domingo, 24 de maio de 2009
POR QUE O CORDEL NÃO É GÊNERO LITERÁRIO ????
Durante o Seminário Internacional Franco-Brasileiro - Atores do Desenvolvimento
Econômico, Jurídico, Político, Social e Cultural do Século XXI, realizado pela UNIFOR, a Professora Doutora da UFC MARTINE KUNZ, defendeu que " a Literatura de Cordel seja um Gênero Literário" e destacou ainda que " a apropriação do Cordel para contar as andanças do Bando de Lampião é uma forma primitiva de Jornalismo ". Já BATISTA DE LIMA Professor de Literatura Brasileira da UNIFOR e UECE, esclarece que
" a estrutura básica do Cordel é a sextilha, na qual os versos 2º, 4º e 6º são rimados e se destina a um público iletrado, que consegue decorar ".
Para a PROFESSORA MARTINE KUNZ ( DOUTORA EM LITERATURA DE CORDEL PELA SORBONE )" Há, nos versos do Cordel, a introdução da malícia, a prosódia veloz, o rítmo apressado,
a entrelação de contradições " e conclui " O CORDEL É O GRANDE TEXTO ORAL IMPRESSO."
O cordel tem muitas faces: desperta aos menos instruídos o interesse à leitura, com seu ritmo marcante; desenvolve o gosto pela poesia, pois apresenta regras métricas e de rima parnasianas; quando versa sobre romances clássicos, nacionais ou estrangeiros, conta estas histórias de forma rápida e cativante; é símbolo magno da cultura nordestina, remontando à europa medieval e ao Brasil colonial, trazendo enorme valor histórico-cultural; agrega à leitura a apreciação das artes plásticas, em especial a xilogravura; é belo e; é do povo. E é exatamente por ser popular - e nordestino! - que sofre discriminação e não tem o merecido reconhecimento e valor (embora isto esteja mudando, finalmente, devido ao trabalho árduo de alguns de seus autores). E, como um dia sempre acontece com o que é do povo, ele há de ser colocado, justamente, no seu devido lugar, recebendo todo a atenção devida, seja ela acadêmica ou não.
ResponderExcluirDou graças ao cordel, à xilogravura, às canções matutas, repentes, emboladas, cantorias, aboios, maneiros-paus, reisados, bandas cabaçais, maracatús, ao armorial, ao baião.