segunda-feira, 1 de novembro de 2010
" PARTIDOS QUE APOIARAM DILMA COMEÇAM A EMITIR A FATURA DA PARCERIA "
" Partidos que apoiaram Dilma começam a emitir a fatura da parceria."
" Ainda no calor da comemoração pela vitória, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) terá que sentar com representantes dos partidos que a apoiaram para fatiar cargos importantes de empresas e bancos públicos, agências e departamentos. Antes mesmo da proclamação do resultado, os interesses dos aliados tinham endereço certo. Alguns pressionam para continuar em postos conquistados durante o governo Lula, outros argumentam que saíram maiores das urnas e, por isso, têm poder para barganhar mais espaço. Os 15 principais postos em discussão na Esplanada e nas autarquias movimentam mais de
R$ 700 bilhões por ano, entre recursos do Orçamento e investimentos de empresas privadas.
Integrantes do partido do vice-presidente Michel Temer (PMDB) pleiteiam se espalhar em direção à área econômica. O alvo são os bancos públicos. O secretário-geral do partido, deputado Mauro Lopes (MG), defende a maior utilização da estrutura do Banco do Brasil para desafogar a Caixa. “A Caixa está com tanta incumbência que não está dando conta. Poderíamos dividir o trabalho: o Banco do Brasil ficaria com a parte de liberar financiamento para equipamentos e a Caixa, com a parte de obras, pois tem um bom plantel de engenheiros”, projeta o secretário-geral.
Mas o PMDB quer mais. Além de lutar para manter o controle de órgãos ligados à comunicação, como os Correios, o setor de infraestrutura interessa ao partido. O problema é que a área pertence atualmente ao PP e ao PR. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é a noiva cobiçada. Isso porque tem orçamento anual de R$ 14 bilhões e a responsabilidade de inaugurar, após 2011, as maiores e mais demoradas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Apesar da movimentação, o PMDB corre o risco de perder espaço para o PT em áreas como a Defesa e a Saúde, analisa o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG). O petista observa que o diferencial da participação do partido no governo Dilma será a substituição de nomes técnicos por quadros políticos. “O PMDB é um partido grande. E o PT também. Não existe uma luta de bastidores. Mas a tendência é que quadros mais orgânicos assumam os cargos. Os ministros (Nelson) Jobim e (José Gomes) Temporão foram escolhas mais pessoais do presidente, não tiveram um desempenho mais orgânico, como o partido poderia querer”, afirma.
Não é só o PMDB que cobrará a fatura do apoio. O PSB lembrará a Dilma que, além de ter sacrificado a candidatura de Ciro Gomes (PSB-CE) para apoiar o projeto do PT, a legenda ampliou o número de governadores, senadores e deputados federais. O partido, que comanda três pastas, quer mais duas. As preferenciais são Educação, Esportes e Trabalho, mas a sigla também gostaria de atuar no setor de infraestrutura de transportes. “Nós temos muitos projetos na área de educação. Educação é interessantíssima. Esportes e Trabalho também”, afirma o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). O PSB também tenta emplacar Ciro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o deputado Márcio França (PSB-SP) no Ministério de Relações Institucionais.
O PP já se ressente da possibilidade de perder o comando do Ministério das Cidades, mas espera ser recompensado. “Ouve-se muito que o partido A e o partido B estão de olho no nosso ministério. Se houver uma troca, espero que seja para um ministério do mesmo tamanho, pois a legenda teve um crescimento”, afirma o senador eleito Ciro Nogueira (PP-PI).
OS PREFERIDOS
Confira onde estão os principais cargos que serão disputados pelos aliados de Dilma
AGROPECUÁRIA, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
Órgão - Dinheiro movimentado anualmente
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - R$ 1,7 bilhão
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) - R$ 1 bilhão
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) - R$ 3 bilhões
COMUNICAÇÕES
Órgão - Dinheiro movimentado anualmente
Correios - R$ 500 milhões
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) - R$ 1 bilhão
TRANSPORTE E DEFESA
Órgão - Dinheiro movimentado anualmente
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) - R$ 14 bilhões
Valec - R$ 2,3 bilhões
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) - R$ 2,2 bilhões
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) - R$ 410 milhões
ÁREA ECONÔMICA
Órgão - Dinheiro movimentado anualmente
Banco da Amazônia - R$ 1,8 bilhão em ativos financeiros
Banco do Brasil - R$ 350 bilhões em ativos financeiros
Banco do Nordeste - R$ 30 bilhões em ativos financeiros
Caixa Econômica Federal - R$ 150 bilhões em ativos financeiros
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - R$ 135 bilhões
SAÚDE
Órgão - Dinheiro movimentado anualmente
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - R$ 662 milhões
PETRÓLEO
Órgão - Dinheiro movimentado anualmente
Agência Nacional de Petróleo (ANP) - R$ 3,1 bilhões."
FONTE: BLOG DO CORREIO BRAZILIENSE
http://www.correiobraziliense.com.br/rss/NOTICIAS.xml
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