de suas criações: trupe comemora 25 anos em 2011. Trabalho é referência de teatro de bonecos no Ceará "

FOTO: MARÍLIA CAMELO - DIÁRIO DO NORDESTE
" Personagens do programa Nas garras da Patrulha, da TV Diário "


" Há 25 anos, o Circo Tupiniquim leva alegria do teatro de bonecos ao Ceará e ao Brasil. Para celebrar a data, o grupo planejou várias atividades "


" Tornar-se referência na profissão ao longo de 25 anos de trajetória não é para qualquer um. Mas é o caso do Circo Tupiniquim, mais conhecido grupo de teatro de bonecos do Ceará, que, em 2011, completa um quarto de século. Para celebrar o aniversário, a trupe preparou programação especial, com várias atividades até dezembro e dois novos espetáculos.

A festa começa hoje mesmo, com "As estripulias do macaco Simão", às 16 horas, na sede do grupo, como parte do encerramento das comemorações do mês do teatro de bonecos (abril). "Mas o aniversário vai até o final do ano. Temos várias atividades programadas, entre oficinas, visitas à nossa sede e espetáculos", adianta o diretor do Circo, Omar Rocha.

Duas novas montagens já estão programadas para o segundo semestre. Em agosto, estreia o infantil "Detestinha, o bicho que detesta ler", baseado na obra homônima de teatro infantil do jornalista Dimitri Túlio. "Criamos essa adaptação há 13 anos. À época foi muito premiada, então decidimos remontar", explica Omar Rocha.

Em setembro, é a vez do público adulto conferir "Delfago ou A fábula do diabo que se casou", baseado em um conto de Maquiavel. O texto será escrito por Oswald Barroso exclusivamente para a trupe. O dois espetáculos irão acontecer na sede do grupo, em Aquiraz.

"Também vamos receber escolas para conhecer nossa sede, que tem lona de circo e decoração toda baseada em bonecos. A partir de hoje tem uma exposição com eles, as pessoas podem fotografar, interagir. Para as crianças, tem casinha de bonecos e brinquedos populares, fabricados por nós, como balanço de pneu. Temos ainda um mini zoológico", enumera Omar.

Espaço encantado

A sede foi uma conquista importante para o Circo Tupiniquim, concretizada há oito anos. "Estamos sempre construindo, ainda falta muito", planeja o diretor. O espaço faz grande diferença no trabalho do grupo. "Quando levamos o espetáculo à escola, ele vai reduzido, com menos capacidade técnica do que no teatro. Aqui as crianças entram no mundo do boneco, que está espalhado por todo canto. Isso possibilita um momento lúdico incomparável", vibra Omar. "Sempre trabalhamos muito com escolas, mas, desde que entramos para a TV, passamos a viajar muito com apresentações e nos afastamos um pouco. Agora, com a sede, estamos retomando isso, algo que gostamos muito de fazer. Sempre com a responsabilidade de não causar medo e com viés educativo", ressalta.

Outra conquista importante foi o espaço na TV Diário, com os programas Nas Garras da Patrulha (no ar desde 2001) e TV Tupiniquim (transmitido de 2004 a 2006). Graças ao humor escrachado, aos personagens populares e à linguagem bem cearense, o "Garras" é uma das atrações mais queridas do público.

"Certamente nos deu mais visibilidade e abriu portas. A ideia foi do Mansueto Barbosa (então superintendente da TV Verdes Mares). Ele decidiu levar o ´Garras´ do rádio, onde já tinha grande audiência, para a TV. Mas em vez de mostrar os atores e acabar com a fantasia do ouvinte, resolveu utilizar bonecos. Outro entusiasta do projeto foi Gaarcia Jr., hoje consultor da linha de shows da emissora".

"Com três ou quatro meses recebemos uma carta escrita a lápis por uma criança de 11 anos, que agradecia à TV Diário por criar o programa, pois, desde então, os pais, que sempre brigavam, almoçavam com ele assistindo ao ´Garras´, rindo", conta fundador do Circo.

Segundo Omar, a aparência grotesca e caricata dos bonecos do Garras é proposital. "É o nosso ´jeito feio de ser´. Enxergamos em um queixo ou nariz exagerado, por exemplo, uma caricatura, fica mais popular, onírico até", avalia o diretor.

Origens

Omar iniciou sua carreira no Grita - Grupo Independente de Teatro Amador, mas se apaixonou pelo teatro de bonecos. Criou o Circo Tupiniquim, no final de 1985, quando voltou do Festival Internacional de Teatro de Bonecos, em Curitiba.

"O Augusto Bonequeiro ia montar lá a Paixão de Cristo, mas teve problema com um dos atores, então me convidou. Na época eu já trabalhava com bonecos. Fiz oficinas, assisti a muitos debates sobre produção. Conheci uma das maiores companhias de teatro de bonecos no Brasil, a Giramundo, tive uma perspectiva mais profissional da atividade. Vi que era possível viver dessa arte", lembra o fundador. "Segui o exemplo do Augusto e do Álvaro Apocalypse, então diretor da Giramundo, e criei o Circo Tupiniquim".

Hoje o Circo tem mais de 200 bonecos. "É recompensador animá-los, dar-lhes alma e fazer com que todos acreditem que tem vida. Na verdade, eles têm. Hoje, se você me perguntar, não sei se eu os manipulo ou vice-versa", brinca o diretor.

"Um dado curioso: fazemos mais espetáculos para adultos, em empresas, sindicatos etc, do que para crianças. Em uma praça, juntamos centenas de pessoas com facilidade. Porque a relação que o boneco tem com o ser humano é totêmica, quase atávica. Não por acaso, temos na TV exemplos como o Louro José, da Ana Maria Braga. Antigamente, tínhamos o ratinho Topo Gigio", analisa Omar.


MAIS INFORMAÇÕES

As estripulias do macaco Simão. Hoje, às 16 horas, na sede do Circo Tupiniquim (Rodovia CE-40, Km 12, Aquiraz). Contato: (85) 3260.2292.  http://www.circotupiniquim.com.br/  "



ADRIANA MARTINS
REPÓRTER


FONTE:  DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=972755

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