domingo, 9 de janeiro de 2011

LEIA A COLUNA " DE BRASÍLIA " DO RANGEL CAVALCANTE, NO DIÁRIO DO NORDESTE


HERANÇA BENDITA ????



De Brasília

" O tamanho da conta "

" Passada a ressaca das festas da posse, a presidente Dilma Rousseff se depara com a verdadeira cara do Brasil que ela recebeu para governar. Não é aquele mar de rosas que o seu antecessor alardeia ter deixado depois de oito anos fazendo tudo aquilo que jamais se fez na história...

Os problemas de dona Dilma vão muito além dos companheiros de todos os matizes que a cercam no governo, boa parte com chaves de cofres nas mãos e disposta a não permitir as reformas de que o País necessita. Bastou lançar os olhos sobre os números para a nova presidente constatar que a mercadoria que recebeu é bem diferente da que comprou. E viu o tamanho da conta que terá que pagar.

Na verdade, nunca na história deste País um governo começou em situação tão caótica. Dá para resumir. Dilma recebe o Brasil com um orçamento de R$ 2.073 trilhões (coisa também nunca na história...). Parece muito dinheiro. E seria se desse monte nada menos de R$ 678 bilhões não fossem reservados para o pagamento dos juros da dívida pública.

Isso mesmo. De cada três reais arrecadados pelo Tesouro, um é gasto no pagamento de juros. Só juros. Não abate nada da conta. E sabem quanto é reservado a investimentos? Apenas R$ 171 bilhões, ou seja, menos de dez centavos de cada real arrancado do bolso do contribuinte, que arca com a maior carga tributária do mundo.

Um quase nada, se levarmos em conta que o País precisa gastar pelo menos R$ 40 bilhões para recuperar o sistema rodoviário e o governo ainda quer torrar mais de R$ 30 bilhões na megalomaníaca construção de um trem-bala para ligar o Rio a São Paulo. Só para não ir muito longe: o que vamos pagar de juros da dívida pública neste ano é mais do que o total de todas as nossas reservas cambiais.

Felizmente, nos primeiros dias de governo, Dilma Rousseff dá mostras de que tentará dar freio à gastança desenfreada dos últimos anos, contendo as despesas supérfluas e gerindo com austeridade o dinheiro público.

Um país que tem uma dívida pública quase igual à sua receita total não pode se dar ao luxo de sair por aí distribuindo dinheiro a governos pelo mundo afora nem custeando programas assistencialistas que mascaram a miséria e a pobreza do povo com um punhado de reais ou um pacote de alimentos. Dilma Rousseff parece ter os pés no chão e a consciência do que deve ser feito para fazer com que o Brasil volte a ser um País sério. Esperemos que tenha mesmo."


COLUNA " DE BRASÍLIA " DO RANGEL CAVALCANTE



FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=914441

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