quarta-feira, 25 de agosto de 2010

QUANTO CUSTA SER DEPUTADO NO CEARÁ






" Todos os dias em que há sessão na Assembleia sempre tem deputado a reclamar da compra de votos no Estado do Ceará."

" O assunto que mais repercutiu ontem, no plenário da Assembleia Legislativa cearense, foi a compra de votos. O tema vem ganhando bastante espaço entre os pronunciamentos feitos na Casa, juntamente com as reclamações acerca de campanhas milionárias, que de acordo com os parlamentares, podem ser vistas em vários municípios do Interior do Estado.

O deputado Hermínio Resende (PSL) foi o primeiro a tratar da problemática. Ele pontua que há candidatos a cargos proporcionais, gastando em apenas dois meses de campanha mais do que um deputado estadual ganha em quatro anos, cerca de R$ 650 mil. Para dar um exemplo da estrutura de campanha desses candidatos, o deputado afirma que alguns possuem até 60 carros de som percorrendo o Interior, cada um custando por volta de R$ 1.700.

Conforme o deputado, a compra de votos nos municípios cearenses é realizada de maneira aberta, "sem nenhum pudor", muitas vezes feita pelos cabos eleitorais já que os candidatos não têm nenhum vínculo nas regiões onde compram o voto do eleitor.

Ele não foi o único a fazer essa cobrança. O deputado Fernando Hugo (PSDB) que na semana passada havia levado o mesmo assunto à tribuna da Assembleia, voltou a pedir uma ação da Procuradoria Regional Eleitoral e do Tribunal Regional Eleitoral para coibir a prática da compra de votos.

Estrutura

O tucano alega que após 40 dias de campanha não houve nenhum tipo de ação dos órgãos fiscalizadores para combater os crimes eleitorais, acreditando que isso pode ser um reflexo da carência de estrutura.

Matéria publicada no último sábado, pelo Diário do Nordeste, informa a opinião do procurador Regional Eleitoral, Alessander Sales, sobre o assunto. Segundo o procurador, as denuncias não chegam ao Ministério Público Eleitoral o que afirma prejudicar a investigação desses crimes eleitorais.

O líder do Governo na Assembleia, deputado Nelson Martins (PT), também cobrou fiscalização, pois alerta que as campanhas eleitorais estão chegando a um nível insustentável, principalmente no Interior, onde assegura que o esbanjamento de dinheiro é grande.

Mas para o petista, o maior culpado desse quadro é o Congresso Nacional que não promoveu a tão esperada reforma política. "Daqui a pouco pobre não vai poder ser candidato", atesta.

O deputado Welington Landim (PSB) partilha do mesmo argumento de que faltou ação do Congresso em proporcionar a reforma política e, dessa, forma, organizar melhor o processo eleitoral.

Para o deputado Artur Bruno (PT), a reforma mais importante que o País necessita atualmente é a que trata da política. "É impossível hoje faze campanha com propostas e ideias se o que esta prevalecendo é o dinheiro", reclamou."


FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=839229

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