segunda-feira, 26 de abril de 2010
CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA
" Protesto tira PMs das ruas..."
" Um dos alvos da manifestação foi o secretário da Segurança Pública, Roberto Monteiro, que acabou tachado de incompetente. Faixas foram usadas como meio de protesto nas ruas
FOTOS: VIVIANE PINHEIRO
As mulheres passaram todo o domingo na porta do quartel do Batalhão de Polícia de Choque, na Rua Antônio Pompeu. O movimento, porém, foi pacífico e mais de 60 PMs apresentaram atestado médico
Quartel improvisado: PMs do Ronda do Quarteirão, que estavam de folga, foram chamados para trabalhar e tiveram que se apresentar na calçada do Theatro José de Alencar
FOTO: TUNO VIEIRA ,
Todo tipo de procedimento foi levado para as delegacias plantonistas, causando superlotação em algumas
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
26/4/2010
Mulheres dos PMs ´puxaram´ o movimento e fecharam o quartel do BpChoque. Trinta bairros ficaram sem o Ronda
Fortaleza viveu, ontem, um princípio de caos no setor da Segurança Pública. O clima de insatisfação que domina os quadros da Polícia Militar se transformou em protesto e aquartelamento durante todo o domingo. O policiamento da cidade sofreu baixas. Viaturas ficaram paradas nas delegacias ou dentro dos quartéis e mais de 200 policiais não compareceram ao trabalho, alegando problemas de saúde.
Pelo menos, 30 áreas cobertas pelo programa Ronda do Quarteirão ficaram sem patrulhas durante toda a tarde e começo da noite. Os policiais do Ronda tiveram que ser remanejados para fazer a segurança no Estádio Castelão, assim como todas as viaturas do Policiamento Ostensivo Geral (POG). Outros, que estavam de folga, foram convocados às pressas e acabaram ´dobrando´ o serviço. O pátio do Theatro José de Alencar acabou servindo de ´quartel´, onde várias patrulhas foram parar para a rendição (troca de turno).
Mas, o ´palco´ principal da manifestação dos policiais descontentes foi o quartel da tropa de reação do Comando-Geral, o Batalhão de Polícia de Choque, situado na Rua Antônio Pompeu, no Centro, onde as mulheres dos militares se concentraram depois de realizarem uma passeata que começou no ´esqueleto´ do Beco da Poeira e contou com o apoio dos permissionários daquele local.
Paralisação
A crise foi gerada por dois movimentos interligados. O primeiro, a operação ´Tolerância Zero´, de iniciativa dos policiais militares, que consistia em levar para as delegacias toda e qualquer infração percebida por eles nas ruas de Fortaleza. O segundo foi o movimento surpresa organizado pela Associação das Esposas de Policiais Militares, que empunhando faixas pretas amarradas nos punhos, ´marcharam´ da Praça José de Alencar até a sede do BPChoque e do Grupo Raio. O objetivo foi impedir que os policiais se deslocassem para o Estádio Castelão.
Enquanto a sala de espera do 30º DP (São Cristóvão) estava abarrotada de PMs e também de pessoas acusadas de embriaguez e desordem, furtos, briga de vizinhos e até andarem em bicicletas sem documentação, as mulheres dos PMs ´engrossavam´ a voz e impediam qualquer policial de sair do quartel do BPChoque e do Raio. O objetivo foi alcançado e o quartel acabou fechado o dia inteiro.
"TOLERÂNCIA ZERO"
Caos no plantão das DPs
Bicicletas e mobiletes apreendidas sem documentação, invasão de domicílio, ameaça e briga de vizinhos. Essas foram algumas das ocorrências levadas ontem para os plantões das delegacias da Capital durante o dia de ontem. Os policiais entrevistados garantiram que esses procedimentos eram rotineiros e nada tinham a ver com a operação ´Tolerância Zero´.
Contudo, o grande número de procedimentos de menor potencial ofensivo, que se transformaram em Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs), nas DPs indicava maior rigor por parte dos PMs nas ocorrências durante o domingo. No 8º DP (José Walter), passavam das 10 horas e três TCOs, sendo dois de ameaça e um por dirigir não habilitado, além de um flagrante por furto, aguardavam avaliação do delegado plantonista, que ainda não havia chegado à DP. Uma dessas ocorrências era a de um homem supostamente armado, que estaria ameaçando seus vizinhos. Quando a patrulha da RD-1055 chegou ao local, a arma não foi encontrada, mas o suspeito foi levado para a delegacia e aguardava junto com as vítimas, sem algemas, se seria realizado o procedimento.
Problemática
A situação mais dramática foi presenciada pela Reportagem no 30º DP (São Cristóvão). Ali, nove PMs do Ronda aguardavam na delegacia, juntamente com patrulhas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da 2ª Companhia do 5º BPM (Messejana). Os casos variavam de embriaguez e desordem, briga de vizinhos, ameaças e bicicletas sem documentação."
LEIA MAIS NO DIÁRIO DO NORDESTE
FERNANDO RIBEIRO/EMERSON RODRIGUES
EDITOR/REPÓRTER
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=774588
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